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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

14 de fevereiro de 2012 - JORNAL DO COMMERCIO


PRIMEIRA PÁGINA

Policiais e bombeiros do Rio acabam greve
RIO – Em assembleia encerrada às 21h30 de ontem (20h30 no horário do Recife), policiais e bombeiros decidiram suspender a greve decretada na última quinta-feira no Rio. Segundo os líderes da categoria, o movimento agora vai se concentrar na libertação dos líderes presos, entre eles o cabo do Corpo de Bombeiros Benevenuto Daciolo.

COLUNAS
Cláudio Humberto

O bombeiro Temer
O vice-presidente Michel Temer entrou em operação para conter a articulação dos descontentes do PMDB, que ameaçam se rebelar e devolver os poucos cargos que conseguiram no governo. Na última quarta, Temer chamou em seu gabinete o senador Vital do Rêgo (PB), que lidera o grupo, para reunião com os líderes Romero Jucá, Renan Calheiros e Valdir Raupp. Ficaram de ter nova conversa esta semana. O grupo de descontentes já chega a 50 parlamentares, o que representa mais da metade das bancadas da Câmara e Senado. No PMDB, a avaliação é que Vital do Rêgo capitalizou o sentimento do partido de que é tratado como aliado de segunda linha pelo governo. A fome do PT por cargos também gera insatisfação em outros partidos da base, que ameaçam atrapalhar votações interesse do governo.

Agnelo insiste em Gabas
A presidente Dilma já disse que não o libera, mas Carlos Eduardo Gabas (foto), secretário-executivo do Ministério da Previdência, teve outra longa conversa com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que o quer chefe da Casa Civil.

Ministros negros
O Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior do Trabalho poderão ser dirigidos em 2013 por ministros negros de origem mineira. Joaquim Barbosa, nascido em Paracatu, assume no STF em novembro, com a aposentadoria de Carlos Ayres Britto. Mineiro de Pedro Leopoldo, Carlos Alberto Reis de Paula, primeiro ministro negro em tribunais de Brasília, deve presidir o TST a partir do mês de março de 2013.

Alemão no STJ
O Superior Tribunal de Justiça, o “tribunal da cidadania”, será presidido a partir de setembro por um alemão de Hamburgo: Félix Fischer.

Paranaense, sim
Apesar da origem alemã, Félix Fischer fez sua brilhante carreira jurídica no Paraná, onde foi procurador de Justiça do Ministério Público.

Uma mulher TSE
O Tribunal Superior Eleitoral terá a partir de abril, pela primeira vez, uma mulher na presidência: Cármen Lúcia, mineira de Montes Claros.

Tatoo partidário
Petista religiosa, Graça Foster assumiu na Petrobras sem exibir um segredo bem guardado: a estrela do PT tatuada em cada ombro, o que a faz evitar roupas tipo “tomara-que-caia”, e outra tatuagem no braço.

Suspeitos
A sabotagem descoberta pela Polícia Civil no Metrô-DF foi realizada em instalações de acesso restrito a pilotos de trens. Cerca de 40 pessoas que frequentam o local são investigadas como suspeitos.

Peito aberto
Sábado (11), o governador alagoano Teotônio Vilela (PSDB) brincou carnaval durante horas, em Maceió, no bloco Pinto da Madrugada, em meio a mais de cem mil pessoas. Sem seguranças, nem assessores.

Pragmatismo
O vice-primeiro-ministro chinês Wang Qishan detestou substituir uma reunião com empresários por um encontro com ministros. E a tradutora mandou ver, constrangida: “Prefiro me encontrar com empresários”.

Frase
"No cafezinho do Congresso todo mundo sabe quem tá roubando” –
Ex-deputado Ciro Gomes (PSB-CE) sobre a corrupção que derruba ministros

A conta é nossa
O PT festejou 32 anos no Cais do Porto Mauá, ontem, em Porto Alegre, usando e abusando de dinheiro público. O vistoso cartaz menciona os patrocinadores da festa: o governo do Estado e seu banco, o Banrisul.

Nomes de peso
Emerson Fittipaldi é o novo membro do conselho consultivo da IG-Fuel, empresa que está lançando no Brasil o produto Green Box, que faz qualquer motor a diesel economizar até 30%. O ex-ministro Ozires Silva preside o conselho.


Arnaldo Jabor

Angústias de um colarinho branco
“Doutora, eu procurei a psicanálise porque ando com um estranho sintoma: estou com o que vocês chamam de ‘sentimento de culpa...’. Tive essa ideia quando vi aquele seriado na TV, Os Sopranos, com o chefão da máfia de Nova Jersey chorando para uma psicanalista de lindas pernas. Como a senhora...
Tenho tido pesadelos: sonho que morri assassinado por mim mesmo, que estou preso com traficantes estupradores. Não mereço isso, eu, que sempre assumi minha condição de corrupto ativo e passivo... (sem veadagem... claro.)
Não sou um ladrão de galinhas, mas já roubei galinhas do vizinho e até hoje sinto o cheiro das penosas que eu agarrava. Há há há... Mas hoje em dia, doutora, não roubo mais por necessidade, é prazer mesmo. Estou muito bem de vida, tenho sete fazendas reais e sete imaginarias, mando em cidades do Nordeste, tenho tudo, mas confesso que sou viciado na adrenalina que me arde no sangue na hora em que a mala preta voa em minha direção, cheia de dólares, vibro quando vejo os olhos covardes do empresário me pagando a propina, suas mãos trêmulas me passando o tutu, delicio-me quando o juiz me dá ganho de causa, ostentando honestidade e finge não perceber minha piscadela marota na hora da liminar comprada (está entre 30 a 50 mil dólares hoje), babo ao ver juízes sabujos diante de meu poder de parlamentar e fazendeiro rico.
Como, doutora? Se me sinto superior assim? Bem, é verdade...Adoro a sensação de me sentir acima dos otários que me ‘compram’, eles se humilhando em vez de mim. Roubar me liberta. Eu explico: roubar me tira do mundo dos ‘obedientes’ e me provoca quase um orgasmo quando embolso uma bolada. Desculpe... a senhora é mulher fina, coisa e tal, mas, adoro sentir o espanto de uma prostituta, quando eu lhe arrojo mil dólares sobre o corpo e vejo sua gratidão acesa, fazendo-a caprichar em carícias mais perversas.
É uma delicia, doutora, rolar, nu, em cima de notas de cem dólares na cama, de madrugada, sozinho, comendo chocolatinhos do frigobar de um hotel vagabundo, em uma cidade onde descolei a propina de um canal de esgoto superfaturado. Gosto da doce volúpia de ostentar seriedade em salões de caretas que te xingam pelas costas, mas que te invejam pela liberdade cínica que te habita. Suas mulheres me olham excitadas, pensando nos brilhantes que poderiam ganhar de mim, viril e sorridente – todo bom ladrão é simpático. A senhora não tem ideia aí, sentada nesta poltrona do Freud, do orgulho que sinto, até quando roubo verbas de remédios para criancinhas, ao conseguir dominar a vergonha e transformá-la na bela frieza que constrói o grande homem. E, agora, este sentimentozinho de ‘culpa’ tão chato...
Sei muito bem os gestos rituais da malandragem brasileira: sei fazer imposturas, perfídias, tretas, sei usar falsas virtudes, ostentar dignidade em CPIs, dou beijos de Judas, levo desaforo para casa sim, sei dar abraços de tamanduá e chorar lágrimas de crocodilo... Sou ótimo ator e especialista em amnésias políticas. Eu já declarei de testa alta na Câmara: ‘Não sei nem imagino como esses milhões de dólares apareceram em minha conta na Suíça, apesar desses extratos todos, pois não tenho nem nunca tive conta no Exterior!’. Esse grau de mentira é tão íntegro que deixa de ser mentira e vira uma arte.
Doutora, no Brasil há dois tipos de ladrões de colarinho branco: há o ladrão ‘extensivo’ e o ‘intensivo’.
Não tolero os ladrões intensivos, os intempestivos sem classe...Falta-lhes elegância e finesse. Roubam por rancor, roubam o que lhes aparece na frente, se acham no direito de se vingar de passadas humilhações, dores de corno, porradas na cara não revidadas, suspiros de mãe lavadeira.
Eu, não. Eu sou cordial, um cavalheiro, tenho paciência e sabedoria, comecei pouco a pouco, como as galinhas que roubei na infância, que de grão em grão enchiam o papo... Eu sou aquele que vai roubando ao longo da vida política e, ao fim de décadas, já tem Renoirs na parede, iates, helicópteros, esposas infelizes (não sei porque, se dou tudo a elas), filhos estroinas e malucos... (mandei estudar na Suíça e não adiantou).
Eu adquiri uma respeitabilidade altaneira que confunde meus inimigos, que ficam na dúvida se me detestam ou admiram. No fundo, eu me acho mesmo especial, não sou comum.
Perto de mim, homens como PC foram meros cleptomaníacos... Sou profissional e didático... Considero-me um Gilberto Freyre da corrupção nacional...
Olhe para mim, doutora. Eu estou no lugar da verdade. Este País foi feito assim, na vala entre o público e o privado. Há uma grandeza insuspeitada na apropriação indébita, florescem ricos cogumelos na lama das maracutaias. A bosta não produz flores magníficas? O que vocês chamam de roubalheira, eu chamo de progresso. Não o frio progresso anglo-saxônico, mas o doce e lento progresso português, que formou nossa tolerância, nossa ambivalência entre o publico e o privado.
Eu sempre fui muito feliz... Sempre adorei os jantares nordestinos, cheios de moquecas e sarapatéis, sempre amei as cotoveladas cúmplices quando se liberam verbas, os cálidos abraços de famílias de máfias rurais... A senhora me pergunta por que eu lhe procurei?
Tudo bem, vou contar.
Outro dia, fui assistir a uma execução. Mataram um neguinho no terreno baldio. Ele implorava quando lhe passaram o fio de nylon no pescoço e apertaram até ele cair, bem embaixo de uma placa de financiamento público. Na hora, até me excitei, mas quando cheguei em casa, com meus filhos vendo High School Musical na TV, fui tomado por este mal-estar que vocês chamam de ‘sentimento de culpa’...
Por isso, doutora, preciso que a senhora me cure logo...Tem muita verba pública aí, muita emenda no orçamento, empreiteiros me ligando sem parar... Tenho de continuar minha missão, doutora...”

A Casa da Moeda II

Gustavo Krause

O que há de comum entre a história do dinheiro e a história da corrupção? O que há de comum entre Manoel Severino dos Santos e Luís Felipe Denucci. No primeiro caso, a história do dinheiro e suas progressivas formas e funções se confundem com o momento em que a humanidade superou o escambo por um objeto que simboliza o valor das mercadorias. Suas formas foram evoluindo: a moeda-mercadoria (sal, gado, cacau), a moeda-metal (ouro, prata, cobre), a moeda-papel (recibos, vales, borós), o papel-moeda e a moeda digital que é o dinheiro eletrônico da economia virtual do século 21, suas funções também evoluíram e a moeda é, hoje, meio de troca, unidade conta e reserva de valor.
Para chegar ao estágio atual, inúmeras e variadas contribuições foram dadas por diferentes civilizações e culturas distintas. Merece registro a cunhagem de moedas na Lídia (três mil anos), a pragmática contribuição do poder centralizado dos chineses, utilizando a casca da amoreira para emissão de papel com valor de moeda, a participação de dois notáveis personagens que foram John Law, brilhante, polêmico e autor do primeiro experimento nacional para emissão do papel-moeda, graças à sua influência sobre o governo francês (1716), e o outro personagem, Benjamin Franklin, o pai do papel-moeda, benfeitor da humanidade com a invenção do para-raio, dos óculos bifocais, do forno Franklin e imortalizado pela efígie das notas US$ 100.
E assim nasce dinheiro. Ideia simplificadora, invenção revolucionária, motor do mundo, fonte de gestos generosos, conquistas admiráveis e motivo dos mais hediondos crimes, entre eles, o crime da corrupção que, impune, destrói os alicerces da sociedade.
Quanto ao que há de comum entre os senhores Mané Biu e Luís Felipe Denucci: foram presidentes da Casa da Moeda, ambos por indicação política, sendo o primeiro por Benedita Silva (PT-RJ) e o segundo, eis o mistério, PTB, o ministro da Fazenda Guido Mantega, ou filho de chocadeira?, ambos deixaram a Casa da Moeda sob graves indícios da prática do crime de corrupção (sobre o assunto escrevi no JC, edição de 14/7/2005, artigo O supervalerio e mané biu), o primeiro, saiu do governo enrolado no assalto do mensalão, o segundo, demitido preventivamente (30/1), antes que viesse à tona matéria publicada na Folha, edição de 31/1, colocando ele e a filha Ana Gabriela como suspeitos de receber propina via duas empresas, constituídas em nome deles nas Ilhas Virgens Britânicas, devidamente confirmadas pela Junta Comercial de Miami. Detalhes "sórdidos": nos últimos três anos, as duas empresas receberam US$ 25 milhões, oriundos do pagamento de comissão (2%) feito por dois fornecedores exclusivos da Casa da Moeda.
Distinto público, ou o Brasil acaba com a farsa da governabilidade ou farsa da governabilidade acaba com o Brasil. Esta é a saúva do século 21. Nunca antes na história deste país, a Casa da Moeda foi moeda de troca dos arranjos políticos. Instituição tricentenária, a Casa da Moeda monopoliza a produção de um dos símbolos nacionais como fazem suas similares no mundo inteiro. Nos Estados Unidos, o Departamento de Estampagem e Impressão, parte da Secretaria do Tesouro, é atração turística e motivo de reverência. Ao final do tour, os visitantes se deparam com a imagem do presidente Lincoln, em tamanho natural, assinando a legislação que autoriza a impressão do dinheiro pelo governo. Por aqui, a Casa da Moeda faz parte do descarado loteamento fisiológico.
Descoberta a tramoia, o que se vê é um jogo de empurra. Toma que o filho é teu, Guido, meu, não, é do PTB. A raiz do mal que se reproduz na enxurrada demissões ministeriais, na completa paralisia da gestão governamental, na recorrente prática de ladroagem do dinheiro público, está na mentira nacional que atende pelo nome de governabilidade.
O título do artigo, Casa Moeda II, tem por inspiração a lógica Hollywoodiana que produz filmes, em série ou sob forma de franquia, com sucesso de público garantido. Aguardemos, pois, a Casa da Moeda III.
 Gustavo Krause, Consultor, foi ministro da Fazenda

POLITICA
Vereadores, a nova pressão na Frente

RUMO ÀS ELEIÇÕES

 Impasse na coligação governista sobre a disputa no Recife preocupa os vereadores, que temem prejuízo na disputa proporcional. Eles vão se reunir na quinta (16)
Em meio ao suspense que reina na Frente Popular a respeito da disputa majoritária no Recife, os vereadores que integram a aliança governista emitiram um sinal de que não pretendem ficar alheios ao debate sucessório, cujo desfecho pode ter consequência na eleição proporcional. Os líderes dos 13 partidos que representam a coalização na Câmara Municipal programaram para a quinta-feira (16) uma reunião com o objetivo de discutir aspectos ainda polêmicos do pleito municipal, como a candidatura do prefeito João da Costa (PT) à reeleição e a tese de múltiplas postulações da Frente.
“A discussão costuma ser feita só entre as lideranças dos principais partidos. Só que, muitas vezes, se esquecem que a eleição é municipal e os vereadores têm um papel fundamental nessa disputa”, assinala o vereador Gilberto Alves, que é presidente estadual do PTN e fiel aliado do governador Eduardo Campos (PSB). Além de serem ouvidos sobre a disputa majoritária, os vereadores querem chamar a atenção dos comandantes do bloco governista para a corrida por uma vaga na Câmara.
Antes de ser definida a opção da Frente para a Prefeitura do Recife, os vereadores desejam que as peculiaridades da disputa proporcional sejam levadas em consideração. “Quem vem discutindo a cidade durante quatro anos somos nós. Não dá para uma meia dúzia de pessoas definirem o rumo de toda uma bancada”, reforça Gilberto.
A articulação do encontro coube ao vereador Sérgio Magalhães (PSD). A intenção, segundo ele, é que cada líder repasse as posições da bancada para a direção de seu respectivo partido. Além de Sérgio e Gilberto, deverão participar os vereadores Aerto Luna (PRP), Alfredo Santana (PRP), Osmar Ricardo (PT), Marília Arraes (PSB), Eri (PTC), Marco de Bria (PT do B), Alexandre Lacerda (PRTB), Augusto Carrera (PV), Edmar Oliveira (PHS) e Antônio Luiz Neto (PTB).

PDT e PSB: diálogo com recados ao PT

Enquanto no PT a ordem é silêncio absoluto em relação à sucessão municipal do Recife, seus aliados se movimentam publicamente na construção de uma alternativa à candidatura do prefeito João da Costa (PT) na Frente Popular. O deputado federal Paulo Rubem Santiago (PDT) esteve reunido ontem com Sileno Guedes (PSB), presidente estadual do partido do governador Eduardo Campos, principal líder da Frente. Na pauta do encontro, a orientação nacional do PDT para expansão no Recife, que inclui a organização de seminários para discutir temas de interesse da cidade e abrir diálogo com os partidos aliados que pode culminar com uma candidatura majoritária, a depender da conjuntura política.
Para Paulo Rubem, a fragmentação em mais de uma candidatura não necessariamente enfraquece a Frente Popular. Ele considera que uma articulação “enquanto propositiva e sem rompimentos” é positiva e não vê problemas para o governador chegar a outubro com o palanque da Frente Popular dividido. “Sileno lembrou muito bem hoje a campanha de 2006, quando não vi problema nenhum em o presidente Lula ficar no mesmo palanque que (os candidatos a governador naquela eleição) Eduardo (PSB) e Humberto Costa (PT)”, alegou.
Sileno reiterou a intenção do PSB de buscar a unidade, mas considera a movimentação dos partidos legítima. Ainda assim, fez um alerta ao PT quanto as consequências da indefinição. “A Frente não pode permitir que essa “fratura exposta” no PT facilite um retrocesso no Recife, que muitas vezes vem disfarçado de novidade”, afirmou, referindo-se à possibilidade de vitória da oposição. “Acredito que os problemas do PT, públicos como estão, dão muito mais munição à oposição do que uma conversa como essa”, emendou Paulo Rubem.

SAÚDE
Para se poupar, Lula ficará hospitalizado
Médicos recomendam que ex-presidente evite o deslocamento diário entre o hospital e a sua casa, em São Bernardo. Boletim informa que Lula está “clinicamente bem”

Agência O Globo

SÃO PAULO – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve permanecer internado no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, até a próxima sexta-feira, quando concluirá as 33 sessões de radioterapia no combate a um câncer de laringe. De acordo com a assessoria do petista, a equipe médica pretende mantê-lo no hospital para poupar Lula do deslocamento diário entre sua casa em São Bernardo do Campo e o hospital em São Paulo. A internação permite também o controle do número diário de visitas e viabiliza mais sessões de fonoaudiologia – procedimento que ajudam na recuperação dos efeitos colaterais do tratamento.
A assessoria de Lula ressalta que essa é a proposta dos médicos, mas que a situação será avaliada diariamente. O ex-presidente foi internado no sábado, no Hospital Sírio-Libanês, com sintomas de inflamação na garganta e no esôfago, além de fraqueza e tosse forte. Ontem, ele se submeteu à 29ª sessão de radioterapia. Em seguida, recebeu a visita de um fonoaudiólogo e de um nutricionista, realizou fisioterapia e foi submetido à hidratação endovenosa. De acordo com a sua assessoria, o ex-presidente vem se alimentando por via oral e sua dieta é baseada em alimentos pastosos, que são de fácil ingestão.
O último boletim médico divulgado pelo Hospital Sírio-Libanês, na manhã de ontem, aponta que o ex-presidente está “clinicamente bem”. O petista recebeu ontem a visita de sua filha, Lurian Cordeiro Lula da Silva, e anteontem conversou com o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Luiz Gushiken, que está internado no 11º andar do Hospital Sírio-Libanês, o mesmo andar onde está internado o ex-presidente. Ontem à tarde, a ex-primeira-dama Marisa Letícia esteve com o petista.
Nos últimos dias, o efeito da radioterapia tem impedido o ex-presidente de ir ao seu escritório no Instituto Lula. Ele também não pôde participar do 32º aniversário do PT, em Brasília, e, por recomendação médica, não vai mais desfilar na escola de samba Gaviões da Fiel, durante o Carnaval. Desde que começou a radioterapia, Lula perdeu cerca de nove quilos.

ECONOMIA
Impostos pesam no bolso dos foliões
A bebida é o item que sofre maior incidência de impostos. A cachaça lidera o ranking, com 81,87% de carga tributária

Raissa Ebrahim

No Carnaval, o folião brinca, mas quem aproveita mesmo é o Leão. Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) mostra que o contribuinte poderia aproveitar bem mais os festejos se não fosse a alta carga que incide sobre os principais produtos da época. A bebida é o item que, segundo o levantamento, mais pesa no bolso do folião. Para se ter ideia, a taxa de impostos embutidos na cachaça chega a 81,87%. Na caipirinha, 76,66%, na cerveja, 55,60%, e, no refrigerante em lata, 46,47%. Nem mesmo a água escapa, com 44,55% do valor total revertido para os cofres públicos.
“No Brasil, tributa-se excessivamente o consumo, o que impede que o brasileiro consuma mais e melhor, especialmente numa data tão propícia como o Carnaval”, diz o presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike. Outra pesquisa realizada recentemente pelo instituto mostra ainda que, dos 30 países de maior carga tributária do mundo, o Brasil é o que apresenta menor retorno em serviços à população.
Para o presidente da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), Fernando Rodrigues de Bairros, os maiores prejudicados, depois dos próprios consumidores – principalmente das classes C, D e E –, são as micros e pequenas empresas, “que não conseguem trabalhar com uma engenharia tributária capaz de driblar os altos impostos”. “A quem sustentamos com tanto imposto? Vale realmente a pena pagar todas essas taxas e não ter retorno?”, questiona.
“A alta carga favorece as multinacionais e cria concorrência desleal com as grandes indústrias do segmento. Existe consenso dentro do setor de que deve haver uma modificação urgentemente. Entretanto, há vários interesses conflitantes, de diversos agentes envolvidos, o que termina dificultando as negociações”, complementa Bairros.
O peso da carga dos itens de vestuário típicos do Carnaval também não ficam atrás. É de 33,91% para fantasias com arame e de 36,41% para fantasias de tecido, além de 42,71% para máscaras de lantejoulas, 43,93% para máscaras de plástico e 42,19% para biquínis de lantejoulas. Outros acessórios indispensáveis na festa também estão no levantamento do IBPT: o colar havaiano, com 45,96% de tributos, e o spray de espuma, com 45,94%.

Polêmica marca negociação salarial

Em ano de eleições municipais, as negociações para o reajuste dos servidores da Prefeitura do Recife começaram de forma atropelada. Coordenadora do Fórum dos Servidores Municipais, Andrea Batista, em entrevista à JC/CBN na manhã de ontem falou em “greve geral” e marcou um gol contra os servidores. Professora, disse que se não forem atendidos, os trabalhadores farão o que sabem fazer melhor: parar. A prefeitura e mesmo outras categorias estranharam o tom de voz elevado no início das negociações.
A legislação eleitoral determina que qualquer reajuste salarial para os servidores só pode ser concedido até oito meses antes das eleições. Ou seja, o prazo para os aumentos se esgota em abril.
Os reajustes seguem para a Câmara dos Vereadores de forma separada, por categoria. Mas o Fórum dos Servidores apresenta, como uma pauta única, geral, um aumento de 14,13% nos salários e de mais 8% no vale-refeição. Ano passado, a prefeitura concedeu reajuste de 4%, abaixo da inflação do período calculada pelo Fórum do Servidores.
Durante toda a conversa, ela insistiu em uma expressão específica. Disse que os servidores esperam um “tratamento diferenciado” do prefeito João da Costa, este ano. Questionada, ela não teve problemas em confirmar que é por causa das eleições municipais. “É. Na verdade, na verdade, tem tudo a ver também, né?”, afirmou Andrea, deixando escapar uma pequena risada.
Momentos depois, veio o “gol contra”, que atacou a imagem dos próprios servidores. “Caso isso não ocorra, a gente vai fazer o que a gente sabe fazer melhor: parar a Prefeitura do Recife”, afirmou Andrea Batista.
O vereador Osmar Ricardo (PT) já presidiu duas vezes o Sindicato dos Servidores Municipais do Recife (Sindsepre) e ainda hoje acompanha de perto a movimentação nas mesas de negociação e estranhou o tom de voz. “Ainda estão acontecendo as assembleias de cada categoria, da URB, da Emlurb. Depois, todas vão sentar à mesa e unificar sua posição”, comentou o vereador.
Diretor de Relações do Trabalho da prefeitura, Paulo Ubiratan disse que a primeira pauta de reivindicações, mais geral, chegou há apenas oito dias.
De acordo com ele, isso ocorreu até porque janeiro é mês de férias e os próprios trabalhadores tiveram dificuldades em se articular de forma mais rápida.
“Desde 2005, tentamos tratar os desiguais de forma não igual, tentando incorporar vencimentos, planos de cargos e carreiras. Se aplicarmos apenas reajustes lineares, apenas vamos ampliar as desigualdades”, comenta Ubiratan.
“A prefeitura não vê nenhum motivo para esse tonzinho mais forte. Dentro do que for possível, vamos nos acertar”, afirmou o diretor da prefeitura.

Petrobras dá mais prazo para PDVSA

RIO – O diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que está preparando a carta de resposta à estatal venezuelana PDVSA sobre o projeto de parceria das duas companhias na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. O executivo disse que a PDVSA pode entrar de sócia até a refinaria começar a funcionar.
A empresa venezuelana ainda não apresentou as garantias requeridas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o empréstimo-ponte de R$ 10 bilhões do qual a venezuelana participaria com 40%.
Costa também disse que as importações de gasolina este ano devem permanecer equivalentes às do ano passado, mas a importação de diesel pode ser reduzida em 2012. O diretor explica que, em meados deste ano, entra em operação uma nova planta de coque da Repar, que vai aumentar a produção de diesel em 30 mil barris/dia.
Na semana passada o ministro venezuelano do Petróleo, Rafael Ramírez, disse que a PDVSA esperava concretizar em março a sua participação na construção da Refinaria Abreu e Lima. “Apresentamos uma série de garantias ao BNDES, que é quem está dando o empréstimo para a refinaria. Nos ajustamos a todos os seus requerimentos e agora temos um prazo de até 31 de março deste ano para finalizar o nosso ingresso”, disse.
Antes dessa declaração, a Petrobras havia informado à estatal venezuelana que indicou, através de uma carta, que ainda não contava com o aval do BNDES para se somar como sócio do projeto da refinaria, onde espera ter 40% de participação.

CAPA DOIS
Campanha antiaids mais comportada

BRASÍLIA – O Ministério da Saúde apresentou ontem o novo vídeo dirigido ao público jovem gay e que substituirá o filmete vetado na semana passada, que tinha cenas de dois rapazes numa boate. O novo filme, mais burocrático e cheio de números do Boletim Epidemiológico da Aids, traz dois locutores – um homem e uma mulher – apresentando dados sobre a infecção entre os jovens homossexuais.
O Ministério da Saúde determinou ao Programa de Aids, da própria pasta, que retirasse do ar, na semana passada, o vídeo com as cenas da relação homossexual.
O material de divulgação do programa chegou a anunciar que o filme que gerou toda a polêmica seria veiculado também na TV aberta e na internet. O ministério determinou o veto e informou que o vídeo não deveria ter sido divulgado na internet e que será exibido apenas em espaços fechados frequentados por homossexuais. O vídeo oficial, com logotipo do Ministério da Saúde, foi distribuído nas redes sociais.
No novo vídeo, os locutores apresentam dados sobre a infecção em jovens gays e afirmam que, nos últimos 12 anos, aumentou 10% a infecção entre jovens com idades entre 15 e 24 anos. Dizem ainda que, entre jovens com idades de 13 a 19 anos, a relação é de dez mulheres infectadas para cada oito homens. O vídeo encerra com a mensagem “Aids não tem cura, previna-se”.
O vídeo está na capa do site do Ministério da Saúde e será veiculado em TV aberta a partir de hoje. A campanha foi batizada “No Carnaval rola de tudo, só não rola sem camisinha”. Os jovens gays são o público-alvo deste ano. O custo da campanha é de R$ 15 milhões. Na semana passada, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, negou que houve censura ao vídeo dos gays.
Para o presidente do Grupo Pela Vidda, de São Paulo, Mario Scheffer, a nova campanha é um improviso e, para ele, comprova que houve censura e veto à campanha original. “Certamente, é a pior campanha de Carnaval já feita em toda história do Programa de Aids do Brasil. Essa discriminação dentro do próprio governo é co-responsável pelo crescimento da epidemia nessa população.”

Flagrante de crime ambiental no Sertão

Uma equipe de fiscalização da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) flagrou, ontem, a prática de crime ambiental no município de Serra Talhada, Sertão pernambucano.
Em meio a uma ação rotineira de vistoria para emissão de uma licença ambiental os fiscais acabaram encontrando 4.870 estacas de madeira oriunda da Mata Atlântica, número recorde, segundo a CPRH. Entre as espécies nativas desmatadas sem a autorização da agência foram encontradas angico, jurema e aroeira.
O flagrante de crime ambiental ocorreu no loteamento Poço da Cruz, na mata da Fazenda Estrelinha. O loteamento e a fazenda pertencem a uma construtora, que recebeu dos fiscais da CPRH dois autos: um de apreensão e outro de infração (este contendo multa no valor de R$ 33 mil).
Ao chegar à sede da CPRH, a equipe analisou a imagem de satélite da área desmatada e constatou que foram 47 hectares de mata devastados – outro número recorde. Por este motivo, o infrator receberá outro auto, desta vez, no valor de R$ 14 mil.
A agência disponibiliza o telefone de sua Ouvidoria Ambiental (3182-8923) para denúncias ou solicitações de informações, que também podem feitas pelo site do órgão: www.cprh.pe.gov.br.

SUS terá de distribuir remédio para AVC

BRASÍLIA – O medicamento Alteplase, usado para tratar pacientes que sofrerem acidente vascular cerebral (AVC) do tipo isquêmico, deverá ser distribuído gratuitamente na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) dentro de 30 dias, por determinação de liminar da Justiça Federal de São Paulo. A decisão é válida para todo o País.
Desde setembro de 2009, o Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo acompanha a interrupção da distribuição do medicamento na rede pública de saúde, e solicita explicações ao Ministério da Saúde dos motivos da falta de distribuição da droga. Segundo o MPF, o ministério alegava que a distribuição do medicamento dependia da publicação de uma portaria, que aconteceria “em conjunto com portarias que incluem um procedimento compatível na tabela do SUS e que estabelecem critérios exigidos dos hospitais para sua utilização”.
A juíza Tânia Regina Marangoni, autora da liminar, argumentou que o prazo para a conclusão dos procedimentos que autorizavam a distribuição do Alteplase já se desenrolava há mais de dois anos, período que ela considerou suficiente para a conclusão dos procedimentos administrativos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, aproximadamente 100 mil pessoas morrem por ano no Brasil vítimas de AVC. O Alteplase é indicada para o tratamento de cerca de 80% dos acidentes vasculares cerebrais registrados no País.

BRASIL
Tropas federais ficam em Salvador

SALVADOR – Mesmo com o fim da greve da Polícia Militar da Bahia, tropas federais permanecerão no Estado para patrulhar as ruas de Salvador durante o Carnaval. O anúncio foi feito ontem pelo governador Jaques Wagner (PT), em sua primeira declaração após o término da paralisação de 12 dias. Nesse período, houve 176 homicídios na capital e região metropolitana.
Segundo ele, o reforço federal é uma “precaução”, já que 23 mil PMs e policiais civis baianos deverão trabalhar no Carnaval, período em que o Estado deve receber 500 mil visitantes. Wagner disse que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, autorizou a permanência de 380 dos 450 homens que a Força Nacional de Segurança enviou ao Estado. As Forças Armadas, que chegaram a ter 3.900 homens na Bahia, também vão manter a patrulha.
Jaques Wagner voltou a criticar os grevistas que praticaram atos de vandalismo. “Uma coisa é reivindicar, outra é estabelecer um clima de terror”, afirmou. O governador negou ter privilegiado a orla e os pontos turísticos em detrimento da periferia durante a greve.
O secretário de Segurança, Maurício Barbosa, contudo, admitiu a falta de policiamento e disse que houve a opção de manter tropas em áreas com maior concentração humana, como terminais de ônibus e hospitais. “Alguns bairros podem ter tido um déficit de policiamento e da presença do Exército”, disse.

Rápidas - Jornalista morto na fronteira com o Paraguai

O jornalista Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, 51 anos, foi morto a tiros na noite de anteontem na cidade de Ponta Porã (MS), na fronteira do Brasil com o Paraguai. Paulo Rocaro, como era conhecido, editava o Jornal da Praça – veículo impresso local de circulação diária – e também dirigia o site de notícias mercosulnews.com. Sozinho, ele dirigia o próprio carro quando foi atacado por dois homens que estavam em uma motocicleta. Foram mais de dez tiros. Levado para um hospital, o jornalista morreu seis horas depois. A polícia diz que não descarta motivação política, mas afirma que não havia registro de ameaças contra ele.

CIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
Relator de código descarta anistia
Texto, aprovado na Câmara em maio, permitia atividades agropecuárias em área de preservação. Nova votação será em março

BRASÍLIA – O relator do Código Florestal no retorno do texto à Câmara, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), afirmou que não pretende restaurar a polêmica emenda que anistiava desmatadores. Piau foi um dos proponentes da chamada emenda 164, aprovada por 410 votos a 63 no plenário da Câmara em maio, que impôs à presidente Dilma Rousseff sua primeira derrota no Legislativo. O texto permitia a continuação de todas as atividades agropecuárias nas chamadas áreas de preservação permanente (APP), incluindo desmatamentos futuros.
A emenda foi o principal cavalo de batalha do código no Senado, com a ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira, empenhada em mudá-la, o que os relatores Luiz Henrique (PMDN-SC) e Jorge Viana (PT-AC) fizeram. A bancada ruralista na Câmara nunca aceitou a eliminação da emenda 164, e tem ameaçado rejeitar o texto do Senado em favor da emenda polêmica – que Dilma disse que vetaria.
Segundo Piau não vale a pena resgatar o texto. “Na minha avaliação, íamos chegar no mesmo ponto com a 164 ou com o projeto do Senado”, afirmou. Haverá áreas de produção consolidadas e o que for importante para o meio ambiente nós vamos buscar, continuou.
Ele disse que o texto da emenda na Câmara foi bom, mas não se sustenta tecnicamente. “Na última semana antes do dia 6 de março (quando o código deve começar a ser votado), vamos sentar com consultores e gente de fora para tomar uma decisão”, disse.

REUNIÃO
Hoje, Piau deve se reunir com os ministros da Agricultura,Mendes Ribeiro, de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e Izabella Teixeira para apresentar propostas de alteração ao Código Florestal do Senado.
O governo não quer mexidas no texto do Senado. Os ruralistas querem mexer em tudo. Piau disse que vai tentar facilitar a vida da presidente para não ter veto, mas já adiantou que recebeu uma centena de sugestões de mudança e acredita que o texto será alterado.

INTERNACIONAL
Capriles evita briga com Chávez

CARACAS – O recém-escolhido candidato da oposição para a eleição presidencial de outubro na Venezuela, Henrique Capriles, prometeu ontem levar adiante “uma nova forma” de fazer política, mais conciliadora e sem brigar com o presidente Hugo Chávez, a quem enfrentará.
“Ficou claro o que o país busca: uma nova liderança, uma nova maneira de fazer política, uma mudança”, declarou o governador do Estado de Miranda, no norte, em uma coletiva de imprensa um dia depois de ser eleito com 1,8 milhão de votos nas eleições primárias.
“Não me escolheram para brigar com ninguém, mas para solucionar problemas”, comentou, se referindo a Chávez, o qual enfrentará nas eleições do dia 7 de outubro. “Ele vai ter que brigar apenas com o espelho, porque não me interessa brigar. Minha preocupação é enfrentar os problemas, e não falar o dia todo”, acrescentou o advogado de 39 anos que muitas vezes criticou Chávez por seus longos discursos.
Capriles, com uma carreira política iniciada há 14 anos como deputado e depois como prefeito, garantiu que durante sua campanha presidencial percorrerá a Venezuela “como ninguém percorreu em anos, como talvez tenham feito em 1998”, em alusão à campanha que levou Chávez ao poder pela primeira vez.
O candidato, que, ao vencer, tem o apoio de todos os partidos de oposição reunidos na Mesa da Unidade, disse também que não vai “tirar nada de ninguém” ao ser questionado sobre as expropriações que o governo realiza há dois anos, e que incentivará os investimentos privados.
Henrique Capriles, descendente de uma família judia apesar de se declarar católico, afirma não se preocupar “em nada” com a grande quantidade de recursos de que o governo dispõe neste ano eleitoral graças aos altos preços do petróleo.
Capriles ganhou anteontem com 62,2% dos votos, muito à frente de seu adversário mais direto, o também líder regional Pablo Pérez (29%), em primárias com a participação de 2,9 milhões de eleitores.

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