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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

22 de dezembro 2011 - BRASIL ECONÔMICO


PRIMEIRA PÁGINA
Empresas brasileiras preparam uma nova invasão do Iraque
Com a saída das tropas americanas, uma grande oportunidade se abriu no país. Empresários de vários setores já montam estratégias para triplicar as exportações, hoje em torno de US$ 700 milhões por ano, e recuperar o mercado iraquiano

BCE empresta históricos € 489 bi e traz pessimismo
O Banco Central Europeu anunciou ontem que vai fazer operações de refinanciamento com 523 bancos da Eurozona, mas não acalmou os mercados, que continuam desconfiados

Previdência terá em 2011 o menor rombo em 8 anos
Ministério prevê que déficit deste ano fique em R$ 36 bi. contra mais de R$ 46 bi de 2010. A despesa caiu e arrecadação subiu


COLUNAS
Mosaico Político
Pedro Venceslau

Espírito Santo se arma para a batalha final
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB,) pretende começar 2012 organizando a tropa do estado na Câmara dos Deputados para a batalha final dos royalties do petróleo e contra as mudanças no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O primeiro foco da pressão será a presidente Dilma Rousseff. “O ideal seria que o governo pudesse conduizir esse processo diretamente, mas ele está deixando o assunto restrito aos governadores e bancadas. Isso dificulta mais”, disse o capixaba à coluna. Mas o governador está otimista. “Acredito que haverá racionalidade no debate, apesar de ser ano eleitoral”. O presidente da Câmara, Marco Maia, prometeu que o projeto que muda a divisão dos recursos da exploração do petróleo será “prioridade absoluta” no ano que vem. O combinado entre as bancadas é que uma proposta definitiva seja votada no máximo até o final de fevereiro ou início de março.

Governo quer limpar terreno no Congresso até maio
Já o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), colocou outra prioridade na fila da pauta do Congresso em 2012: o fundo de previdência dos servidores. Em segundo lugar, está os royalties do petróleo. A base governista recebeu ordens de limpar o terreno até maio.

Acre não vai mudar seu  (con)fuso horário
Dilma vetou ontem a lei que previa mudança no (con)fuso horário do Acre. O texto determinava a volta ao antigo fuso, que é de duas horas de diferença em relação ao Distrito Federal. No horário de verão, a diferença seria de três horas. A decisão já foi publicada no Diário Oficial da União.

CURTAS
Os cariocas ganharam um incentivo para fazer dieta no verão. Segundo pesquisa da Fecomércio/RJ, a cenoura teve a maior queda de preço na cesta básica do estado (-13,42%). Já a cerveja subiu 2,88%
Para o DEM, o ano só acaba quando termina. A sigla está correndo contra o relógio para colher assinaturas e abrir uma CPI na Câmara para investigar a Caixa Econômica Federal. Se tudo der certo, o caso do banco PanAmericano entrará de carona. Mas pelo ritmo do Congresso, nem Papai Noel vai conseguir dar um jeito.
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado ratificou ontem o projeto que regulamenta a profissão de comerciário. A categoria envolve cerca de 7,3 milhões de trabalhadores no país
O ano começa dia 1˚ apenas no calendário em Brasília. A maioria dos ministros do “núcleo duro” só volta das férias dia 10
O PCdoB reproduziu com tons heróicos em seu site os delirantes boletins da Coreia do Norte que classificam Kim Jong Un, o novo ditador, como um ”destacado dirigente do nosso povo” e “sucessor da causa revolucionária”
Só faltou contar que o novo ditador foi educado em um colégio interno de milionários na Suiça, nunca trabalhou e passa os dias vendo filmes de luta.
O deputado/delegado Protógenes Queiroz conseguiu reunir 206 assinaturas e formalizou ontem o pedido de criação de uma CPI para investigar as privatizações feitas no governo FHC. A comissão entrou na fila de 2012

PRONTO, FALEI
“Não dificultaremos a instalação de CPIs em 2012”

Marco Maia
Presidente da Câmara, fazendo a última promessa do ano


Agora a cautela é maior

Julio Gomes de Almeida
Ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e professor da Unicamp

As grandes empresas brasileiras têm fama de conservadoras. Alavancam pouco suas operações e são cuidadosas no investimento para não serem pegas com capacidade produtiva exagerada diante de súbitas mudanças de conjuntura. Como as reviravoltas na economia foram a tônica nas últimas três décadas e prevaleceram mesmo após a estabilização do Plano Real emrazão deuma vulnerabilidade externa somente debelada com a política de acumulação de reservas cambiais a partir de 2005, a cautela patrimonial e financeira das empresas nacionais só se aprofundou.
Não é despropositado relacionar, ao menos parcialmente, esse comedimento com alguns problemas com os quais a economia se defronta. Por exemplo, os baixos níveis de investimento em capital e em inovação decorrem em parte do fato de que as empresas preferem aguardar claros sinais  manados de uma demanda crescente para investir, evitando antecipar a demanda, assim como relutam em apostar em inovações arrojadas, optando por adaptar tecnologias externas. Em nossa opinião, esse comportamento tem sido alterado para melhor nos últimos tempos com os empresários nacionais olhando menos o passado e mais a demanda à frente e seu posicionamento futuro na concorrência como critérios definidores do investimento fixo e em P&D. É uma postura mais ousada.
Onde parece ter havido um retorno empresarial ao conservadorismo foi na questão do endividamento externo, o que também é bom. No colapso financeiro de setembro de 2008, o país ficou sabendo que várias de suas corporações haviam deixado a cautela de lado e contrataram financiamentos "ponzi", ou seja, incapazes de serem honrados diante de mudanças financeiras como uma acentuada desvalorização do real, o que acabou ocorrendo. Uma formidável operação de salvamento envolvendo bancos privados e públicos, além de grandes empresas, acomodou a crise empresarial que teria levado a uma recessão muito mais profunda e duradoura da economia.
Pois bem, uma pesquisa conduzida pelo economista Luiz Fernando Novais, do Grupo de Conjuntura da Fundap, monitorou o endividamento externo de 239 empresas brasileiras não financeiras de capital aberto entre setembro do ano passado e setembro deste ano. O objetivo foi avaliar o impacto da desvalorização que a crise internacional determinou para o real e que hegou a 9,5% no período em foco. É claro que a rentabilidade das empresas cedeu por causa da maior despesa financeira causada pela desvalorização: como proporção da receita líquida, o lucro líquido de 14,1% em média no terceiro trimestre do ano passado passa para 8,4%. Mas as empresas ainda tiveram lucro líquido de R$ 26 bilhões. Absorveram esses primeiros sinais do  agravamento externo com perdas, mas sem traumas devido aos cuidados em seu endividamento. A dívida em moeda estrangeira não cresceu como proporção do endividamento total das empresas, o que revela um equilíbrio entre as fontes de fundos externas e internas e as empresas usaram parcela de suas disponibilidades para o financiamento dos seus investimentos. Se o Brasil tivesse um desenvolvimento maior de seu mercado de capitais, o impacto da crise internacional seria ainda menor.



Chegou a vez do Brasil conquistar o Iraque
Câmara de Comércio aponta o aumento de negócios entre os dois países, que vai desde negociações no futebol até serviços de infraestrutura, alimentação e energia

Regiane de Oliveira

Há quem diga que a saída do exército americano do Iraque vai aumentar a insegurança na região. No entanto, isso não parece preocupar as empresas de vários lugares no mundo, que já disputam assento como fornecedores de produtos e serviços para a reconstrução do país. Nesta lista estão incluídas algumas operações brasileiras, como Andrade Gutierrez, Odebrecht e Volkswagen. De olho nas oportunidades da área de infraestrutura e exportação de produtos, essas indústrias já pediram autorização para começar a trabalhar no país, segundo apurou o BRASIL ECONÔMICO. O Brasil ainda não figura entre os maiores fornecedores do Iraque. Mas vem galgando uma posição sustentável para reverter a balança de exportação, que, mesmo em épocas de guerra, sempre pendeu para o lado iraquiano, por conta da venda de petróleo ao Brasil. Atualmente, dados do Ministério do Desenvolvimento, mostram que as exportações diretas são quase um terço das importações do país.
Segundo dados da Câmara de Comércio e Indústria Brasil Ira- que, no entanto, as vendas diretas do Brasil ao Iraque registraram de janeiro a novembro deste ano um faturamento de US$ 361,3 milhões, ante US$ 350,6 milhões de exportações indiretas, ou seja, feita por intermédio de importadores sediados em outros países como Kuwait, Turquia, Jordânia, Síria, Emirados Árabes Unidos, entre outros. “Essa é a primeira vez na história recente das relações comerciais entre os dois países que isso acontece”, conta Jalal Chaya, vice-presidente da câmara de comércio.
O total de exportações brasileiras neste ano foi de US$ 711,9 milhões. Esse resultado é 10,5% superior ao apurado no mesmo período de 2010 quando as vendas foram de US$ 644,2 milhões. “Este valor ainda é pequeno perto do que o Brasil representa no cenário internacional.” As exportações brasileiras ao exterior, para todos os países, somaram US$ 254 bilhões de janeiro a novembro.

Brasil versus Iraque
“Se vendermos os produtos brasileiros como vendemos o futebol, o Brasil tem a chance de ser um dos maiores exportadores do Iraque”, afirma Chaya, otimista com as negociações para uma partida entre a seleção brasileira de futebol e a iraquiana, que deve acontecer no começo de 2012, na capital do país, Bagdá. “Acredito que o Brasil vai acertar a oferta, afinal, o país jo-gou no Haiti em condições bastante difíceis”, lembra. E se a demanda pelo futebol é grande, imagine em outras áreas como infraestrutura. “O país prevê a construção de 2,5 milhões de moradias para os próximos anos. A indústria petrolífera também vai passar por reestruturação”, diz. E nesta área, o governo do Iraque está interessado em negociar com a Petrobras. “A empresa tem uma tecnologia que interessa muito ao país, que é a exploração horizontal. Com isto seria possível explorar poços que estão embaixo de grandes cidades”, diz. Na área de energia, nenhum negócio foi fechado ainda. Mas segundo Chaya, o caminho para as negociações já está sendo pavimentado. O governo brasileiro abre no i níci o do ano a embaixada do país em Bagdá, sob comando de Anuar Nahas. Por enquanto, o país é destaque na venda dalimentos, especialmente frango, açúcar, carne bovina, peixe e café, além de máquinas para construções e material hospitalar. Procurada pelo BRASIL ECONÔMICO, a Andrade Gutierrez afirmou que no momento “não tem qualquer informação relevante sobre projetos no Iraque”. A Odebrecht disse que a informação de que estaria retornando ao país não procede. E a Volkswagen não retornou nossas ligações.


PSDB faz balanço crítico do governo

O PSDB divulgou ontem um balanço crítico do governo Dilma Rousseff. No documento, de 13 páginas, os tucanos afirmam que a política econômica da presidente é uma continuação do que fez o ex-presidente Lula. “Os juros dos títulos brasileiros, apesar de alguma redução, ainda são os mais altos do mundo. A política cambial continua errática, agora com menos credibilidade”, diz o texto, assinado pela executiva nacional da sigla, presidida por Sérgio Guerra


Taxas caem quase 10% nas principais regiões metropolitanas do país

A taxa de desemprego de novembro ficou em 9,7% nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e do Distrito Federal, de acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em outubro, a taxa ficou em 10,1%. Abr


Dilma diz que crise mundial não é causada por falta de dinheiro
Presidente ressalta iniciativas do Mercosul para proteger os países do bloco da concorrência desleal, fala da relação do governo com oposição e das medidas brasileiras para incentivar o crescimento

A presidente Dilma Rousseff disse ontem que a crise econômica mundial, que atinge principalmente países da Europa e os Estados Unidos, não vem de falta de dinheiro, mas da incapacidade de tomar decisões necessárias. “Eu acredito que (a crise) não deriva, de jeito nenhum, de falta de dinheiro. Todos eles (os países) têm dinheiro. Mas deriva de decisões políticas que nós não vemos serem tomadas em definitivo”, acrescentou. Para Dilma, uma das formas de enfrentamento da crise foi a decisão tomada nesta semana, na Cúpula do Mercosul, realizada em Montevidéu, no Uruguai, de incluir mais 100 itens na cesta de produtos com tarifas especiais. “No caso do Mercosul, nós tivemos uma grande conquista, aumentando em mais 100 produtos a lista de tarifa especial do bloco. Isso significa que o Brasil pode tributar nos níveis da Organização Mundial do Comércio (OMC) 100 produtos”, disse a presidente. Ela acredita que a medida poderá combater práticas protecionistas adotadas por outros países. “Essa medida pode impedir os efeitos mais perversos dessa crise, que vem sendo uma prática sistemática de competição, muito pouco leal, por meio de dumping, do uso da guerra cambial, da desvalorização artificial de moedas, para tomar o nosso mercado ou para tomar qualquer mercado do mundo”, afirmou Dilma, que voltou tam-bém a criticar a relação entre governistas e oposicionistas nos Estados Unidos.
Dilma lembrou o episódio de votação do aumento do teto da dívida americana, ocorrido em agosto deste ano, como exemplo de briga entre a oposição e o governo que acabou adiando a decisão necessária. Ela citou esse episódio para dizer aos governadores e prefeitos presente à cerimônia de assinatura d e obras no Palácio do Planalto, em Brasília, que no Brasil tem sido diferente. “Eu acho que o Brasil, nessa questão da relação republicana, está na vanguarda. Nós não vemos aqui práticas como aquelas desenvolvidas em alguns países, inclusive naqueles que têm a liderança internacional, em que a oposição e a situação não olham o interesse da nação, mas se cria uma briga política sem fim”, disse.
Para Dilma, a relação do governo com os opositores tem um caráter republicano. “Eu acredito muito nessa parceria que nós desenvolvemos no Brasil e que mostra maturidade. Primeiro, ela é uma parceria republicana. Nós aqui não estamos perguntando o partido de ninguém, a posição política de ninguém. Nós estamos interessados, e isso é uma conquista do país, na população dos diferentes municípios e dos diferentes estados”, disse ela a dezenas de prefeitos e governadores que participaram da cerimônia de contratação das obras de saneamento do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2) em municípios com até 50 mil habitantes. A contratação prevê a realização de 1.114 obras de abastecimento de água e esgotamento sanitário em 1.116 municípios com até 50 mil habitantes, de todas as regiões do país. Para a realização dessas ações serão investidos R$ 3,7 bilhões: R$ 2,6 bilhões do Orçamento Geral da União, não onerosos para os municípios, e R$ 1,1 bilhão de financiamento público federal. Ao todo, o projeto de obras de saneamento básico do PAC 2 investirá R$ 45,1 bilhões no país, de 2011 a 2014, de acordo com o Ministério do Planejamento. ■ Abr


Brasil supera EUA nas vendas de soja à China
Os embarques brasileiros do produto ao país asiático somaram 19,8 milhões de toneladas de janeiro a novembro

O Brasil superou os Estados Unidos como maior exportador de soja para a China, embarcando 19,8 milhões de toneladas no acumulado dos 11 primeiros meses do ano, um aumento de 6,8% ante 2010, segundo dados divulgados ontem pela alfândega chinesa. No mesmo período, os EUA exportaram para o mercado chinês 18,75 milhões de toneladas, 0,24% acima do verificado em 2010. No acumulado do ano, até novembro, a China importou um total de 47 milhões de toneladas. O país é o maior comprador mundial da oleaginosa.
Em novembro, o país asiático importou 34,8% menos da oleaginosa dos EUA do que há um ano, com a oferta da América do Sul reduzindo a participação americana no mercado chinês — o Brasil colheu uma safra recorde em 2010 e 2011. China importou, no mês passado, 2,467 milhões de toneladas de soja dos EUA, o que colo-ca os americanos no caminho para reassumirem a liderança do mercado chinês em dezembro. A mudança no mercado ocorre no início do pico das vendas dos EUA, em novembro e dezembro. As importações chinesas do Brasil tiveram aumento de 92% ante o ano anterior, com 1,33 milhão de toneladas, e as d a Ar-gentina s altaram 87,6%, para 1,7 milhão de toneladas. Havia a expectativa d e que as importações de soja pela China em 2011 caíssem pela primeira vez desde 2004, devido à liberação de um larg o volume de estoques de soja e óleo comestível, com Pequim buscando frear a inflação dos alimentos no primeiro semestre do ano. ■ Reuters


Aeroviários devem aceitar reajuste de 6,5%
Secretaria-geral da Presidência da República media proposta de reajuste. TST determina que greve pode paralisar até 20%

Gustavo Machado

Após o ingresso da Secretária-Geral da Presidência da República na mediação do entrave entre os sindicatos dos trabalhadores aeroviários e seus patrões, ambas categorias devem aceitar o reajuste salarial de 6,5%. De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), todas as empresas aceitaram a “sugestão” feita pela casa comandada pelo petista Gilber-to Carvalho. O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke, afirma que uma decisão só será anunciada hoje, após as assembléias de todos os sindicatos filiados à Central Única de Trabalhadores (CUT). “Levaremos às assembléias um número próximo a esse. De qualquer forma, os trabalhadores que definirão”, ratifica Klafke. De acordo com a Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República (SAC), a mediação serviu para que o bom senso prevalecesse. “Não deve acontecer nada de errado nesta quinta-feira”, afirmou a secretaria por meio do departamento de comunicação. “As discussões avançaram após a entrada da Secretaria Geral da Presidência na conversa”, disse a SAC.
O Snea indica que aguarda a aprovação por parte dos sindicatos para que a viagem de Natal de milhões de brasileiros seja garantida. “Os membros do governo fizeram uma consulta e nossos afiliados aceitaram. Esperamos que se coloque esse reajuste, de 6,5%, nas assembléias e que aprovem a proposta”, comenta o Snea.
Embora os representantes do sindicato patronal tenha lutado para não dar aumento real aos trabalhadores — apenas a correção inflacionária de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — o reajuste salarial contemplará um acréscimo real de apenas 0,23%, muito abaixo do pedido em setembro pela categoria.
Caso os sindicatos que representam os trabalhadores não assinem um acordo nestes termos com o Snea, a Fentac reafirma que haverá greve. Para se precaver de maiores transtornos, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Oreste Dalazen, determinou que a paralisação só poderá contemplar até 20% dos trabalhadores. “Ao disciplinar o exercício do direito de greve, a Lei reputa absolutamente essencial à população a atividade prestada pela categoria profissional dos aeronautas e aeroviários”, diz Dalazen em sua decisão. ■


Supermercados venderam quase 5% a mais em novembro

As vendas do setor supermercadista cresceram 4,54% em novembro sobre igual mês de 2010, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). No acumulado do ano, as vendas do setor cresceram 3,98%, em relação ao mesmo período de 2010. Já sobre outubro deste ano, houve queda de 2,35%. A cesta de 35 produtos de largo consumo (AbrasMercado) registra alta de 1,54% no ano. Abr


INOVAÇÃO & SUSTENTABILIDADE
Sabesp produz combustível a partir de esgoto
Companhia pretende usar gás gerado pela decomposição do lodo de estação de tratamento para abastecer veículos da sua frota

Martha San Juan França
mfranca@brasileconomico.com.br

Uma experiência que deu bons resultados em cidades europeias como Estocolmo, Lille e Berna começará a ser reproduzida pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Trata-se do aproveitamento do gás gerado pela decomposição do lodo do esgoto da estação de tratamento de Franca, no interior paulista, como combustível para automóveis e ônibus. A importação dos equipamentos da Alemanha já foi autorizada e a previsão é que os primeiros 49 carros da frota da empresa já estejam rodando com o  novo combustível em março.
"Estamos buscando parceria com a prefeitura de Franca para testar o uso do biogás em pelo menos três ônibus da frota municipal", adiantou Américo
Sampaio, superintendente de inovação tecnológica da Sabesp.
A rigor, ele informa, a tecnologia já foi comprovada na Europa, e funciona muito bem. "Agora é testar a eficiência da planta, o funcionamento dos veículos e a logística do processo", afirma Sampaio.
Orçado em R$ 6 milhões, o projeto é desenvolvido em parceria com o Instituto Fraunhofer, de Stuttgart, que repassará R$ 5,1 milhões e as instalações (uma estação compacta e automatizada do tamanho deumcontêinermarítimo,
capaz de produzir quase 2 mil metros cúbicos de gás por dia). O restante R$ 900 mil serão bancados pela Sabesp, que fará a conexão do gás, a adaptação da estação, a análise e a conversão.
Sem desperdício A proposta da companhia é aproveitar o lodo ativado, resultante do processo de tratamento de esgoto destinado à destruição de poluentes orgânicos biodegradáveis.
O material resultante da reação produz o biogás, composto de 70% de metano e de grande capacidade energética.  Na maioria das estações de tratamento de esgoto, esse gás é queimado e lançado na atmosfera. "É um desperdício", considera Sampaio.
Ele conta que existem algumas tentativas de usar o biogás para produção de energia elétrica.
O Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio) fez uma experiência desse tipo na estação de tratamento da Sabesp em Barueri (SP) e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) testa o  aproveitamento do biogás na estaçãoArrudas de Belo Horizonte. No Paraná, a Sanepar produz eletricidade a partir do esgoto em Foz do Iguaçu (PR) e vende para a empresa regional de energia.
No caso da utilização do biogás como combustível é necessário fazer o enriquecimento e purificação para a remoção de siloxanos, que são substâncias que formam crostas que podem entupir pequenas tubulações do equipamento e gás carbônico. O processo de fabricação filtra o gás sulfídrico, responsável pelo odor que costuma exalar das estações de tratamento e também é corrosivo. Esse gás é então comprimido em cilindros e já passa para os veículos que precisam ser adaptados.
Segundo Sampaio, a estação de tratamento de Franca é capaz de produzir 1.900 metros cúbicos de biometano por dia.
Considerando que cada metro cúbico equivale a um litro de gasolina, seria possível abastecer 10% da frota da Sabesp de cerca de 5 mil veículos. "Essa produção inicial pode reduzir as emissões de dióxido de carbono em até 16 toneladas por ano", calcula o superintendente.
Essa é a principal vantagem do uso do biogás e o motivo pelo qual o Ministério do Meio Ambiente disponibilizou os fundos para fornecimento da tecnologia. O projeto será testado em Franca durante três anos e poderá se estender a outras estações de tratamento. "Uma coisa é produzir o biogás, a outra é disponibilizar para a frota", diz Sampaio.
Ele acredita que, no futuro, como já acontece em outros países, haverá carretas cheias de cilindros que levarão o combustível para os pontos de consumo.
"Se isso for viável, será uma fonte renovável e limpa muito mais barata que a gasolina", afirma.


MUNDO
Pobreza é alta na Alemanha

A porcentagem de habitantes que beiram os níveis de pobreza, ou que vivem na pobreza na Alemanha, tem se mantido em 14% há vários anos, apesar dos bons índices econômicos da primeira economia da Europa, segundo estudo divulgado ontem.
"A sedimentação da pobreza no país tem mantido um nível recorde de mais de 14% (da população) desde 2005", disse a confederação de organismos de ajuda Der paritätische Verband.
A taxa de 14% designa a porcentagem de pessoas cuja renda é inferior a 60% da renda média do país.
Em números absolutos, o nível de pobreza na Alemanha em 2010 era uma renda de até ¤ 826 mensais para uma pessoa só e de até ¤ 1.735 para uma família de quatro pessoas com dois filhos menores de 14 anos.
A porcentagem de pessoas que vivem na pobreza alcançou 14,7% em 2005, 14% em 2006, 14,3% em 2007, 14,6% em 2009 e 14,5% em 2010. ? AFP


Lagarde vê nuvens no horizonte

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse ontem em Niamei, que está "quase certa" de que as previsões de crescimento mundial para 2012 serão revisadas para baixo devido à crise na Eurozona. "As previsões de crescimento divulgadas pelo FMI em setembro para a economia mundial (4%) devem ser revisadas para baixo em janeiro", disse ela em discurso na Assembleia Nacional da Nigéria, onde se encontra em visita.
"As nuvens se acumulam, no horizonte europeu principalmente, e provocam perspectivas de queda", explicou. "A ameaça imediata é simples: é uma espécie de círculo vicioso marcado pelo deterioramento da confiança, pelo agravamento da instabilidade dos mercados financeiros e pelo acúmulo
de dívidas públicas que são insustentáveis", ressaltou a diretora-gerente do FMI. "Especulativa" A agência de classificação de risco Standard and Poor"s reduziu ontememumnível a nota da dívida de longo prazo daHungria, para
"BB+", categoria especulativa.
A S&P explicou em um comunicado que o "contexto de políticas públicas imprevisíveis", após decisões do governo que "geram dúvidas sobre a independência das instituições reguladoras, complicam o ambiente de desenvolvimento para os investidores". ? AFP


DESTAQUE
Banco do Japão mais pessimista
Projeção do banco central sobre a recuperação da economia japonesa esbarra na desaceleração das exportações e piora da confiança empresarial

O Banco do Japão manteve a política monetária inalterada nesta quarta-feira, mas apresentou uma avaliação mais fraca sobre a economia em relação ao mês passado, com crescentes evidências de que os problemas da crise de dívida na Europa estão afetando o crescimento global e a expectativa de recuperação do Japão. A desaceleração nas exportações, a piora na confiança empresarial e modestos gastos com capital estão desafiando a visão do banco central de que a terceira maior economia do mundo vai se recuperar no início do próximo ano. Num sinal do prejuízo decorrente da desaceleração global, as exportações japonesas caíram em novembro no mais rápido ritmo anual em seis meses, com os embarques à Ásia declinando de-vido à fraca demanda por semi-condutores e câmeras digitais.
O BoJ não ofereceu mais estí-mulos monetários à economia, confirmando expectativas, mas cortou sua avaliação, dizendo que a recuperação da atividade econômica está paralisada pelo efeito do menor crescimento no mundo e pela força do iene. O banco também revisou para baixo o crescimento das exportações e da produção, que agora devem ficam estáveis, e ofereceu uma perspectiva ligeiramente mais fraca, alertando que a economia vai retomar a recuperação apenas após um breve período de estagnação. As ações chinesas medidas pelo índice Shanghai Composite caíram pelo sexto dia seguido com a queda maior que o previsto dos investimentos diretos estrangeiros na segunda maior economia do mundo. O índice preliminar de atividade industrial da China divulgado pelo HSBC Holdings PLC ficou em 49, sinalizando contração pelo segundo mês seguido. “O principal risco para nossa perspectiva vem da Europa e potenciais consequências para o crescimento global”, escreveu
Robert Buckland, estrategista- chefe global do Citigroup Inc. em Londres, em relatório. “Os múltiplos baratos podem pro- porcionar um contraponto às notícias macro ruins”. ■


FINANÇAS
Atraso e crédito total são determinantes

A taxa de inadimplência é medida em relação ao total da carteira de crédito e seu comportamento é determinado por duas variáveis.
Uma é o volume de operações em atrasos e o outro é o total da carteira. Pode ocorrer aumento da inadimplência se houver súbita redução da carteira de crédito.,


Campanha da Serasa leva 5 milhões a renegociar e tomar dívida com bancos

Cerca de 5 milhões de consumidores aderiram à Campanha de Recuperação e Concessão de Crédito Natal 2011, iniciada em setembro, pela Serasa Experian. Outros 6,3 milhões tiveram suporte no acesso ao crédito, já que a edição 2011 da campanha contemplou também soluções de concessão de crédito. A ação da Serasa tem por objetivo favorecer consumidor adimplente e incentivar educação financeira.
ÚLTIMA HORA
América Latina crescerá 4,3% em 2011

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) estima que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) latino-americano e caribenho deve atingir 4,3% este ano. Se confirmada, a estimativa resultará em um aumento de 3,2% do produto per capita regional, ou seja, da riqueza total dividida pelo número de habitantes da região.
Considerando apenas dez países sul-americanos, a estimativa de crescimento sobe para 4,6%, a reboque principalmente da Argentina (9%), Equador (8%) e Peru (7%).
Ainda segundo a Cepal, este ano o Brasil deverá crescer abaixo da média latino-americana, limitando-se a um incremento do PIB de 2,9%, o terceiro pior resultado dentre os 20 países da região, à frente apenas de El Salvador (1,4%) e de Cuba (2,5%).

O governo brasileiro, no entanto, aposta em uma alta de 4%.

De acordo com o relatório anual apresentado ontem, em Santiago, no Chile, o crescimento das economias latino-americanas e caribenhas deverá perder ritmo em 2012.
Devido aos reflexos da crise econômica mundial e ao cenário de incertezas e instabilidade dos mercados financeiros internacionais, a projeção é que América Latina e Caribe cresçam 3,7% no próximo ano. Isoladamente, contudo, o Brasil faz parte do pequeno grupo de países para os quais a Cepal projeta um crescimento maior do PIB (3,5%) do que o estimado para este ano (2,9%).
No documento, o organismo indica que boa parte dos países teve desempenho positivo no primeiro semestre de 2011 (embora já mais moderado em relação ao mesmo período de 2010) graças a um contexto externo favorável principalmente para os estados exportadores de petróleo e minérios.
A Cepal ressalva de que o benefício veio da alta de preços das commodities, e não do maior volume exportado.
Fato que motivou a secretária executiva da Comissão, Alicia Bárcena, a defender que os governos locais deveriam adotar uma política "mais ativa" a fim de estimular as transações na região.


Nova linha de Itaipu reforça energia no Sul

Uma nova linha de energia de 500 quilovolts (kV) está sendo projetada para ligar a Usina de Itaipu, na fronteira com o Paraguai, aos estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. O objetivo é garantir eletricidade à região, que vem demonstrando forte crescimento industrial nos últimos anos, principalmente com projetos metalúrgicos e agroindustriais. A informação foi divulgada ontem pelo diretor-geral de Itaipu, Jorge Samek, durante anúncio de patrocínio esportivo da equipe brasileira de canoagem slalom pelo BNDES.
Samek disse que o início da construção da linha, com cerca de 600 quilômetros, poderá acontecer no próximo ano, a um custo estimado de R$ 1 bilhão.


TRIBUTAÇÃO NA GASOLINA E NO ETANOL
Diretor do Centro Brasileiro de InfraEstrutura (CBIE)

Adriano Pires

Apesar dos preços dos combustíveis automotivos serem oficialmente livres desde 2002, é evidente a intervenção do governo no setor, através da tributação e de ações junto à Petrobras. Os preços dos derivados de petróleo, especificamente da gasolina e do diesel, são reajustados por critérios políticos e não de mercado, sendo instrumentos para ajustes na economia, algumas vezes para incentivar a demanda e outras para controlar a inflação. No entanto, a gasolina e o etanol hidratado atuam como  substitutos por conta da crescente participação dos carros flex na frota nacional, fazendo com que os subsídios concedidos à gasolina afetem a competitividade do etanol.
Apesar das flutuações no mercado internacional de petróleo e na taxa decâmbio, o preço da gasolina apresenta relativa estabilidade, explicada pelo subsídio dado pelo governo, em que a Petrobras e seus acionistas arcam com os custos.
Por outro lado, o preço do etanol hidratado apresenta volatilidade euma trajetória de elevação, por conta do aumento da demanda combinado ao problema de abastecimento do mercado.Aoferta do etanol hidratado está sujeita a fatores sazonais como os períodos de safra e entressafra, além de concorrer, na origem, com a produção de açúcar e de etanol anidro,  utilizado na mistura da gasolina C.
Dentre os impostos e contribuições incidentes sobre a gasolina, a Cide é a que vem sendo mais utilizada, sobretudo a partir de 2008, como um instrumento no controle do mercado de combustíveis. De fato, após as sucessivas reduções com o objetivo de atenuar as elevações do preço do petróleo no mercado internacional, a Cide representa hoje cerca de 2,5% do total do preço da gasolina C, comparado a 12% na data de sua criação, em 2002. Este movimento de desoneração tributária da gasolina também pode ser notado na análise do conjunto dos impostos e contribuições, que além da Cide, é composto pelo PIS/Pasep, Cofins e ICMS. Hoje, a carga tributária incidente sobre a gasolina é de cerca de 35%, contra 47% em 2002. No caso do etanol, a carga tributária é de 31% na maioria dos estados brasileiros e no caso do diesel é de apenas 22%. Salta aos olhos que os combustíveis mais sujos e ambientalmente indesejáveis são os que têm tido sua carga tributária reduzida ao longo do tempo. Se considerarmos a carga tributária em proporção ao poder calorífico de cada uma das fontes, o etanol, que é umcombustível limpo e renovável e deveria ser incentivado, é o que apresenta a maior carga tributária.
As operações relacionadas ao etanol hidratado estão isentas da Cide desde 2004 , mas especula-se a possibilidade de retorno. O retorno da Cide poderia prejudicar ainda mais o preço do combustível renovável, que em 2011 teve sua média superior a 70% do preço da gasolina, limite da competitividade do etanol, tendo como consequência a redução dos investimentos no setor.
Diante do exposto, verifica-se que o mecanismo tributário, incidente sobre a gasolina e o etanol, afeta a competitividade entre os combustíveis, de forma distinta. Ou seja, o país reconhecido pela realização do maior programa de substituição de combustíveis fósseis por renováveis vem, por meio das atuais medidas, estimulando o consumo dos combustíveis fósseis.

fonte: http://clipping.radiobras.gov.br

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