PRIMEIRA PÁGINA
Carnaval
menos violento
Foram registrados 59 homicídios nos dias de folia no
Estado, 10,7% menos do que em 2011. Segundo a Secretaria de Defesa Social,
esquema contou com 35.829 profissionais, 2.421 viaturas e tecnologia de ponta,
num investimento de R$6 milhões.
Via-crúcis
do SUS
Na abertura da Campanha da Fraternidade, arcebispo
critica saúde pública.
COLUNAS
Cláudio
Humberto
Planalto segura nomeação
A Casa Civil ainda não nomeou o indicado do líder
do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), para a direção-geral do Departamento
Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs). Gato escaldado, o governo submete a
indicação de Emerson Fernandes Daniel Jr. a rigoroso raio-x. Ele presidiu a
Cia. Docas do Rio Grande do Norte e hoje é um dos gerentes da Codern, órgão de
planejamento do governo potiguar. Evitando desgaste maior no relacionamento com
o Planalto, Henrique Alves pediu ao vice-presidente Michel Temer para cobrar a
nomeação. O outro diretor do Dnocs, Elias Fernandes, indicado de Henrique
Alves, foi demitido sob denúncias de supostos desvios de R$ 300 milhões.
Desafiada por Henrique Alves a demitir Elias Fernandes, Dilma resolveu dar uma
canseira no líder do PMDB, segundo fonte palaciana. Por determinação de Dilma,
a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) só libera nomeações após varredura
minuciosa na ficha do indicado.
A cartilha de Carvalho
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da
Presidência – foto), que visitava a Santa Sé, condenou na Rádio Vaticano o
“sexismo” e até o “consumismo exacerbado” no Brasil. Esqueceu que a ordem de
Lula, o criador da chamada Classe C, foi consumir, consumir, consumir.
Apartamento
A ministra Ana Arraes, recém-nomeada para o
Tribunal de Contas da União, deixou indignados os amigos do ministro aposentado
Ubiratan Aguiar. Ela se recusou a herdar o apartamento funcional que o
ex-presidente do TCU ocupou por dez anos, alegando que lembrava uma cela da
ditadura. Político progressista, que deu seguidos exemplos de dignidade e
honradez no TCU, Aguiar em nada lembra um presidiário.
Ocupação ilegal
Ministra do TCU, que fiscaliza os bons costumes
públicos, Ana Arraes ocupa ilegalmente imóvel da Câmara, como esta coluna
revelou dia 17.
Imobiliária
A nova ministra do TCU aguarda a reforma de um
apartamento bem maior, de 250 metros quadrados, que o Senado promete ceder.
Nem mais...
Os ministros do TCU José Jorge e José Mucio,
conterrâneos de Ana Arraes, vivem em apartamentos de senador. Ela exige o
mesmo.
Indelicadeza inútil
Após demorado chá de cadeira, a presidente Dilma
finalmente decidiu receber hoje as credenciais de 20 embaixadores, até de
parceiros importantes como China, Israel, Argentina, Suécia e Irã.
“Boi de piranha”
Para o deputado Brizola Neto (PDT), a candidatura
de José Serra a prefeito serve mais para “boi de piranha”: “Permitiria a tropa
tucana atravessar sem baixas o ribeirão profundo das eleições paulistanas”.
Carnaval
A Câmara dos Deputados esticou o Carnaval. Nenhuma
comissão marcou sessões para hoje, amanhã ou depois. Já virou tradição, em anos
anteriores foi a mesma coisa. Só voltam a funcionar na terça-feira.
Fogo amigo
Após se refestelar no camarote do prefeito do
Recife, João da Costa, no desfile do Galo da Madrugada, o presidente do PT-PE,
deputado Pedro Eugênio, saiu falando mal do anfitrião. No camarote vizinho, da
Globo, disse que o PT ainda não o definiu como candidato a reeleição.
Frase
"A gestão é muito favorável, bem avaliada,
felizmente
Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, ignorando
pesquisas que reprovam sua gestão
Velho cansativo
A saída do velho porta-aviões São Paulo foi adiada
por problemas técnicos do dia 6 para o domingo (26), e o cansaço com o trabalho
intenso pode ter provocado o acidente que matou um marinheiro. O navio foi
fabricado na França há 40 anos.
Mulher-homem
Além de tórax, bícepes e pernas de jogadores de
futebol, algumas mulheres deixaram de ser musas, se exibindo tão masculinizadas
no Carnaval que tinham até gogó. São os efeitos das doses de hormônios
masculinos nelas administradas.
EDITORIAL
Quem tem
medo do TCU?
O Tribunal de Contas da União (TCU) conta com uma
agenda de trabalho cheia. Talvez por isso tenha sido alvo de crítica no
discurso de posse do novo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, ex-líder do
PP na Câmara de Deputados. Para o ministro, a burocracia dos organismos de
controle é tão complicada que desestimula os gestores públicos, os quais podem
“deixar de fazer por medo de ser penalizados”. Contra o rigor técnico e
apolítico, a lógica política defendida pelo reforço na equipe de Dilma Rousseff
prega o estabelecimento de “uma nova relação” entre os órgãos de controle e o
Poder Executivo.
Provavelmente, uma relação que relaxe a vigilância
e afrouxe os mecanismos de transparência que atrapalham a vida e os esquemas de
quem tem algo a esconder. Os incômodos gerados pelo TCU refletem a
vulnerabilidade dos contratos e projetos governamentais, cuja detecção quase
sempre aponta para um fio de corrupção. Somente este ano, os ministros do TCU
foram protagonistas de notícias problemáticas para o setor público, em diversas
regiões do País. Graças a este trabalho, foi suspenso o edital de licitação para
as obras de implantação do Trecho Norte do Rodoanel Mario Covas, em São Paulo.
O edital para a transposição do Rio São Francisco
também foi suspenso, por indícios de direcionamento a empreiteiras, na
contratação de um trecho ao custo de R$ 720 milhões. O leilão dos aeroportos de
Brasília, Guarulhos (SP) e Viracopos (Campinas) foi aprovado com ressalvas pelo
TCU, que solicitou correções nos próximos editais à Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac). A avaliação de políticas públicas é uma das funções do Tribunal
de Contas da União.
Há alguns dias, relatórios de auditorias
operacionais do órgão levantaram questionamentos sobre a eficiência do Sistema
Nacional de Políticas Públicas Sobre Drogas (Sisnad). As principais conclusões
disseram respeito às deficiências de pessoal e equipamentos da Polícia Federal
para combater o tráfico nas fronteiras, e ao número insuficiente de Centros de
Atenção Psicossocial (Caps), para o tratamento especializado de dependentes de
álcool e outras substâncias. A atuação do Tribunal tem ocasionado baixas e
desconforto no governo federal.
Depois de ser exonerado da direção da Codevasf,
Clementino Coelho, irmão do ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho,
foi multado em R$ 7 mil por irregularidades na estatal, em decorrência de
auditoria feita pelo TCU. O Ministério das Cidades, que trocou de ministro por
denúncias veiculadas na imprensa, está na mira do TCU: foi solicitada a
apresentação de um plano com a finalidade de evitar a gastança de recursos
federais em contratos firmados por licitações irregulares em obras de
habitação.
Zelar pelo dinheiro dos brasileiros, impedindo,
quando for possível, e revelando, quando não o for, o sumidouro da corrupção, é
a missão que o TCU vem cumprindo. Se os desvios e os abusos persistem, apesar
dos órgãos de controle, a situação seria ainda pior se não houvesse
fiscalização nenhuma, como parece desejar o ministro das Cidades.
POLITICA
Milton
se articula e reforça a reeleição
Vice passa a se movimentar mais no bastidor político da
Frente Popular, reforçando a tese de unidade em torno do prefeito João da Costa
(PT). E deve permanecer na chapa
Bruna Serra
Silenciosamente ele vai se aproximando dos aliados,
ensaiando costuras políticas e, para alguns governistas, garantindo os caminhos
de sua própria reeleição. O vice-prefeito do Recife, Milton Coelho (PSB), não
gosta de chamar atenção, se sente mais à vontade atuando nos bastidores.
Enquanto o prefeito João da Costa (PT) se aproxima do clímax do processo
eleitoral, o vice começa a procurar os partidos aliados, determinado a ver
unida a Frente Popular na capital. Poucas horas antes do início oficial da
folia momesca, na última sexta-feira (17), Milton Coelho estava reunido com o
Partido Socialista Cristão (PSC), cujo principal expoente é o deputado federal
Carlos Eduardo Cadoca, adversário na campanha eleitoral de 2008. Ponderou que a
unidade é o melhor caminho para que a Frente continue no poder.
Milton Coelho também tem suas conversas com o
núcleo petista, tudo acompanhado de perto pelos olhos do mestre socialista, o
governador Eduardo Campos. Neste Carnaval participou ativamente de todos os
eventos oficiais ao lado do prefeito, mostrando que a vaga de vice, não restam
dúvidas, é sua. A tese de candidatura própria no PSB já é coisa do passado.
Na avaliação do vice-prefeito, não há, entretanto,
que se ter pressa no debate sucessório. “Ainda temos muito tempo pela frente,
além disso, é fundamental que não se entenda essa eleição como a primeira que
acontece na cidade. Precisamos avaliar o histórico de eleições anteriores, que
foram muito mais complicadas do que essa”, ponderou ele, ontem, após entrevista
coletiva para balanço do Carnaval 2012.
Atuando como uma espécie de bombeiro da base
aliada, Milton Coelho é nome certo para se manter na vice de João da Costa. Não
há liderança de partido algum que duvide da presença do socialista. Essa é a
melhor forma de manter o partido do governador sob observação até que o xadrez
de 2014 comece a se desenhar. “A tendência hoje é a construção da unidade,
repactuando aquilo que seja necessário repactuar”, asseverou ele. O vice tem
atuado exatamente sobre as insatisfações da base, ouvindo as queixas de cada
partido aliado e propondo um novo pacto político. “Não está existindo má
vontade, todos os partidos estão com boa vontade. É o terreno da política que
precisa ser arrumado. É aí que estou ajudando”, afirma Milton Coelho.
João da
Costa recepciona Dilma
Com o cerco político se fechando em torno da
sucessão municipal, o prefeito João da Costa (PT) começa a mostrar que também
tem suas cartas na manga. Na próxima terça-feira (28), posará para quem quiser
ver ao lado da presidente Dilma Rousseff (PT), que confirmou visita ao Recife
para participar da inauguração do 22° conjunto habitacional da cidade, o Via
Mangue. A notícia foi dada pelo vice-prefeito Milton Coelho (PSB), pela manhã,
e confirmada com receio pelo prefeito. “Está praticamente confirmado, mas só
vou dar a confirmação definitiva quando o pessoal aqui estiver se organizando
para recebê-la”, disse à tarde. Entretanto, no início da noite, a equipe
responsável pela agenda da presidente confirmou sua visita.
A iniciativa do convite partiu do próprio João da
Costa, que fez questão de acionar o Palácio do Planalto, convidando Dilma
Rousseff para a visita. “Liguei para o Palácio, mandamos um material mostrando
que a Via Mangue é a obra do PAC da Copa mais avançada no Brasil e que a nossa
política de habitação é um bom exemplo para o País todo”, contou o prefeito,
após a coletiva de balanço do Carnaval deste ano.
Apesar das negativas de João da Costa em tratar o
encontro como pauta política, a visita da presidente deverá ter forte conotação
eleitoral. Reforça o nome do prefeito diante de um PT dividido no Estado, que
ainda resiste em referendar seu nome como único representante das forças
governistas no pleito de outubro. ”Vocês conhecem o estilo da presidenta, que
não trata de política, prefere pautas administrativas. Não vou ter nenhuma
conversa sobre eleição com ela”, assegurou João da Costa.
A agenda completa da presidente ainda não foi
fechada. Após a inauguração do habitacional, é possível que ela tenha um encontro
com o governador Eduardo Campos (PSB). A última passagem de Dilma por
Pernambuco ocorreu nos dias 8 e 9 deste mês, quando visitou as obras da
Transposição do Rio São Francisco, no Sertão, ao lado do ministro da Integração
Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB).
Depois de passar o feriado do Carnaval na Base
Naval de Aratu, na região metropolitana de Salvador (BA), a presidente Dilma
voltou ontem a Brasília. Dilma estava na Bahia desde a sexta-feira (17). Ela
viajou acompanhada da filha, do genro e do neto. A mãe e a tia de Dilma também
passaram o feriado na base militar. (B.S.)
Militares
expõem incômodo político
GOVERNO Em nota assinada por membros da reserva do
Exército, da Aeronáutica e da Marinha, militares condenam a posição de “alguns
ministros” quando o assunto é ditadura
Agência O Globo
RIO – Os representantes dos clubes militares das
Forças Armadas deixaram claro ontem que estão incomodados com o posicionamento
de ministros do governo Dilma Rousseff quando o assunto é a ditadura militar.
Em nota assinada por representantes de reservistas do Exército, da Marinha e da
Aeronáutica, os militares “expressam a preocupação com as manifestações de
auxiliares da presidente sem que ela, como a mandatária maior da nação, venha a
público expressar desacordo”.
Os clubes citam três episódios que justificariam a
opinião de que o governo Dilma estaria se afastando do compromisso assumido
durante a posse – o de que governaria para todos os brasileiros, “respeitando
as diferenças de opinião, de crença e de orientação política”, como relembra a
nota.
Além de uma entrevista da ministra da Secretaria
dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, ao jornal Correio Brasiliense, o
documento critica o discurso de posse da nova ministra da Secretaria de
Política para Mulheres, Eleonora Menicucci – considerado muito crítico ao
regime militar.
Diz a nota dos militares: “... Teceu críticas
exarcebadas aos governos militares e, se autoelogiando, ressaltou o fato de ter
lutado pela democracia (sic), ao mesmo tempo em que homenageava os companheiros
que tombaram na refrega. A plateia aplaudiu a fala, incluindo a Sra.
Presidente. Ora, todos sabemos que o grupo ao qual pertenceu a Sra. Eleonora
conduziu suas ações no sentido de implantar, pela força, uma ditadura, nunca
tendo pretendido a democracia”.
CRÍTICA AO PT
O documento também faz críticas ao conjunto de
resoluções políticas aprovado por ocasião dos 32 anos do PT. De acordo com a
nota divulgada pelos militares, o item que diz que o PT estará empenhado junto
com a sociedade no resgate da memória da luta pela democracia durante o período
da ditadura militar “é uma falácia, posto que, quando de sua criação, o governo
já promovera a abertura política, incluindo a possibilidade de fundação de
outros partidos políticos, encerrando o bipartidarismo”.
ECONOMIA
Operários
fazem assembleia hoje
Em greve desde sexta-feira passada, funcionários da
Odebrecht na obra da PetroquímicaSuape decidem se voltam ao trabalho
Operários da Odebrecht Engenharia Industrial que
trabalham na obra da PetroquímicaSuape fazem assembleia hoje pela manhã no
canteiro de obras do empreendimento, no Complexo de Suape. O encontro será para
decidir se os 8.500 funcionários voltam ao trabalho ou se mantêm a greve,
iniciada desde a última sexta-feira. De acordo com o Sindicato dos
Trabalhadores na Construção Pesada de Pernambuco (Sintepav-PE), o que motivou a
paralisação foram erros no pagamento do programa de participação nos lucros e
resultados (PLR).
A Odebrecht informou, por meio de sua assessoria de
comunicação, que vai enviar normalmente os 166 ônibus para transportar os
trabalhadores até o canteiro de obras. A empresa diz, ainda, que cumpre o que
está previsto no acordo de convenção coletiva de trabalho, firmado entre o
Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) e o Sintepav/PE
em setembro de 2011. Mesmo sem acordo na negociação com a comissão de
funcionários na sexta-feira passada, a empreiteira garante que vai pagar amanhã
um bônus por desempenho para todos os trabalhadores da área de produção, junto
com o PLR.
A diretoria do Sintepav-PE diz que os funcionários
reivindicam o pagamento de 150 horas do PRL, mas que a empresa só admitiria
remunerar 130 horas. Diante do impasse, os sindicalistas dizem que agora vão
solicitar que seja refeito o cálculo para que sejam pagas 220 horas de PRL para
todos os trabalhadores.
Com a greve, a obra passou cinco dias paralisada.
Segundo a Odebrecht, os trabalhos seriam mantidos mesmo durante o Carnaval,
obedecendo a um esquema de escala. Ontem, a perspectiva era retomar o
expediente normalmente, mas o sindicato decidiu realizar a assembleia apenas
nesta quinta-feira, após a folia de Momo.
A paralisação deverá prejudicar ainda mais o
cronograma da obra da PetroquímicaSuape, que já está atrasado. A primeira das
três fábricas do complexo petroquímico já deveria ter sido entregue em dezembro
de 2011. Agora, o novo prazo é até o final do primeiro semestre. Com
investimento de R$ 4 bilhões, o complexo é integrado por uma fábrica de resinas
PET (para fabricação de embalagens), uma de PTA (polímero que é a matéria-prima
do PET) e uma de POY (filamentos para a indústria têxtil). As fábricas são um
investimento da Petrobras.
No ano passado, o Complexo de Suape viveu uma onda
de paralisações. A maior delas foi protagonizada, em março, por 34 mil
trabalhadores das obras da Refinaria Abreu e Lima e da PetroquímicaSuape. Os
funcionários apresentaram uma extensa lista de reivindicações. Num processo
bastante intrincado, as negociações entre patrões e empregados foram
intermediadas pelo Ministério Público do Trabalho de Pernambuco (MPT).
Audiência
pública debate adutora
Os detalhes da primeira etapa de implantação da
Adutora do Agreste serão apresentados na audiência pública que a Companhia
Pernambucana de Saneamento (Compesa) realiza hoje às 10 horas no auditório da sede
da empresa, na Avenida Cruz Cabugá, nº1387, em Santo Amaro. O empreendimento é
estruturador porque vai fazer com que a água da transposição do Rio São
Francisco chegue até o Agreste pernambucano, região que apresenta pouca
disponibilidade de água.
A população pode participar do evento que tem a
finalidade de promover um debate sobre a primeira etapa da adutora, a qual vai
passar por 12 municípios. O evento deve reunir secretários, prefeitos e
representantes das cidades que serão beneficiadas.
A audiência faz parte do processo de licitação e é
realizada por exigência das Lei das Licitações, estabelecendo que o evento deve
ocorrer com uma antecedência de 15 dias úteis do dia da publicação do edital
(para a contratação das obras).
O edital de licitação será publicado na primeira
quinzena de março, segundo o presidente da Compesa, Roberto Tavares.
A primeira etapa da adutora tem um custo estimado
em R$ 1,3 bilhão para implementar cerca de 400 quilômetros. Desse total, 90%
serão da União e 10% vão sair dos cofres estaduais.
Na primeira fase do empreendimento, os 12
municípios que serão beneficiados são: Arcoverde, Pesqueira, Sanharó, Belo
Jardim, Alagoinha, Venturosa, Pedra, Buíque, Tupanatinga, Itaíba, Águas Belas e
Iati.
A previsão da Compesa é iniciar as obras no dia 28
de julho com uma expectativa de concluir os trabalhos num prazo de 24 meses.
Inteira, a Adutora do Agreste terá 1.300
quilômetros de extensão, beneficiando 68 municípios do Sertão e Agreste. No
entanto, para a água da transposição chegar à adutora o governo federal terá
que construir o Ramal do Agreste, um canal que vai captar a água da
transposição do Rio São Francisco (em Custódia, no Eixo Leste) e levá-la até
Arcoverde, onde começa a Adutora do Agreste. O governo federal anunciou que o Eixo
Leste vai estar funcionando em 2014.
Já o Ramal do Agreste será construído pela União e
o edital de licitação das obras ainda não foi publicado pelo governo federal.
Água da
transposição matou sede de foliões
Foliões de Olinda, Recife, João Pessoa, Fortaleza e
Natal mataram a sede neste Carnaval com água do projeto da transposição do Rio
São Francisco. Não que os mais de 700 quilômetros da obra ficaram prontos – ela
sairá em 2015. Foi uma curiosa ação de divulgação para popularizar o tema, com
a distribuição de 140 mil copos de água mineral e folhetos com a marca Projeto
São Francisco. A ação custou R$ 200 mil.
Oitenta pessoas trabalharam com a entrega da água.
Nos copos e no uniforme do pessoal havia a logomarca do Projeto São Francisco,
a do governo federal e a frase “água a quem tem sede”. Embora não tenha havido
registros de entrega dos copos em carnavais anteriores, o ministério assegurou
ontem que há distribuição deles desde 2008 em datas comemorativas na área de
influência do projeto: Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
No último dia 5, o JC iniciou uma série de
reportagens mostrando o descompasso do projeto, que deveria ficar pronto este
ano pelo prazo original.
Mas o que se viu na prática foi abandono das obras,
degradação de parte do que ficou pronto e desgaste eleitoral, entre outros
problemas.
No dia 8, a presidente Dilma Rousseff fez sua
primeira visita às obras desde que assumiu o cargo e foi dura na cobrança de
resultados das empreiteiras. O governo garantiu a plena retomada da obra até
junho.
“A estratégia agora é aproveitar datas
comemorativas para reforçar esta ação. O objetivo é conscientizar e despertar
as pessoas sobre a importância do projeto”, informa o ministério, em nota.
Cosan
compra parte de empresa de logística para fortalecer distribuição
A Cosan quer se fortalecer na área de infraestrutura
no Brasil e a participação do bloco de controle da ALL (América Latina
Logística S.A) seria mais uma passo nesta direção, de acordo com o presidente
da Cosan, Marcos Lutz. A Cosan anunciou ontem uma oferta para comprar
participação de cerca de 5% da ALL, por R$ 896,5 milhões. Segundo Lutz, a ALL é
a grande espinha dorsal do agribusiness brasileiro e fazer parte da empresa
está dentro da estratégia do grupo de elevar a participação em infraestrutura,
como a participação da Cosan na Rumo Logística, na Radar Terras e também do
etanolduto Logum, em parceria com a Petrobras.
Para fechar a operação, o que é esperado para ser
efetivado em algumas semanas, é necessário a aprovação dos demais acionistas da
ALL. “A operação também vai passar pelo crivo governamental, através do Cade”,
disse ele. Para Lutz, o fato da Rumo Logística, braço logístico da Cosan, ter
acordos de transporte com a ALL não gera conflito para a operação. “Os acordos
entre Rumo e ALL tem contratos fechados e não devem ser afetados pela operação”,
disse.
CAPA DOIS
PPPs são
estratégia para gerir rodovias
Ministério dos Transportes pretende concluir, até o final
do ano, licitações para administração de trechos da malha rodoviária do País
por períodos mínimos de dez anos
Brasília – Depois de privatizar três dos principais
aeroportos do País, o governo Dilma Rousseff quer firmar concessões de longo
prazo com a iniciativa privada para a manutenção de estradas federais. Até o
fim deste ano, o Ministério dos Transportes pretende concluir as primeiras
licitações para a administração de trechos da malha rodoviária, no formato de
parcerias público-privadas (PPPs), por períodos mínimos de dez anos. A promessa
é reduzir os custos e melhorar a eficiência dos serviços, atualmente precários
e mal fiscalizados. O projeto está sendo tocado pela nova cúpula do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), com o aval do
ministro Paulo Sérgio Passos (Transportes) e do Planalto. A Empresa Brasileira
de Projetos (EBP), ligada ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), fará a modelagem econômica das PPPs, definindo a extensão dos
trechos a conceder, os prazos e o montante de investimentos necessário
O governo fará o levantamento da situação de cada
estrada e do montante a ser aplicado para mantê-la em boas condições no período
fixado para a parceria. A partir disso, abrirá licitação. Vencerá a
concorrência a empresa que oferecer o maior desconto sobre o valor apresentado.
O Dnit descarta a cobrança de pedágio. Um dos
motivos é que a maioria das estradas brasileiras não tem movimento suficiente
para que a manutenção seja custeada pelo pagamento de tarifas.
Além do mais, os corredores de maior fluxo, como as
BRs 381, 040 e 101, já foram ou estão em processo de concessão.
O Dnit se diz inspirado por países como Portugal,
Inglaterra, Noruega e França. “Lá, os custos dos serviços caíram de 15% a 40%”,
sustenta o diretor executivo do órgão, Tarcísio Gomes de Freitas. No País, a
única experiência semelhante foi implantada em Minas Gerais, na estrada que
liga a Grande Belo Horizonte à divisa com São Paulo. Por lá, contudo, o governo
paga apenas uma parte do pacote de serviços. O restante é bancado pelos
pedágios.
A ideia do governo é que o novo sistema seja
implantado inicialmente em BRs como 364 (RO), 153 (PR) e 242, que liga a Bahia
ao Mato Grosso.
É uma alternativa ante ao fracasso dos programas
tradicionais de manutenção. Freitas explica que a principal vantagem do novo
sistema é que o governo não pagará mais por serviço executado. Na teoria, isso
acaba com a velha tática das empreiteiras de fazer obras de má qualidade para,
em curto prazo, executá-las novamente, recebendo em dobro. A remuneração será
pelo desempenho. A empresa terá que manter o trecho sempre nas condições acordadas.
BRASIL
Sintomas
de gripe em mais 3 tripulantes
BUENOS AIRES – Pelo menos três tripulantes do
cruzeiro MSC Armonia, que atracou no Porto de Buenos Aires na manhã de ontem,
apresentavam sintomas leves de influenza B, a gripe comum, informou o ministro
da Saúde da Argentina, Juan Manzur. Com isso, subiu para 21 o número de
integrantes do navio (entre tripulação e passageiros) com casos suspeitos da
doença desde o dia 15, incluindo a tripulante brasileira Fabiana Pasquarelli,
30 anos, que morreu no último sábado de infecção respiratória aguda.
Manzur participou ontem de uma inspeção no MSC
Armonia logo após a chegada do navio no território argentino, com 2 mil
passageiros e 700 tripulantes. O ministro afirmou que “não há riscos e todos
estão fora de perigo”. Segundo ele, não há nenhum passageiro com sinais de
contaminação. “Os passageiros foram checados e estão sem sintoma”, declarou.
O Departamento Epidemiológico da Secretaria de
Saúde de Santos deve esclarecer as causas da morte de Fabiana na próxima
semana. Exames preliminares feitos pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo,
apontaram a presença do vírus influenza B.
CIDADES
Violência
é menor nos dias de festa
BALANÇO Entre sexta e terça, Estado teve 59
homicídios. Foram sete crimes a menos do que em 2011. A redução chegou a 10,7%
A Secretaria de Defesa Social (SDS) divulgou, no
fim da tarde de ontem, o balanço parcial da violência no período de Carnaval,
em Pernambuco. Da 0h da sexta-feira até a meia-noite da terça, foram
registrados no Estado 59 assassinatos. Sete a menos do que os anotados no mesmo
período de 2011. Uma redução de 10,7%.
O balanço completo, incluindo o número de crimes
ocorridos nos focos de animação do Carnaval, só deve ser informado hoje à
tarde, numa entrevista coletiva na sede da SDS, marcada para 15h.
Entre os crimes contabilizados no balanço está o
assassinato do adolescente Luiz Fernando Pereira da Silva, 14 anos, morto com
um tiro na cabeça, na noite de terça-feira, no Coque, área central do Recife.
Moradores da comunidade contaram à polícia que no
momento do homicídio estava acontecendo o desfile do bloco “As Gatinhas do
Coque”. Uma troca de tiros entre gangues rivais acabou com a festa e Luiz
Fernando acabou atingido. Ele ainda chegou a ser levado para o Hospital da
Restauração, mas não resistiu à gravidade do ferimento.
O esquema de segurança do Carnaval 2012 contou com
35.829 profissionais e 2.421 viaturas da Secretaria de Defesa Social. Os
recursos investidos no esquema chegaram a R$ 6 milhões. Somente com o pagamento
de diárias, o Estado gastou R$ 5,5 milhões.
A tecnologia também foi empregada na prevenção da
violência. No total, 268 câmeras foram utilizadas na central de monitoramento
do Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods). Somente no percurso
do desfile do Galo da Madrugada havia 68 câmeras e no Sítio Histórico de Olinda
outras 16.
O balanço final de amanhã vai incluir os números de
ocorrências dos 42 blocos e agremiações que desfilaram no Recife e em Olinda,
na Quarta-Feira de Cinzas. Destaque para o Bacalhau do Batata, em Olinda, e Os
Irresponsáveis, em Água Fria, que contam com maior público e maior efetivo
policial mobilizado.
RELIGIÃO
Arcebispo
critica SUS e compara à via-crúcis
Durante o lançamento da campanha “Fraternidade e Saúde
Pública”, dom Fernando Saburido disse que investimentos na área são
insuficientes e pobres sofrem mais
O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando
Saburido, criticou ontem, durante o lançamento da Campanha da Fraternidade no
Estado, o Sistema Único de Saúde. “O SUS deixa a desejar. Os investimentos são
insuficientes, assim como os profissionais. Os pobres não são dignamente
assistidos”, disse o religioso, em missa realizada à tarde, na Paróquia de São
Sebastião, em Santo Amaro, área central do Recife. A campanha este ano tem como
tema “Fraternidade e Saúde Pública.”
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
também atacou o governo federal pelo pouco investimento na área. Semana passada
foram anunciados R$ 5,4 bilhões para a saúde. “A notícia nos trouxe grande
preocupação”, afirmou o secretário-geral, dom Leonardo Ulrich Steiner. A CNBB
também apontou problemas como uso inadequado dos recursos, espera por
atendimento e exames, falta de vagas e de medicamentos.
Na celebração, que marcou o início do período da
Quaresma, quando católicos se preparam para a Páscoa, o arcebispo de Olinda e
Recife lembrou da via-crúcis que é marcar consulta na rede pública. E também da
dificuldade de internamento, principalmente quando o paciente precisa de vaga
em UTI.
“A saúde é um bem-estar físico, psíquico, social e
espiritual”, lembrou dom Fernando. “A Campanha da Fraternidade tem a função de
promover o debate. E esse é um tema de urgência e necessidade.”
Depois do sermão, dom Fernando Saburido fez a
imposição das cinzas. O pó preto usado no ritual é resultante da queima da
folhagem empunhada na última procissão do Domingo de Ramos, festividade em que
se comemora a entrada de Cristo em Jerusalém, marcando o início da Semana
Santa.
A Quaresma, explica o vigário-geral da
arquidiocese, Albérico Almeida, é a principal celebração da Igreja Católica,
sendo considerado um ato de penitência. “A Missa das Cinzas simboliza o
reconhecimento de que somos pecadores e a fé na misericórdia divina, para
buscarmos o perdão de Deus.”
A igreja, com capacidade para 300 pessoas, estava
lotada. Uma das fiéis, Raimunda Nonata, espera que a campanha deste ano resulte
na melhoria do atendimento nos hospitais. “Muitas vezes os doentes ficam
deitados no chão por falta de leito”, reclama a integrante da Pastoral da Saúde,
braço da Igreja Católica que se dedica à evangelização e ao atendimento de
enfermos.
INTERNACIONAL
Visita
da AIEA acaba em impasse
TEERÃ – A visita de um delegação de inspetores da
Agência Nuclear de Energia Atômica (AIEA) ao Irã terminou em novo impasse com o
governo iraniano, que não permitiu o acesso dos técnicos a instalações
militares do país.
Após a visita mal-sucedida, o líder supremo do Irã,
o aiatolá Ali Khamenei, afirmou que o país “não está buscando uma arma
atômica”. “Queremos quebrar a supremacia das potências que confiam em armas
nucleares. Se Deus quiser, a nação chegará a esse objetivo”, afirmou Khamenei
durante reunião com cientistas nucleares do país, segundo um comunicado oficial
do governo da república islâmica.
Já o inspetor-chefe da AIEA, Herman Nackaerts,
disse ontem que a visita de uma delegação da agência ao país terminou em um
impasse com autoridades. Segundo ele, não foi possível ter acesso às instalações
militares de Parchin, onde o Irã realiza atividades nucleares, nem houve uma
formalização de como seria possível avançar na questão das inspeções.
Nackaerts declarou que os resultados da visita de
dois dias de sua equipe a Teerã serão enviados ao diretor-geral da AIEA e ao
conselho da entidade. Nackaerts acrescentou que as conversas com autoridades
iranianas foram realizadas “em um espírito construtivo”, ainda que o resultado
tenha sido inconclusivo.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia,
Gennady Gatilov, afirmou que um ataque contra o Irã poderia ter consequências
“catastróficas” e pediu que as nações não tirem conclusões apressadas da missão
mal-sucedida da AIEA. “O cenário de uma ação militar contra o Irã seria
catastrófico para a região e possivelmente para todo o sistema das relações
internacionais”, disse Gatilov.
Já para o governo francês, o Irã perdeu mais uma
oportunidade em mostrar a boa-fé sobre seu programa nuclear. A França denuncia
de maneira forte a recusa do Irã em permitir o acesso dos inspetores a Parchin,
onde supostamente estaria em construção um dispositivo nuclear. O governo dos
Estados Unidos lamentou o fracasso da missão dos inspetores da AIEA no Irã,
através de um comunicado emitido pela Casa Branca.
Strauss-Kahn
é liberado após depor em inquérito sobre prostituição
O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário
Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn foi liberado pela polícia francesa
ontem depois de ficar detido durante 30 horas para interrogatório sobre seu
envolvimento com uma rede de prostituição. Conhecidos do ex-diretor teriam um
esquema que encaminhava profissionais do sexo para clientes da rede de hotéis
da rede Carlton. DSK pode ser investigado por cumplicidade ou por ter se
beneficiado de fundos desviados da construtora Eiffage caso se comprove que ele
sabia que as mulheres eram pagas com dinheiro da empresa.
Opositor
deseja sucesso a Chávez em nova cirurgia
Candidato da oposição à presidência da Venezuela,
Henrique Capriles Radonski desejou ontem ao presidente Hugo Chávez sucesso e
uma rápida recuperação da operação a que será submetido para tratar uma nova
lesão cancerosa no mesmo local onde teve um câncer. “Ao meu oponente, tão filho
de Deus quanto eu, desejo uma operação bem-sucedida, uma rápida recuperação e
vida longa”, escreveu Capriles na sua página do Twitter.
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