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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

21 de dezembro 2011 - BRASIL ECONÔMICO


PRIMEIRA PÁGINA
Fundo Soberano perde R$ 3,4 bi com ações da Petrobras neste ano

Valor patrimonial do FSB cai quase 20% em 2011, como consequência da decisão do governo de concentrar 74% de seus recursos em aplicações na estatal. O Tesouro diz que papéis são seguros e o objetivo é a valorização no longo prazo

Defesa comercial briga por indústria
Governo decidiu ser mais agressivo e ter novas armas ao enfrentar concorrência desleal de importado


COLUNAS
Mosaico Político

Pedro Venceslau

O ecumenismo político de Adib Jatene
Marta Suplicy e Aloizio Mercadante que se cuidem. A ideia de lançar a candidatura do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para a sucessão de Geraldo Alckmin em 2014 foi ventilada ontem de maneira inusitada depois de um evento no Instituto Butantan, na capital paulista. “Ele ainda vai ser governador de São Paulo”, disse o ex-ministro da Saúde de FHC e Collor, Adib Jatene, para a repórter do BRASIL ECONÔMICO, Martha San Juan França. Na mesma tarde, Padilha fez um discurso pregando o ecumenismo político entre petistas e tucanos. “Finalmente está superada qualquer lógica que queira perpetuar disputas políticas passada a eleição.” A propósito: o atual e o ex - ministro da Saúde estão muito próximos. Recentemente, os dois lançaram juntos o livro "40 anos de medicina: o que mudou?" A obra é um grande diálogo entre as duas gerações. Vale registrar que Adib está com 82 anos e Padilha, o mais jovem ministro do Brasil, com 40.

Dilma da Sabesp promete meta de “300%” em São Paulo
"Vamos alcançar a meta de 300% em todas as cidades paulistas até o fim da década: 100% de água, 100% de coleta e 100% de tratamento de esgoto". A promessa foi feita à coluna pela presidente da Sabesp, Dilma Pena. Em 2012, seu orçamento será R$2,2bi.

O último que sair, por favor apague a luz
Boa é a vida do parlamentar. O Congresso tira férias a partir de sexta- feira e só volta ao batente em 1º de fevereiro de 2012. Depois disso, os congressistas
descansam novamente entre 18 e 31 de julho de 2012. E logo na sequência começa o chamado “recesso branco” eleitoral, que dura até ... outubro.

CURTAS
Os atrasos do ex-governador de São Paulo José Serra em eventos públicos estão virando folclore no PSDB. Até mesmo aliados e amigos do tucano falam dessa “mania” abertamente.
Recentemente, a coluna flagrou o ex-governador tucano Alberto Goldman fazendo o seguinte relato em uma roda de empresários e políticos: “Quem nos arrebenta a vida é o Serra. Ele faz a gente esperar duas horas, chega com pressa, fala e vai embora. Nós ficamos três horas e ele fica cinco minutos”.
Empresas do Rio de Janeiro descobriram uma nova maneira de divulgar seus produtos. Estão colocando publicidade no teleférico do pacificado Alemão, o maior morro da cidade.
A presidente Dilma Rousseff e seu colega Barack Obama ficaram de se encontrar em meados de março
Um nome não sai da boca dos petistas de São Paulo para assumir o Ministério da Ciência e Tecnologia em 2012 no lugar do cotado Mercadante: o deputado Newton Lima. Como diria Garrincha: “Agora só falta combinar com os russos”
Manchete de ontem no site do Senado. "Lei Sarney foi pioneira no incentivo à cultura", Detalhe: o presidente da casa é...José Sarney.
Aécio Neves recebeu em Curitiba, a mais alta comenda do Governo do Paraná, a Ordem do Pinheiro, instituída em 1972. Ele foi o orador oficial da cerimônia, presidida pelo governador Beto Richa. Ambos, claro, são do PSDB

PRONTO, FALEI

“É impossível atingir 100% da meta”
Gilberto Kassab
 Prefeito de São Paulo, em momento pessimista


OPINIÃO
O que esperar de 2012

Rogério Mori
Professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas

O encerramento de 2011 deixou um conjunto de incertezas para o ano que se inicia. As economias européias e norte-americanas seguem exibindo fragilidades consideráveis, que elevam a perspectiva de risco global e os temores de uma nova recessão no ano que vem. Nesse sentido, a economia norte-americana prossegue permeada de incertezas. A atividade econômica segue em ritmo de recuperação tendo como base os impulsos fiscais proporcionados pelo governo. Os níveis de consumo do setor privado ainda seguem retraídos e incapazes de proporcionar uma dinâmica de crescimento sustentável para a economia dos EUA ao longo do ano que vem. Some-se a isso o fato de que perspectiva fiscal norte-americana não é das mais favoráveis: o aumento dos gastos públicos tem levado a um crescimento da dívida pública dos EUA e as agências de classificação de risco têm alertado para esse problema, sinalizando maior risco para a dívida pública americana. Também é importante ressaltar que as instituições financeiras continuam fragilizadas e as famílias permanecem com elevado grau de endividamento naquele país. Esses elementos tornam difícil uma recuperação em bases mais sólidas em 2012. Por sua vez, a Europa tem apresentado uma sequência de problemas que se agravam momento a momento, sem uma perspectiva de solução à vista.
O excessivo endividamento de alguns países do euro, como Grécia, Portugal, Espanha e Itália, aumentaram substancialmente a percepção de risco da dívida pública desses países. Tal fato torna cada vez mais difícil tanto o processo de rolagem da dívi- da desses países quanto a colocação de nova dívida pública. A partir disso, os riscos de moratória da dívida pública e de ruptura do euro aumentaram significativamente, tornando a continuidade da recuperação da atividade econômica global cada vez mais duvidosa. Deve se lembrar também que existem consideráveis dificuldades de coordenação dos governos para resolver esses problemas. Nesse sentido, as incertezas aumentam, o crédito se retrai e as perspectivas de uma nova recessão global se tornam mais visíveis.
Ao mesmo tempo, os efeitos da crise global começam a se tornar cada vez mais patentes sobre nossa economia, com sinais concretos de desaceleração do ritmo da atividade econômica doméstica. O Banco Central tem flexibilizado a política monetária ao longo do segundo semestre, mas os efeitos desse processo demoram a se refletir sobre o l ado real da economia. Ao que tudo indica, fecharemos 2011 com um crescimento econômico inferior ao que se projetava no começo do ano. O quadro para o ano que vem aponta para uma manutenção do processo de flexibilização da política monetária e de ações de política fiscal, com foco na tentativa de retomar o crescimento econômico. A inversão do ambiente de desaceleração econômica só será de fato conhecida daqui a alguns meses, quando os indicadores de atividade serão efetivamente publicados. A grande questão para o ano que vem permanece sendo a taxa de câmbio. Apesar da pequena depreciação do real frente ao dólar, a moeda brasileira mantém-se fortemente apreciada em termos reais em relação às demais moedas. Esse é um problema ainda não equacionado inteiramente pelo governo. Suas ações ao longo de 2011 têm tido impacto relativamente restrito nesse processo. Em 2012, o governo deverá continuar debruçado sobre esse problema, procurando uma solução. ■

BRASIL
Governo vai usar defesa comercial a favor da indústria
Numa mudança de estratégia, MDIC decide ser mais agressivo, vai atacar as triangulações entre países e incentivar inovação

Simone Cavalcanti, de Brasília

O governo vai intensificar as ações de defesa comercial para dar fôlegoà indústria nacional nessa nova fase da crise global, que tem levado a um acirramento da concorrência com os importados no mercado doméstico. Felipe Hess, diretor do Departamento de Defesa Comercial (Decom) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) disse ao Brasil Econômico que, no início do próximo ano, será publicado um decreto com novas regras para as investigações antidumping — contra a prática comercial que consiste na venda de produtos abaixo do valor de custo do seu país de origem. Também está no horizonte de curto prazo o aprimoramento da regulamentação que trata de salvaguardas — defesa comercial. A intenção é tornar os processos cada vez mais eficientes e ágeis principalmente diante da conjuntura atual. “Quanto mais vulnerável estiver um setor, mais ele vai se beneficiar", afirmou, ressaltando que as ações não têm por objetivo corrigir distorções causadas por questões internas, como de natureza tributária, mas os aspectos da concorrência desleal com os importados. Em paralelo, o governo estuda ações no âmbito da política industrial para incentivar o aumento de investimento em inovação e tecnologia visando o médio e longo prazo.
Além de estabelecer prazos mais claros para as respostas das partes envolvidas no processo, o decreto torna obrigatória a publicação das conclusões preliminares antes mesmo do término da investigação. Com isso, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) poderá aplicar medidas provisórias, como o aumento do imposto de importação em alguns casos, para reduzir a entrada de mercadorias que sejam alvos da ação.
“Enquanto as economias madura s estiverem patinando e o Brasil tiver com bom desempenho, nosso mercado será um dos locais mais promissores para essas mercadorias e assistiremos a evolução das importações”, afirmou. Dados do MDIC mostram que, entre janeiro e o dia 18 deste mês, o volume de importações chegou a US$ 218,9 bilhões, alcançando recorde histórico. Em todo o ano passado, os desembarques somaram US$ 181,6 bilhões. Segundo Hess, também está previsto para o primeiro trimestre de 2012 o reforço da equipe de investigadores de defesa comercial dos atuais 28 para 148. E ainda o lançamento do Decom Digital, um sistema informatizado que receberá todos os documentos das partes envolvidas nas investigações e poderá ser consultado pelo público. Com a redução da burocracia, ganhase menores custos e mais agilidade. Mas enquanto isso não ocorre, a ordem do próprio ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, é d e ter ousadia e agressividade com os recursos que existem.
O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) já está apoiando os processos de defesa comercial de forma geral desde agosto passado. Antes sua atuação era restrita aos setores de saúde e de meio ambiente. O órgão está acelerando os processos de avaliação de conformidade dos produtos importados para informar ao ministério os casos em que entenda que os produtos que estão ingressando no país apresentem qualidade inferior à exigida pelos similares fabricados no mercado doméstico. Na lista que já está sob análise do Inmetro estão, por exemplo, máquinas, aço, tubos, válvulas. “Se não atende às exigências e não tem selo, igual brinquedo, não pode entrar no Brasil”, disse a secretária de Desenvolvimento e Produção, Heloísa Menezes.


Mercosul aumenta tarifa comum
Presidentes dos países do bloco firmam acordo para elevar taxas de importação de 200 produtos

Gustavo Machado

A proposta argentina para criar um dispositivo que elevaria as taxas de importação de 200 produtos ao limite da Tarifa Externa Comum (TEC) foi aprovada ontem, em Montevidéu, no Uruguai. Na 42ª Cúpula de Presidentes do Mercosul, com a presença dos presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, foi acordado que cada país do bloco poderá aumentar as tarifas destes itens em até 35%, limite firmado pelos integrantes. Diferentemente das listas de exceção à TEC, este novo regime não contempla uma negociação com o bloco para que se possa alterar as alíquotas de importação.
Uma das críticas ao modelo que visa minar a concorrência de importados é a possibilidade de triangulação do produto. A prática acontece quando um país, com imposto de importação menor recebe o produto e o remete para outro, com o qual possui acordo de livre comércio. Assim, o item escapa da tarifa cobrada pelo país de destino final. Primordialmente, o Brasil pleiteava um acordo com uma lista de apenas 100 artigos. No entanto, todos os países aceitaram integralmente a proposta argentina, que contempla 200 produtos. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, adiantou que a lista confeccionada pelo Brasil possue basicamente bens de capital, produtos têxteis e químicos.
Venezuela
Uma estratégia para dar continuidade no processo de ingresso da Venezuela no Mercosul  foi discutida entre os chefes de estado do Mercosul, com a presença do presidente venezuelano, Hugo Chávez. O colega uruguaio, José Mujica, articula com o paraguaio, Fernando Lugo, uma forma de driblar os empecilhos impostos pelo parlamento paraguaio, que é maioria e emperra a votação de ingresso da Venezuela no bloco. Para que o país possa fazer parte do Mercosul, tem de haver decisão unânime de chefes de estado e parlamentos das quatro nações associadas. Entre outras pautas do encontro, o interesse do Equador em pleitear um espaço no bloco também foi discutido. Foram assinados o acordo de livre comércio com a Palestina e a renovação do Protocolo de Ushuaia. Com a mudança do nome para Protocolo de Montevidéu, o bloco refaz seus votos em favor da democracia. ■ Com Abr


Para Tombini inflação de 2012 será menor

A inflação será menor em 2012 do que a verificada neste ano, disse ontem o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini,em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O presidente do BC voltou a enfatizar que o efeito das alterações na taxa básica de juros é defasado e cumulativo. “As medidas adotadas foram mais sentidas no terceiro trimestre. Primeiro afetam as condições da economia e, em segundo momento, a inflação”, explicou. Abr


Desembolsos do BNDES atingem R$ 104,2 bilhões entre janeiro e outubro

Os desembolsos do BNDES atingiram R$ 104,2 bilhões entre janeiro e outubro, valor 26% inferior ao montante do mesmo período do ano passado. A queda na comparação anual é atribuída à alta base de comparação de 2010, já que em setembro de 2011 a Petrobras fez uma capitalização de R$ 24,5 bilhões. “Excluída essa operação, os desembolsos ficam 10% menores”, segundo próprio o BNDES. Reuters


Programa Bolsa Família supera meta e inclui 325 mil novas famílias ao longo do ano

Ao fazer um balanço do Plano Brasil sem Miséria, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, destacou ontem a identificação de 407 mil famílias para inclusão no Programa Bolsa Família, número acima da meta estabelecida para 2011 (320 mil). Do total, 325 mil já estão recebendo o benefício. “Ainda não estamos satisfeitos. Queremos encontrar 800 mil famílias até 2014.” Abr


Brasil busca autossuficiência em remédios derivados de sangue
Ministro visita Instituto Butantan, onde mais uma fábrica está sendo construída, e quer o fim das importações

Martha San Juan França

Depois da inauguração, anteontem, da primeira etapa da fábrica de medicamentos da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) no município de Goiana (PE), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve em São Paulo para acertar uma parceria com o Ins- tituto Butantan, órgão da Secretaria da Saúde do Estado, com resultado semelhante. As duas fábricas — da Hemobrás e do Butantan — fazem parte da decisão estratégica de tornar o Brasil autossuficiente na produção de remédios feitos a partir de plasma sanguíneo. Há mais de dez anos que o governo fazia planos para construção dessas fábricas, com o objetivo de substituir as importações de hemoderivados, proteínas obtidas a partir do plasma, utilizadas no tratamento d e doenças como a hemofilia A e B e como matéria-prima na produção de vacinas e em cirurgias mais complexas. O motivo é óbvio: o SUS gasta por ano R$ 2,5 bilhões para f ornecer esses medicamentos para cerca de 15 mil portadores de doenças.
“Este ano, conseguimos reduzir o valor ao mudar a forma de compra, renegociando os contratos e estendendo o acordo de fornecimento, o que trouxe uma economia de R$ 400 milhões, resultando na ampliação do atendimento”, diz Padilha. “Mas a ideia é zerar o gasto a partir de 2017 ou 2018, quando os dois projetos estiverem funcionando plenamente e até exportar o excedente.” O ministro lembrou que só quinze países no mundo têm tecnologia para produzir hemoderivados. A previsão é que o plasma coletado nos hemocentros do país comece a ser estocado na câmara fria recém-inaugurada da Hemobrás a partir de julho. Até 2014, esse material será remetido ao Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), na França, on-de será transformado em hemoderivados que retornarão ao Brasil para serem distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O LFB é parceiro da Hemobrás na transferência de tecnologia de fracionamento do plasma para a futura produção nacional de hemoderivados de Goiana. O investimento do governo federal nessa fase do empreendimento, que englobou apenas a câmara fria, foi de R$ 27,4 milhões. A segunda etapa está em andamento, com investimento previsto de R$ 269 milhões.

Sem concorrência
A fábrica paulista, que também já está em andamento, tem uma proporção menor, mas é considerada mais inovadora. Com investimento total de R$ 195 milhões, recebeu com a assinatura do acordo, aporte de R$ 20 milhões do governo federal, estendido também a outras atividades do Butantan, como a produção de vacinas contra influenza, e pesquisas para obter um imunizante contra a dengue. Outros R$ 20 milhões foram obtidos da Secretaria de Estado da Saúde. “A fábrica possui tecnologia de ponta e o desenvolvimento previsto no acordo permitirá avanços significativos no setor”, avalia Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan. O secretário de Saúde de São Paulo, Giovanni Guido Cerri, fez questão de enfatizar que não se trata de um projeto concorrente. “São Paulo une forças com o governo federal para levar o Brasil a ser auto-suficiente na produção de imunobiológicos essenciais”, afirmou. “São dois projetos independentes, mas complementares.” A mesma ênfase foi dada pelo presidente da Hemobrás, Rômulo Maciel. “A parceria que aqui se inicia vai contribuir para a construção da auto-suficiência nacional”, disse. ■


Governo aposta em acordo antes da greve
Secretaria da Aviação Civil diz que é preciso esperar decisão do sindicato

Gustavo Machado

De acordo com os órgãos públicos responsáveis pela aviação civil, o governo federal ficará de mãos atadas caso os sindicatos representantes das empresas aéreas e dos trabalhadores não cheguem a um acordo. A Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República (SAC) avalia que será necessário esperar pelas negociações entre as partes e que pensa em medidas para amenizar os problemas causados por uma paralisação. Os sindicatos dos aeronautas e aeroviários, como anunciado
na segunda-feira (19), mantiveram o anúncio de greve a partir de amanhã, às 23h. O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) aceita firmar reajuste de 6,17%, enquanto que os Sindicatos Nacionais dos Aeronautas e dos Aeroviários (SNAs) querem 7%. Já a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) indica que estão em curso estudos para minimizar os efeitos da possível paralisação. Segundo uma fonte ligada à agência, o governo espera que haja acordo entre os sindicatos, pois a diferença entre o pedido e a oferta é pequena.
Sem dar detalhes, a Anac diz possuir um plano de contingência pronto para ser aplicado. Estudam-se também medidas legais para que a greve não paralise mais que 50% do contingente. João Armando Amarante, advogado trabalhista do Instituto de Advogados de São Paulo, explica que o Snea pode entrar com um dissídio coletivo de greve e pedir a criação de regras para a interrupção. “Como é uma atividade considerada essencial, eles podem entrar com esse pedido”, diz. Celso Klafke, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), confirma que apenas 20% dos funcionários trabalharão após o início da grave. Porém, não demonstra confiança em uma grande adesão. “Estamos trabalhando para que a unidade se mantenha”, diz Klafke. Ontem, dois sindicatos ligados à Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aéreo (FNTTA) assinaram com o Snea, aceitando o reajuste de 6,17%. Klafke afirma que estes sindicatos, um do Amazonas e outro da cidade do Rio de Janeiro, não tem representatividade. O Snea diz que os acordos diminuem a chance de paralisação. ■


MUNDO
Espanhóis miram "sonho brasileiro"
Empresas e trabalhadores migram em busca de novas oportunidades no país

O desembarque da companhia espanhola Isolux ao país em agosto demonstra que a aposta nos mercados emergentes não é só uma oportunidade, mas uma estratégia de sobrevivência.
A companhia decidiu instalar-se de mala e cuia e fazer do Brasil sua sede mundial na área de infraestrutura, com planos de abrir capital por aqui e investir R$ 10 bilhões em geração de energia eólica, fotovoltaica, linhas de transmissão e concessão de rodovias.
A Isolux é apenas um caso emblemático de um movimento muito mais amplo, no qual companhias do porte do Santander e Telefônica já miramo Brasil como seu primeiro mercado num futuro não muito distante.
Não por acaso, o presidente do banco espanhol, Emílio Baton, que pôs à venda ativos do grupo no Chile e Colômbia para compensar as perdas na Espanha, não poupou elogios à presidente Dilma Rousseff em visita ao Brasil no mês passado.
O investimento direto espanhol no Brasil, que em meados da década passada oscilava em US$ 1 bilhão, chegará perto dos US$ 8 bilhões em 2011.
Além das empresas, os trabalhadores espanhóis também estão chegando em busca do "sonho brasileiro". Segundo o Ministério da Justiça, de dezembro de 2009 a junho de 2011, o número de cidadãos da Espanha legalmente instalados no Brasil saltou de 58 mil para 81 mil, perdendo, entre os europeus, apenas para os portugueses, que passaram de 277 mil para 329 mil.
Não deixa de ser irônico que a Galícia, província que mais exportou mão de obra barata para toda a América Latina no século passado, em especial para o Brasil, Uruguai e Argentina, volte a ser representada por Mariano Rajou no comando da Espanha no momento em que o país busca desesperadamente a saída para uma crise que parece não ter fim.


DESTAQUE
Petrobras e BB derrubam o Fundo Soberano
FSB concentra 74% de seu patrimônio em papéis da maior empresa do Brasil e perde R$ 3,4 bilhões neste ano

Ana Paula Ribeiro

O Fundo Soberano do Brasil (FSB), que tem como objetivo tornar rentável uma poupança pública para o país e garantir re- cursos em caso de crise, perdeu neste ano R$ 3,4 bilhões de seu valor patrimonial. Ao iniciar 2011, os recursos aplicados somavam R$ 1 8,76 bilhões. Agora, totalizam R$ 15,36 bilhões. Esse desempenho está diretamente atrelado à concentração das aplicações em ações da Petrobras, que acumulam perdas nos últimos meses. Dos recursos que formam o patrimônio do FSB, 74,1% estão alocados em ações ordinárias e preferenciais da Petrobras. As aplicações são feitas via Fundo Fiscal de Investimento e Estabilização (FFIE), administrado pela BB Gestão de Recursos DTVM. Essa concentração teve início no terceiro tri- mestre do ano passado, em decorrência do processo de capitalização da empresa petrolífera. Há ainda uma fatia de 9,5% que está aplicada em papéis do Banco do Brasil (BB). Quando esses ativos têm desempenho ruim no mercado acionário, há um reflexo direto do patrimônio do fundo, que é atualizado diariamente. O restante dos recursos está aplicado em operações compromissadas no Banco Central-incluindo o reinvestimento dos dividendos gerados pelas aplicações nas ações das duas companhias.
O Tesouro Nacional, que tem o papel de assessorar o conselho deliberativo do FSB, informou que o objetivo é a valorização dos ativos no longo prazo: “Está ocorrendo isso (desempenho negativo) com todas as carteiras, mas não vai incorrer em prejuízos porque as aplicações do Fundo têm a perspectiva de valorização no longo prazo”. Já a BB DTVM informou que, por ser o FSB um fundo exclusivo, não faria comentários. O FSB foi criado em 2008 com a finalidade, segundo a L ei nº 11.887, de promover investimentos em ativos no Brasil e no exterior, formar poupança pública, mitigar os efeitos dos ciclos econômicos e fomentar projetos de interesse estratégico do país localizados no exterior. No entanto, na avaliação de economistas e consultores, a concentração em ações de empresas controladas pela União não condiz com a finalidade estabelecida na criação do fundo, que foi constituído por recursos do superávit primário, que é a economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida pública. “Tem que fugir de aplicações que acentuem o grau de concentração de risco que já é do setor público”, avalia o sócio da RC Consultores, Paulo Rabello de Castro. No acumulado de 2009 a 2011 (até dia 16 de dezembro), a rentabilidade do fundo foi de 7,8%.
O decreto que regulamentou o FSB orienta que as aplicações devem, caso feitas no Brasil, proporcionar uma rentabilidade mínima equivalente à taxa de juros de longo prazo que, para este período, que é de 19,24%. Castro explica que, em geral, os fundos soberanos concentram suas aplicações fora do país de origem com o objetivo de diversificar o risco, mesmo que a rentabilidade não seja ele-vada. “Não é para ser o maior retorno possível, mas uma rentabilidade moderada e um risco baixo”, disse, acrescentando que a concentração em ações da Petrobras contraria o conceito. O professor Pedro Cavalcanti Ferreira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), lembra que o melhor seria diluir essas aplicações. “Assim se consegue dispersar ao máximo o risco.” Na avaliação do economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria, os responsáveis pela administração do FSB deveriam ter aproveitado o período de maior rentabilidade, no primeiro trimestre de 2011, para vender parte das ações e promover a diversificação da carteira do fundo. “Mas foi tomada uma decisão não econômica”, consi-dera o especialista em contas públicas das Tendências.

Efeito anticíclico anulado
Salto lembra que, caso ocorra à venda d e parcela das ações em poder do FSB, o suficiente para uma redução significativa de concentra ção em Petrobras, haveria uma pressão no mercado acionário, alimentando ainda mais a volatilidade dos papéis da estatal petrolífera. Tanto Rabello, da RC Consultores, como Salto concordam que parte desses recursos deveria estar aplicada em ativos fora do país. Dessa forma, o investimento atenderia o preceito de mitigar os efeitos de ciclos econômicos, ou seja, ter um caráter anticíclico. ■ Colaborou Simone Cavalcanti.


INOVAÇÃO & GESTÃO
O projeto brasileiro de inovar a gestão
Diretora e cofundadora do Instituto Tellus

Marina Cançado

Em 2011, a empresa de tendências e inovação BOX 1824 lançou o estudo "O sonho brasileiro" sobre o Brasil e seu futuro sob o ponto de vista do jovem brasileiro de 18 a 24 anos (quase 26 milhões de brasileiros). A  motivação do estudo estava relacionada com o fato de, hoje, no Brasil, existir uma combinação inédita: o país está num momento único de sua história, de grande reconhecimento nacional e internacional e a juventude é uma geração que nasceu digital e está vivendo em mundo com outra configuração.
Segundo a pesquisa, a maioria dos jovens possui como sonho coletivo relacionado ao país, a redução da violência e da corrupção, seguido de  portunidades para todos. O estudo também mostrou que mais de 50% dos jovens de hoje se conectam mais com discursos coletivos do que com individualistas.
Segundo a BOX 1824, hoje existem 2 milhões de jovens-ponte, o que corresponde a 8%dos jovens brasileiros de 18 a 24 anos. 60% desses jovens estão envolvidos em organizações ou movimentos relacionados a questões públicas. Eles acreditam em heróis reais e possuem foco no presente, na transformação do Brasil, agora, por meio de micro-revoluções, isto é, de ações inseridas no cotidiano, de projetos que aos poucos vão mudando algumas realidades.
Para esses jovens, os valores capazes de guiar a transformação do país são: participação, diversidade, criatividade e diálogo.
É interessante notar que embora esses jovens tenham grande vontade de contribuir para um Brasil com oportunidades para todos, eles estão  buscando caminhos alternativos fora da administração pública, do Governo e da Política. Por mais fundamentais que sejam estas outras vias, é preciso criar um ecossistema favorável para os jovens também enxergarem que há oportunidade para dentro do Governo e da Política fazer diferente e trazer os valores que prezam.
Nesse sentido, as escolas de Governo, como a João Pinheiro são peça fundamental em inspirar o jovem a ver o Governo como um caminho possível de transformação social e lhe oferecer ferramentas para cumprir este papel. Além da importância dos cursos nesta área serem mais focados em desafios práticos, baseados em projetos e atividades de campo e não apenas na teoria, para ajudar o aluno a se inserir no setor público, as  escolas de Governo devem oferecer condições para que o jovem tenha experiências, contato e canais de entrada na administração pública com equipes nas quais ele realmente possam ser desafiado e possa canalizar sua energia transformadora.
Portanto, para efetivamente concretizarem sua missão de formar gestores e lideranças públicas, o grande projeto das escolas de Governo deve ter como base a estruturação de ambientes inspiradores e atuação como facilitadoras para que seus alunos se conectem com pessoas abertas e que estão promovendo transformação, tenham acesso a comunidades de troca de  experiências e sintam que não estão sozinhos, mas possuem as condições e oportunidades de realmente entrar no setor público, ocupar posições desafiadoras e melhorar a vida das pessoas pelo Governo.


JUSTIÇA
OAB luta contra o tempo para barrar doações privadas
Entidade quer que o Supremo diga se as doações de empresas são constitucionais ou não

Eleição após eleição o debate sobre o modelo ideal para financiar campanhas se renova.
Para os que defendem a criação de um fundo público, essa seria a única maneira de baratear os custos das campanhas, evitando que o maior acesso a recursos, por parte de alguns poucos candidatos e partidos, possa desequilibrar a disputa.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) puxa a fila dos que acreditam nessa tese. Para tentar barrar a possibilidade de doações privadas, o Conselho Federal da entidade entrou recentemente com um pedido no SupremoTribunal Federal (STF). A Ordem quer que o Supremo diga se as doações de empresas são constitucionais ou não.
Segundo o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, o mérito da questão deve ser julgado ao longo do próximo ano, mas a decisão não se aplicará às eleições municipais.
“Estamos nos antecipando para o próximo pleito federal e para discutir, com novos elementos, o tema financiamento público de campanhas depois.”
A OAB também pretende que sejam impostos limites menores a pessoas físicas que queiram fazer doações e que sejam estabelecidos montantes máximos para candidatos que querem doar para a própria campanha, o que hoje não existe.  Embora a possibilidade de fechar o cerco às empresas doadoras seja considerada um avanço na legislação eleitoral, ela está longe de ser consensual.
Segundo especialistas que se opõem à medida, há o risco de que ela seja pouco eficaz na prática.
“Restringir demais o relacionamento legítimo entre o setor público, o privado e os políticos terá como efeito colateral dar mais espaço para soluções
criativas e indesejáveis de quem quer fugir dos mecanismos de controle”, prevê Shin Jae Kim, sócia do Tozzini Freire.
Segundo ela, essa situação é ainda mais grave quando se trata de pleitos municipais.
“Alguns prefeitos saem à caça de dinheiro e aumentam muito a pressão sobre potenciais doadores.”


Empresas tentam evitar armadilhas da lei

Empresas e pessoas físicas que habitualmente fazem doações para campanhas políticas precisam estar atentas para não cair em algumas armadilhas que chamam a atenção e podem levá-las à lista de investigadas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Há arranjos societários que acendem prontamente a luz de alerta dos controles do órgão.
Empresas ou pessoas físicas que fazem doações usando holdings Mnão operacionais ou holdings familiares integram essa lista.
“Quando isso acontece, o TSE abre um processo para verificar se o modelo foi criado para burlar a lei ou se houve apenas um descuido”, exemplifica Péricles D’Ávila Mendes Neto, associado do escritório Pinheiro Neto.
O aumento da fiscalização do TSE tem feito com que muitas empresas consultem o escritório antes de doar, diz. L.F.


FINANÇAS
Empresas brasileiras no imite do endividamento
Companhias que elevaram a relação de dívida sobre geração de caixa, como Gol, Suzano e Lupatech, entram na mira de debenturistas e agências de rating e abrem rodada de renegociação com credores

Flávia Furlan

A valorização do dólar e a estratégia agressiva baseada em aquisições elevaram ao limite o nível de endividamento de empresas brasileiras que, sem uma contrapartida de incremento em seus caixas, estão colocando os administradores sob pressão de debenturistas e agências de classificação de risco. O alvo é a alavancagem das companhias, ou seja, volume de dívida em relação à geração de caixa (Ebitda), medida usada como parâmetro em emissões de títulos de dívida privada, cláusulas também conhecidas como “covenants” financeiros.
O resultado disso é que os investidores estão  cobrando convergência aos níveis prometidos e um prêmio das empresas desobedientes. O que o mercado assistirá daqui em diante é uma rodada de renegociação entre as partes —e muitas companhias apertaram a assemblei a com os credores (investidores que compraram debêntures) entre a semana pós Natal e antes da virada do ano novo, considerada morta para o mercado financeiro. A Suzano Papel e Celulose se reunirá com debenturistas para tratar do tema no dia 28, enquanto no dia 29 será a vez da Lupatech negociar com seus investidores. Além destas, Gol, Gafisa, Fibria e Marfrig podem passar pela mesma situação. As companhias apresentam alto nível de dívida e m relação ao Ebitda, in- dicador usado para mostrar solidez aos investidores e arma para disparar prêmios extras na remuneração dos investidores e exigências de novas garantias.
Segundo o analista da Ativa Corretora, Artur Delorme, a Lupatech deveria fechar este ano com a dívida representando at é 4,5 vezes o Ebtida e, entre 2011 e 2017, em 3,5 vezes. “O indicador está em 12 vezes”, ressalta o analista. “Na reunião do dia 29, a empresa pedirá a liberação de uma taxa que deve pagar quan-do não se cumpre o acordo”, pondera. O analista da corretora Coinvalores, Marco Saravale, explica que, no caso de um endividamento maior do que o prometido, o risco do investimento aumenta. “É essa diferença que os debenturistas vão cobrar”, destaca. O problema da Lupatech foi o alto investimento antes de crise de 2008 na aquisição de novas empresas, à espera de uma demanda mais forte por serviços e equipamentos de petróleo e gás por conta do pré-sal, o que até agora não aconteceu.
As demais companhias, entre elas a Gol, Fibria e Suzano, têm tido s eu endividamento afetado por outro problema: o câmbio. No caso da Gol, a dívi- da em moeda estrangeira chega a 72,4% no último trimestre, quando o estoque foi de R$ 4,7 bilhões. O indicador Ebitdar, que considera lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e também antes do leasing de aeronaves, estava em R$ 124,2 milhões ao final de setembro.
“A expectativa é de que ela tenha um quarto trimestre também fraco”, diz o analista do BB Investimentos, Leonardo Nitta. A empresa aérea não divulga seus “covenants” (apenas para os debenturistas), mas assume que pode superar o nível de endividamento acordado. No entanto, tem grandes chances de não pagar o prêmio aos investidores. “Todos os detentores da dívida são bancos, que têm também relacionamento comercial com a empresa, então eles podem até abrir mão da multa”, considera o analista.O mesmo problema do câmbio afeta a Fibria, que tem 92% da dívida de R$ 11,3 bilhões atrelada à moeda estrangeira, segundo dados do terceiro trimestre, e a Suzano, que no último trimestre tinha 52,8% da dívida líquida de R$ 8,3 bilhões referente a moeda estrangeira. Mas, em relação à Suzano, o analista do BB Investimentos Carlos Daltozo acredita que a empresa não tenha a mesma sorte da Gol dter o prêmio desconsiderado pelos investidores.
No terceiro trimestre, a meta do nível de endividamento da empresa era de 4,25 vezes o Ebtida e o consolidado foi 4,23 vezes. No quarto trimestre, é de 4 vezes e, conforme dito na última reunião, se o dólar superar R$ 1,75, o indicador ficará acima disso. “A empresa tem duas hipóteses: ou renegocia a cláusula e paga um prêmio ao debenturista ou tem de liquidar a debênture no ato”, diz o analista. Os títulos em circulação têm um valor de R$ 600 milhões, contra um caixa de R$ 3 bilhões da empresa. “Eles alegam que pagar as debêntures não prejudicaria porque ela é a dívida mais cara que contraíram na época da crise, mas com certeza afetaria” o fluxo de caixa, pondera. Outra empresa perto no limite é a Marfrig, com relação de dívida e Ebtida de 4,04 vezes. Mas, segundo o presidente da empresa, Marcos Molina, não haverá necessidade de renegociação de covenants, uam vez que a companhia deve elevar geração de caixa e reduzir dívida com venda de ativos. ■


ÚLTIMA HORA
Polícia argentina ocupa jornal Clarín

O maior conglomerado de mí-dia da Argentina, o Grupo Cla-rín, sofreu ontem intervenção judicial em sua subsidiária Ca-blevisión, que é líder no merca-do local de TV a cabo e internet. A sede da empresa foi ocupa-da por 50 policiais militares cumprindo mandado judicial solicitado por uma concorren-te que acusa a Cablevisión de concorrência desleal. O Clarín acusou o juiz responsável pela ordem, da província de Men-doza, de ter “se dobrado ao go-vernismo”. O Clarín vive em pé guerra com o governo da presidente Cristina Kirchner, que acusa a empresa de cometer crimes na compra da companhia Papel Prensa, que produz papel para a imprensa de todo país. Hernán Labrone, analista da Fénix Compañía Financiera, disse que a ação judicial na Cablevisión “impacta o Grupo Clarín, um papel que com o tempo se tornou não-líquido por causa das pressões existentes entre a empresa e o governo”. Após a invasão, as ações do grupo negociadas na bolsa de Buenos Aires encerraram o pregão cotados a 8,9 pesos, uma queda de 11% em relação ao fechamento do dia anterior.
O juiz decidiu pela intervenção com coadministra- ção, o que significa que a atual diretoria não será destituída. Daniel Casino, diretor jurídico da empresa, disse que a decisão judicial “propõe que é preciso dividir a empresa Cablevisión”. Ele acrescentou que a Cablevisión vai recorrer. “Isso está no quadro de uma luta política. Esse grupo se dobrou ao governismo”, disse Casino ao canal TN, de propriedade do Grupo Clarín. A queixa contra a Cablevisión foi feita pela operadora Super canal. No ano passado, o governo proibiu a Cable- visión de vender serviços de internet por causa de supostas irregularidades, mas um tribunal posteriormente suspendeu a medida. O Grupo Clarín detém o diário de maior circulação na Argentina e o principal canal de notícias do país, mas os negócios de internet e TV a cabo representam a maior parte do seu faturamento.
O fato acontece no momento em que o país se prepara para votar uma lei polêmica que declara de interesse público o papel-jornal,que tem como única fabricante a Papel Prensa. A Cablevisión conta com 3,3 milhões de assinantes distribuídos na Argentina, Paraguai e Uruguai. Na Argentina está em 96 cidades. ■ Reuters e AFP


Leilão de energia tem deságio de 8,7%

O sétimo e último leilão de energia de 2011 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) alcançou deságio de 8,77% em relação ao preço inicial do pregão. O preço médio de venda de energia dos empreendimentos participantes foi R$ 102,18 por megawatt-hora (MWh). Foram contratados no total 555,2 megawatts de 42 empreendimentos: uma usina hidrelétrica (São Roque, em Santa Catarina); 39 geradoras eólicas nos estados da Bahia, do Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte e Rio
Grande do Sul; e mais duas usinas térmicas movidas a base de biomassa (em São Paulo e Goiás). O valor total dos investimentos do leilão será R$ 4,3 bilhões. ■ Abr


PONTO FINAL
Senado aprova DRU em segundo turno

O Senado Federal aprovou, em segundo turno, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga os efeitos da Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 31 de dezembro de 2015. Foram 55 votos a favor e 13 contrários. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), convocou uma reunião do Congresso Nacional para hoje, para a promulgação da emenda constitucional. Os efeitos da atual DRU vencem no próximo dia 31 de dezembro. A DRU é um mecanismo que permite ao governo federal utilizar livremente 20% das receitas da União.
FONTE:http://clipping.radiobras.gov.b

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