PRIMEIRA PÁGINA
Piso da
educação garantido
Cerca de 70 mil professores da rede estadual
receberão aumento de 22,22% este mês, retroativo a janeiro. Associação de
prefeitos vai acionar o governo federal, alegando não poder pagar o novo mínimo
de R$1.451,94.
TSE
endurece regras para eleições
Políticos que tiveram contas da campanha de 2010
rejeitadas estão inelegíveis este ano.
Aposentadoria
do servidor anima ministro
Garibaldi Alves Filho acredita que Senado vota
mudanças ainda neste semestre.
COLUNAS
Cláudio
Humberto
PSC quer pasta do PDT
Após o PRB ter sido contemplado com Marcelo
Crivella no comando da Pesca, o PSC também entrou na disputa por espaço na
Esplanada. O partido do Pastor Everaldo pretende a vaga do PDT no Ministério do
Trabalho, alegando a infidelidade dos pedetistas nas votações de interesse do
governo. Além disso, o PDT está em plena negociação para participar do governo
tucano de Geraldo Alckmin, em São Paulo. A bancada do PSC sugere o nome de Hugo
Leal (RJ) e propõe que a indicação seja conjunta com o PDT. Leal é
ex-pedetista. Os sociais-cristãos reclamam que, apesar de possuir bancada de 17
deputados, foi o PRB quem emplacou ministro, reunindo apenas dez parlamentares.
Dilma nomearia Vieira da Cunha (RS) ministro do Trabalho, vetado pela banda
podre do PDT. Ela rejeita Manoel Dias, da turma de Carlos Lupi.
Militares da reserva sem punição
Militares da reserva que se manifestaram contra a
presidente Dilma (na foto, durante visita ontem a Lula) não podem ser punidos,
segundo um subprocurador-geral do Ministério Público Militar consultado pela
coluna. Ele não viu crime previsto no Código Penal Militar. Podem apenas sofrer
sanções disciplinares, de acordo com o regimento de cada Força. Segundo a
súmula 56 do Supremo Tribunal Federal em vigor, “militar reformado não está
sujeito a pena disciplinar”.
Continência
Dirigentes de clubes militares estão sendo
pressionados a renunciar, após o vexame de obedecerem a “ordem” de retirar
criticas a Dilma.
Com o fígado
Dilma cometeu um erro primário, tentando sufocar a
insatisfação de militares da reserva. Se os tivesse ignorado, mal se falaria no
assunto.
Investigação
Militares admitem a Comissão da Verdade, desde que
investigue os dois lados, como a autoria de alegados 129 assassinatos do lado
deles.
Caiu a ficha
As notícias sobre o tratamento de câncer na
garganta não são exatamente ruins, mas o ex-presidente Lula anda muito
deprimido.
Pela internet
O vice-presidente Temer soube pela internet que o
senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) havia sido convidado para o cargo de ministro
da Pesca.
Revoltado
O clima na Secretaria de Pesca está de tainha não
conhecer robalo. O mosca-morta Luiz Sérgio estava em férias e soube de sua
demissão por telefone. Não escondeu a revolta diante de funcionários graduados.
Novo espectador
Num papo descontraído com alguns senadores, ontem,
o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) confessou: “Devo admitir que só
comecei a assistir a TV Senado no ano passado, e por influência lá de casa”.
Sua mulher, ministra Gleisi Hoffmann, é senadora pelo PT-PR.
No aeroporto
A Infraero é igual a São Tomé: despachará a Londres
cinco chefões, tudo pago por nós, durante uma semana, para “conhecer as
práticas e produtos britânicos para a Olimpíada de 2012”. Tomara que aprendam.
Pensando bem...
...Dilma deu a vara a Marcelo Crivella, agora
precisa ensiná-lo a pescar.
Frase
"Não sei colocar uma minhoca no anzol” –
Marcelo Crivella, novo ministro da Pesca, admitindo
que é apenas pescador de almas
Dilma supera Lula
A presidente anda “insuportável”, dizem assessores,
após pesquisa nacional de avaliação do seu desempenho, ainda não divulgada: 62%
de “ótimo” e “bom”. Mais que o ex-presidente Lula em qualquer tempo.
O rei agoniza
Guido Mantega anda tão caído que servidores da
Fazenda já negociam com outros ministros. Analistas tributários da Receita
pediram ontem a José Eduardo Cardozo (Justiça) adicional de fronteira e
reestruturação salarial.
EDITORIAL
Banda
larga cara e ruim
O nosso País tem hoje todas as ferramentas para
assumir, em comunicações, um posto proporcional ao mercado consumidor de
computadores. Como acaba de ser informado, somos o terceiro maior mercado,
perdendo apenas para a China e a Índia – parceiros do Brasil no clube dos
emergentes, o Bric, a que falta acrescentar Rússia. Entretanto, apesar de
somente no ano passado a classe média ascendente brasileira ter adquirido mais
de 15 milhões de computadores, entre 168 países pesquisados estamos em 76º
lugar em matéria de velocidade de acesso à internet.
Esse posto pouco honroso é que explica a existência
de um Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) que tem como propósito levar
internet de alta velocidade para todos os brasileiros. Pelo andar do andor,
esse objetivo vai devagar, quando o próprio Plano considera que “a
infraestrutura de acesso à internet em banda larga é essencial para o
desenvolvimento e competitividade das nações”. A esperança reside no potencial,
embora reconhecendo “a baixa difusão do acesso em banda larga nos domicílios”.
A partir daí, o governo se volta para o futuro,
tendo por norte a Copa de 2014. O entendimento dessa carência é que dificulta a
compreensão do nosso atraso no setor, além do processo de exclusão que se dá
pelo alto preço do acesso à banda larga, quando comparado com o resto do mundo.
Perdemos de goleada para nações como Japão e Coreia, e com um marcador mais
modesto – embora perdendo – para nações vizinhas, como Argentina e Chile. Em
números, significa dizer que mais da metade dos brasileiros ainda não acessa a
rede mundial e essa é uma constatação bastante grave para quem quer ocupar um
lugar de destaque entre as nações, além do posto de 7ª economia do mundo, a que
não corresponde nossa inclusão nesse universo especialíssimo das comunicações
pela banda larga.
Estimular o setor privado a investir e competir
nessa área é a mais promissora expectativa que podemos ter, quando comparado,
por exemplo, com a questão da telefonia. Antes de uma abertura semelhante,
telefone era patrimônio, objeto de cobiça e de herança. Se a importância da
banda larga para o desenvolvimento do País é tão visível, devemos lastimar que
não tenha a celeridade necessária para avançarmos mais e – já que tudo hoje
funciona com duas datas precisas: 2014, da Copa, e 2016, das Olimpíadas –
entende-se que o processo de diálogo entre o público e privado para superar as
barreiras que ainda existem deve ter um tratamento muito especial, fundado na
rapidez, na clareza, no equilíbrio de mercado e, sobretudo, nos interesses da
Nação.
São muitas as razões para a superação dos entraves
nesse setor, mas bastaria a advertência mensurada em todos os estudos de que a
nossa banda larga é cara e ruim. E que sem ela não há como pensar em maior
competitividade brasileira num mercado global dominado inteiramente pela
comunicação, ela própria símbolo da globalização.
OPINIÃO
Mais saúde
Adeildo Nunes
No momento em que a Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) propõe um debate franco e reflexivo sobre a saúde no Brasil
como tema para a Campanha da Fraternidade de 2012, não custa nada relembrar que
a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação (art. 196, Constituição Federal/1988). A mesma Carta
Magna, para assegurar essa obrigação estatal, criou o Sistema Único de Saúde
(SUS). Mas até agora o SUS não disse pra que veio. Aqueles que precisam de atendimento
médico preventivo ou de urgência ficam à mercê da falta de médicos
especialistas, equipamentos, serviços de enfermagem e medicamentos. Por mais
que se criem tributos exclusivamente para custear as despesas com saúde
pública, os recursos nunca chegam aos pequenos municípios. Lá, faltam leitos
hospitalares e equipamentos para cirurgias, enfim, a saúde pública no Brasil
sempre foi um verdadeiro "faz de conta", porque não existe política
de saúde pública para os mais carentes.
O grito da campanha da CNBB, certamente se estende
à saúde nos presídios, onde 520 mil reclusos se ressentem de assistência
preventiva e curativa. Na grande maioria dos presídios brasileiros sequer
existe um setor de enfermagem para o atendimento de primeiros socorros. De um modo
geral nossos presos são encaminhados aos hospitais públicos, porque também não
há local apropriado dentro do ambiente prisional, causando constrangimentos a
outros pacientes e aos próprios profissionais, sem se contar do grave
preconceito com o preso, que visivelmente é nutrido pela sociedade. A Lei de
Execução Penal assegura à mulher presa acompanhamento médico durante o
pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido, mas essa assistência está
só no papel, pois na prática ela inexiste. O que se sabe é que cerca de 16% da
população carcerária brasileira sofre de tuberculose, sendo certo que essa
epidemia cada vez mais se alastra dentro das celas imundas dos nossos cárceres.
Mais de 10% deles estão contaminados com o vírus do HIV, sem qualquer oportunidade
de acesso aos medicamentos básicos que bem poderiam atenuar essa grave doença.
Este é o retrato da saúde pública brasileira.
Adeildo Nunes
é juiz e mestre em direito
POLITICA
João da
Costa atrás do varejo eleitoral
RUMO ÀS ELEIÇÕES Prefeito passa a dois secretários a tarefa
de avançar no atendimento às pequenas demandas, especialmente dos vereadores,
em busca de lua de mel com a base
Sheila Borges
Mesmo empolgado com a repercussão positiva do
“empurrão” dado pela presidente Dilma Rousseff (PT) e pelo governador Eduardo
Campos (PSB), que fizeram elogios públicos à sua administração, o prefeito do
Recife, João da Costa (PT), sabe que, para reconstruir a Frente Popular em
torno de sua pré-candidatura à reeleição, não pode descuidar da política do
varejo. É assim que é chamada a política de atendimento das consideradas
pequenas demandas, que não partem apenas dos vereadores, mas também de
entidades da sociedade civil organizada e de comunitários que querem tão
somente falar pessoalmente com o prefeito para mostrar prestígio.
Para dar vazão às demandas da micropolítica, o
prefeito escalou dois secretários para tratar dessa agenda: Henrique Leite
(Governo) e Cláudio Ferreira (Assuntos Jurídicos). João da Costa nunca teve
muita paciência para cuidar do varejo. Com um perfil técnico, sempre preferiu
dar mais atenção aos projetos da macropolítica. Por isso, recebeu tantas
críticas dos vereadores da base aliada ao longo desses quase três anos e meio
de governo. A maioria reclamava que não era recebida com facilidade pelo
petista e que não tinha os pleitos de suas comunidades acolhidos. Como um dos
primeiros coordenadores do Programa do Orçamento Participativo no Recife, Costa
priorizou os pedidos que chegavam ao gabinete via OP.
Por meio do programa, o PT queria quebrar a força
da tradicional política clientelista feita por cabos eleitorais dos vereadores.
Conseguiu reduzir o poder de influência desses líderes comunitários, mas não
acabou com a troca de favores. Apesar de ter resistido tanto, João da Costa
está cedendo aos apelos da base em função de seu projeto de reeleição. Henrique
Leite recebeu a missão de fazer um levantamento de todas as pendências
encaminhadas pelos vereadores governistas para dar um retorno o mais rápido
possível. O prefeito quer “ternurar” a base para aparar as arestas e, se
possível, chegar ao final do mês em clima de lua de mel com os aliados.
Decisão
do TSE vai ampliar os inelegíveis
Agência Folhapress
BRASÍLIA – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
decidiu na noite de ontem que estão inelegíveis para as eleições municipais
deste ano todos os candidatos que tiveram rejeitadas as contas da campanha
eleitoral de 2010. A decisão representa importante mudança do entendimento
estabelecido pela Corte nas eleições passadas, quando os ministros entenderam
que bastava a apresentação das contas, independentemente de sua aprovação, para
que o político continuasse tendo o direito de se candidatar.
Os ministros também editaram uma resolução que
estabelecerá as regras de prestação de contas para as eleições municipais de
2012.
Por 4 votos a 3, a decisão de ontem vale
automaticamente para quem teve contas de campanha rejeitadas em 2010, mas poderá
alcançar também candidatos que tiveram problemas de campanha em eleições
anteriores. Ficou definido, no entanto, que os casos mais antigos serão
analisados caso a caso.
A ministra Nancy Andrighi afirmou que existe um
cadastro com 21 mil candidatos que tiveram contas desaprovadas em eleições
passadas. Até o momento, o TSE não soube dizer quantos desses tiveram problemas
em 2010.
“Não é possível considerar quite com a Justiça
Eleitoral o candidato que teve suas contas desaprovadas, pois a prestação de contas,
na prática, corresponderia à mera formalidade”, afirmou a ministra.
Ela foi acompanhada pelos ministros Marco Aurélio
Mello, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski. “Não basta apresentação no protocolo
de um documento que pode ser até mesmo que não reflita a realidade”, argumentou
Marco Aurélio.
Os ministros Arnaldo Versiani, Marcelo Ribeiro e
Gilson Dipp afirmaram, no entanto, que a legislação eleitoral afirma apenas que
o candidato receberá a certidão de quitação eleitoral se, entre tantos outros
pontos, apresentar a prestação de contas, não se referindo à necessidade de
aprovação.
Mas a maioria rebateu o argumento, ao dizer que a
lei deve ser interpretada no sentido de que a apresentação está vinculada com
sua aprovação.
Todos os candidatos devem prestar contas de sua
campanha. Eles podem receber doações de fontes privadas, mas também recebem
verbas públicas, provenientes do Fundo Partidário, dividido entre os partidos.
Os candidatos devem apresentar comprovante de todos
os gastos e receitas declarados. Além disso, a lei determina limites para essas
doações que, se ultrapassados, geram a desaprovação das contas.
Dilma
visita Lula em São Bernardo
SÃO PAULO – A presidente Dilma Rousseff se reuniu
ontem por cerca de três horas com o seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva,
no apartamento dele em São Bernardo do Campo (SP). Acompanhada de seu assessor
pessoal, Anderson Dornelles, Dilma saiu do prédio onde Lula mora sem falar com
os jornalistas.
O encontro não estava previsto na agenda oficial da
presidente. Ela saiu de Brasília por volta das 12h, após evento no Palácio do
Planalto. É a primeira reunião entre os dois depois da entrada do ex-governador
José Serra (PSDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Lula é o principal
estrategista do candidato petista, Fernando Haddad.
O ex-presidente passou os últimos dias em sua casa
após encerrar o tratamento contra o câncer na laringe, no dia 17 de fevereiro.
Durante o tratamento contra o tumor, diagnosticado em outubro passado, Dilma
visitou Lula pelo menos cinco vezes em São Paulo. Eles ainda se reuniram em
Brasília, quando Lula participou da despedida do ministério de Haddad.
FAVORECIMENTO
O pré-candidato do PSDB e ex-governador de São
Paulo, José Serra, avaliou ontem como natural a mobilização do Palácio do
Planalto em torno da candidatura do pré-candidato do PT à Prefeitura de São
Paulo, Fernando Haddad. Após reunião com a bancada estadual do PSDB, na
Assembleia Legislativa de São Paulo, Serra ressaltou que o tempo vai mostrar os
meios pelos quais o governo federal irá utilizar para alavancar a candidatura
do petista em São Paulo.
“É óbvio que o governo federal vai se mexer, isso
está dentro do previsto”, afirmou o pré-candidato. “Agora, a maneira como
fazer, isso o tempo vai mostrando”, acrescentou. O ex-governador de São Paulo
recebeu nesta tarde o apoio de 21 dos 22 deputados estaduais do PSDB à sua
pré-candidatura no processo de prévias tucanas, marcado para o dia 25 de março.
Em conversa com jornalistas nesta tarde, Serra
avaliou ainda que “seria surpreendente” se o governo federal também não agisse
para impedir uma aliança entre PSDB e PSB em São Paulo. Isso porque o PSB
integra a base de apoio de Dilma, mas, em São Paulo, compõe a administração do
governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Waldomiro
pega 12 anos por corrupção
RIO – O ex-assessor do Palácio do Planalto
Waldomiro Diniz foi condenado pela juíza Maria Tereza Donatti, da 29ª Vara
Criminal do Rio, por corrupção e fraude em licitação quando era presidente da a
Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro), em 2002. O caso refere-se ao
suposto pedido de propina ao empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos
Cachoeira, revelado em fevereiro de 2004 – o primeiro escândalo de corrupção do
governo Lula.
Segundo o Ministério Público do Rio, Waldomiro
pediu R$ 1,7 milhão ao empresário como propina e para abastecer campanha
eleitoral de políticos, e em troca Cachoeira obteve a alteração de item do
edital de licitação para favorecer sua empresa.
A Justiça condenou Waldomiro a 12 anos de reclusão,
em regime fechado, e a três de detenção, em regime semi-aberto, e multa de R$
319.280. Parte dela será destinada à Secretaria de Saúde. A pena de Carlinhos
Cachoeira é de 8 anos de reclusão, em regime fechado, dois anos e meio de
detenção, em regime semi-aberto, e multa de R$ 184.520 – parte para a
Secretaria de Educação.
Os dois podem recorrer em liberdade. O Ministério
Público afirmou que vai pedir aumento da pena dos acusados.
A reportagem deixou recado para os advogados dos
dois condenados, mas não houve retorno até as 20h. No processo, Waldomiro negou
ter solicitado propina. Cachoeira, por sua vez, afirmou que apenas simulou
concordar com o pedido, sem concretizar o pagamento.
Fernando
e Odacy longe de acordo
Quando o assunto é unidade na Frente Popular, os
políticos de Petrolina, principal município do Sertão, também parecem não se
entender. Se em 2008 o racha aconteceu dentro do PSB, agora o problema é entre
o PSB e o PT.
O deputado estadual e ex-prefeito Odacy Amorim
trocou os socialistas pelos trabalhadores, no fim de 2011, para tentar
viabilizar sua candidatura. A movimentação gerou uma indisposição entre os dois
principais partidos da Frente Popular.
A situação em Petrolina está longe de uma
definição. O candidato do PSB é o deputado federal Fernando Filho, que defende
a unidade na base aliada. “Estou esperando a formalização do apoio de Gonzaga
Patriota à minha candidatura, que acontece no sábado (amanhã), para conversar
com todos os partidos que compõe a Frente em busca de uma unidade, mas não sei
se isso será possível”, confessou ontem Fernando.
Odacy Amorim, porém, afirma que é mais saudável
para a Frente Popular duas candidaturas do que um só nome imposto. “Eu e o PT
estamos abertos para conversar e definir critérios na buscar de um nome. Quando
se tem boa vontade tudo é possível, mas não quero me iludir quanto a uma
unidade. Neste momento é muito pouco provável”, disse ontem o ex-prefeito.
Questionado sobre a possibilidade de compor uma
chapa com Odacy Amorim na vice, Fernando Filho respondeu: “No atual momento,
acho muito difícil que isso aconteça. Odacy é pré-candidato e respeito a
postulação dele. No entanto, muita coisa deve acontecer até junho. Da minha
parte a porta está aberta”.
Segundo Odacy, o PT já recebeu o apoio do PP e
mantém diálogos com os outros partidos. “A aliança PP e PT já nos dá o segundo
maior tempo de televisão”, ressaltou o deputado estadual, garantindo a
viabilidade do seu projeto. Na última quarta-feira, Odacy visitou obras de
ampliação do saneamento em Petrolina deixando claro que sua agenda é de
pré-candidato.
Odacy foi vice-prefeito de Petrolina na chapa que
reelegeu Fernando Bezerra Coelho, pai de Fernando Filho, em 2004 e assumiu a
prefeitura de Petrolina no fim de 2006.
ECONOMIA
Ministro
otimista com projeto
Garibaldi Alves Filho, da Previdência, acredita que o
Senado vota ainda este semestre as mudanças na aposentadoria do servidor
BRASÍLIA – O ministro da Previdência Social,
Garibaldi Alves Filho, está convencido de que o Senado federal vai aprovar
ainda neste semestre o Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público
Federal (Funpresp). O projeto, que teve seu texto completo aprovado pela Câmara
dos Deputados na quarta-feira, cria três fundos de pensão, um para cada Poder
da República, destinados a complementar a aposentadoria dos servidores públicos
contratados a partir da vigência da lei.
A principal mudança, porém, é o fim da chamada
integralidade, o privilégio que o servidor tem de se aposentador recebendo como
benefício o último salário pago. Pelo projeto, a aposentadoria do servidor
público da União terá regras semelhantes à dos trabalhadores da iniciativa
privada.
Ou seja, os servidores que quiserem ganhar acima do
atual teto do INSS (R$ 3.916,20 mensais, hoje) terão de contribuir para o fundo
de previdência complementar.
A alíquota de contribuição dos servidores públicos
da União será de 8,5% sobre a parcela de remuneração que exceder o teto do
INSS.
O novo regime só valerá para os servidores que
entrarem na administração pública após a sanção da lei.
O ministro argumentou ontem que a questão foi discutida
exaustivamente na Câmara e, por isso, não vê “necessidade de alteração” do
texto no Senado. Assim, a proposta poderá passar “com mais facilidade.”
O secretário de Políticas de Previdência
Complementar da Previdência, Jaime Mariz, reconhece que o ideal seria a criação
de um único fundo para todos os servidores, para facilitar gestão e melhorar
resultados. Porém, do ponto de vista político, Mariz reconhece que a proposta
aprovada na Câmara é melhor, para evitar conflitos em relação à independência
dos Poderes.
Segundo Mariz, o Brasil está seguindo o exemplo de
muitos países europeus, que também se viram obrigados a reformar suas políticas
de aposentadoria. Só que de forma mais ágil: “O que a Europa levou 60 anos para
conseguir fazer, aqui foi feito em 12 anos”, disse.
Mariz estima que o superávit do novo fundo será de
R$ 60 bilhões por ano, revertendo a posição atual da previdência pública dos
servidores, que tem déficit de R$ 60 bilhões por ano.
Cálculos do Ministério da Previdência dão conta de
que com a reforma, o déficit da Previdência do setor público, estimado em R$ 60
bilhões para este ano, deve começar a cair em 2024. Em 2040, o novo modelo já
vai permitir uma economia de R$ 28 bilhões para o governo.
O mais difícil neste processo todo é convencer o
funcionalismo a aceitar as mudanças. Desde o governo FHC tenta-se mexer nestes
privilégios e, por pressão política e reações no próprio Judiciário, nunca foi
conseguido.
TELEFONIA
PwC vai
aferir banda larga
Anatel contratou a consultoria PricewaterhouseCoopers para
ser a Entidade Aferidora de Qualidade dos serviços de conexão
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
contratou a consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) para ser a Entidade
Aferidora da Qualidade (EAQ) dos serviços de banda larga fixo e móvel.
"Isso é muito importante, porque a banda larga é um instrumento altamente
necessário para as empresas de Tecnologia da Informação (TI). A qualidade da
banda larga é baixíssima em todo o País. As oscilações no serviço são grandes e
interferem nos negócios", diz o diretor de Inovação do Porto Digital,
Guilherme Calheiros.A organização congrega 200 empresas – sendo a maioria da
área de TI – e muitas sofrem com a baixa qualidade da banda larga no Bairro do
Recife.
Até ontem, não existia qualquer aferição sobre esse
serviço que conta com 58 milhões de acessos, incluindo os realizados pelas
redes fixas e as de terceira geração (3G), que usam a telefonia móvel para
oferecer o serviço. "Essa aferição da qualidade da banda larga já deveria
ter sido implantada há muito tempo", afirma Calheiros.
Consultores e empresários da área de tecnologia e
comunicações acreditam que a aferição do serviço vai contribuir para melhorar a
sua qualidade. "A contratação de uma auditoria independente deve resultar
numa melhor performance do serviço. A questão da eficiência dessa medição recai
sobre a metodologia que será usada", comenta o sócio da consultoria
Teleco, Huber Bernal Filho. A Teleco é especializada em comunicações.
Segundo Huber, estudos mostram que uma melhoria da
qualidade da banda larga traz impacto positivo na economia do País, porque as
empresas podem fazer seus negócios de forma mais rápida. " A banda larga
também promove o aumento do conhecimento", disse.
A contratação da PwC faz parte de uma alteração
feita pela Anatel,no ano passado, que mudou a legislação que regula este tipo
de serviço. Essa mudança estabeleceu metas que as prestadoras do serviço terão
que cumprir a partir de outubro. Neste mesmo mês, deve ficar pronta a estrutura
a ser usada pela PwC para aferir o serviço.
A consultoria será responsável pela aferição dos
indicadores de qualidade, entre eles a velocidade da conexão. A medição,
segundo informações da Anatel, será feita por amostragem, utilizando
equipamentos apropriados e os resultados serão repassados periodicamente à
Anatel. A consultoria fará uma parceria com uma companhia inglesa que utiliza
essa tecnologia.
Caso não cumpram as metas estabelecidas pela
Anatel, as operadoras serão punidas a partir de outubro. Segundo informações da
assessoria da Anatel, o consumidor deve ficar atento ao contrato que foi
fechado com a operadora, pois o documento estabelece a velocidade que o serviço
deve apresentar.
Provisoriamente, as operadoras do serviço de banda
larga começaram a disponibilizar, desde a última quarta-feira, um software para
medir a qualidade da banda larga fixa. O consumidor insatisfeito com o serviço
deve entrar em contato com a Anatel pelo telefone 1331.
Três mil
queixas contra operadoras
Com a suspensão dos serviços da TIM Nordeste no
Estado por ordem da Justiça Federal de Pernambuco, vem à tona uma questão: a
qualidade dos serviços prestados pelas empresas de telefonia. No ano passado, o
Procon-PE registrou mais de 3 mil queixas relativas às operadoras.
As principais reclamações registradas pelo órgão
são por problemas como cobrança indevida de conta, rescisão de contrato,
serviços não fornecidos e até recusa injustificada de prestar o serviço. No ano
passado, o Procon-PE registrou mais de 3 mil queixas contra as operadoras. A
Claro foi a mais reclamada, com 1.403 casos, seguida da Oi (853), TIM (838) e
Vivo (277). De janeiro deste ano até o dia 28 de fevereiro, a Claro teve 313
registros. No mesmo período, a Oi teve 251 queixas de usuários, a TIM apareceu
com 113 casos e a Vivo, 59.
Em nota, a Claro destaca que “mais de 80% das
reclamações registradas pelo Procon de Pernambuco são solucionadas já num
primeiro contato com o cliente”. A Oi aponta que investe em melhorias de
processos e ampliação de rede e que mantém parceria com o Departamento de
Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC). A empresa diz em nota que “entre 2010 e
2011, a Oi registrou queda de 15% nas reclamações nos Procons de todo o País” e
que “investiu, de janeiro a setembro de 2011, cerca de R$ 2,8 bilhões, visando
igualmente a reforçar a confiabilidade dos serviços”.
No ano passado, a TIM liderou o crescimento de
mercado, alcançando 26,46%, mas a Vivo continuou com a maior fatia (29,54%).
Boa parte do crescimento da TIM deve-se à comercialização de serviços com
tarifação por chamada, como os “planos Infinity”, é o que indica a Ação Civil
Pública que suspendeu os serviços da operadora no Estado desde a semana
passada. A empresa foi notificada esta semana e afirma que está cumprindo a
decisão judicial.
Desde a semana passada as lojas da operadora já
haviam suspendido as vendas de novos serviços. A empresa também comunicou a
decisão judicial a seus “mais de 7 mil pontos de vendas em todo o Estado.”
A empresa afirma que este ano “continuará
investindo e ampliará em 26% o número de equipamentos de transmissão no Estado,
o que representa um incremento de capacidade 80% superior ao aumento de tráfego
previsto no ano”. Em relação ao ranking do Procon-PE, A TIM aponta que
manteve-se estável no índice de reclamações, mesmo com o crescimento
significativo de usuários.
Além de passarem pelo crivo dos usuários, que se
queixam nos órgãos de defesa do consumidor, as empresas de telefonia também são
fiscalizadas pela Agência Nacional de Telefonia (Anatel), órgão que regula o
setor.
Entre as razões que poderiam indicar porque as
operadoras não conseguem manter a qualidade dos serviços no Estado está o
crescimento no número de usuários de celular, observa o gerente do escritório
regional da Anatel em Pernambuco, João Batista Furtado Filho. “Em 2002, havia
17,6 acessos móveis (chips) para cada cem habitantes no Estado. Hoje, estamos
com 127 acessos móveis a cada cem pernambucanos.”
Batista afirma que o papel da Anatel não é fazer
uma caça às bruxas com a fiscalização. “Há um planejamento que também leva em
conta as demandas da sociedade e as queixas registradas pelos órgãos de defesa.
Há também fiscalizações pontuais, como as que são solicitadas pelo Ministério
Público. Quando encontramos uma irregularidade, a empresa é advertida ou
multada.”
Executivo
diz que EUA têm interesse em avião
RIO DE JANEIRO – O subsecretário de Estado dos EUA,
William Burns, disse ontem no Rio que seu governo continua interessado no avião
Super Tucano da Embraer, apesar do cancelamento da concorrência de US$ 355
milhões da Força Aérea americana que havia sido vencida em dezembro pela
companhia brasileira.
Em visita ao Brasil para preparar a visita da
presidente Dilma Rousseff a Washington, em abril, Burns não quis entrar em
detalhes das causas da anulação da primeira licitação, oficialmente atribuída a
problemas com a documentação entregue pela Embraer. A empresa brasileira
rebateu dizendo que entregou toda a documentação solicitada.
Anteontem, a Força Aérea dos EUA informou que
pretende agir rapidamente para refazer licitação por aviões de combate leve de
uso no Afeganistão para garantir que orçamento para compra não expire no final
de 2013.
Em um comunicado oficial, a Força Aérea declarou
que, por uma medida corretiva, decidiu suspender o contrato com a Embraer, que
entraria em vigor no dia 2.
O subsecretário, segunda autoridade mais importante
na hierarquia da diplomacia americana, tentou desfazer qualquer relação entre
esse caso e a concorrência da Força Aérea brasileira para a compra dos novos
aviões caça, na qual o F-18, fabricado pela Boeing americana, é um dos
concorrentes, ao lado do Rafale francês e do Gripen sueco.
Ele negou que a concorrência tenha sido anulada por
razões de política interna americana em ano eleitoral ou que houve pressão da fabricante
norte-americana Hawker Beechcraft, subsidiária da Lockheed Martin,
desclassificada na licitação. “Não concordo com essa interpretação.”
Desclassificada da disputa em novembro, a HB fez
intensa pressão política e jurídica sobre a administração Obama e a Força Aérea
para impedir que o contrato caísse nas mãos da brasileira, parceira da também
americana Sierra Nevada.
CAPA DOIS
MEC quer
verba do pré-sal para educação
BRASÍLIA – O ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, afirmou ontem que a vinculação de recursos do pré-sal para a
educação pode ajudar Estados e municípios a arcar com o novo valor do piso
nacional dos professores, que foi reajustado para R$ 1.451 por mês.
“Precisamos fortalecer o repasse de recursos de
educação para Estados e municípios, e o melhor caminho é o pré-sal. Se
vincularmos pelo menos 30% dos recursos do pré-sal para educação, ciência e
tecnologia, nós teremos como sustentar uma melhora significativa em todo o
sistema educacional pelo menos por uma década”, defendeu Mercadante durante o
programa Bom Dia, Ministro.
Mercadante disse que o Ministério da Educação (MEC)
sabe das dificuldades de Estados e prefeituras de garantir o pagamento desse
valor, mas afirmou que as “dificuldades não podem levar ao retrocesso”. “Se
quisermos ter educação de qualidade no Brasil, vamos ter de continuar
recuperando o piso, para que os jovens que estão na universidade se motivem a
ser professores”, afirmou. Ele também pediu que os professores evitem greves que
prejudiquem os estudantes.
Mercadante voltou a defender que as redações do
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passem por mudanças no critério de
correção, garantindo mais objetividade e segurança aos alunos.
BRASIL
SUS
muito longe do ideal
Só seis cidades no País alcançaram nota acima de 8 em
indicador criado pelo governo para avaliar o sistema. Média nacional foi 5,47
BRASÍLIA – Apenas 0,1% dos municípios brasileiros
conseguiram alcançar nota superior a 8 em um novo indicador criado pelo
Ministério da Saúde (MS) para avaliar o Sistema Único de Saúde (SUS), o Índice
de Desempenho do SUS (Idsus). De uma escala que vai de 0 a 10, apenas seis
cidades – quatro delas na Região Sul e duas no Sudeste – receberam a
classificação máxima. A média brasileira foi de 5,47.
“O índice nacional mostra claramente que o acesso e
a qualidade são os grandes desafios do SUS”, afirmou o ministro Alexandre
Padilha. Técnicos do MS afirmaram que a média 7 teria sido considerada
aceitável para o País. Padilha, no entanto, preferiu não fazer uma análise
crítica sobre a nota. O novo índice, segundo ele, representa um instrumento
para que administradores identifiquem as fragilidades e corrijam os problemas.
O indicador foi feito a partir do desempenho
alcançado pelas cidades em 24 quesitos, como número de equipes de saúde da
família, média de consultas durante o pré-natal e mortalidade de menores de 15
anos nas UTIs. Eles foram escolhidos por serem, na avaliação do ministério,
capazes de identificar o grau de acesso da população aos serviços e a qualidade
do atendimento. Os números foram coletados entre 2007 e 2010. Dos 5.633 municípios
analisados, 20,7% tiveram notas entre 0 e 4,9. Estas cidades concentram 27,1%
da população brasileira. Do universo avaliado, 47% alcançaram nota que varia
entre 5 e 5,9.
O Idsus estampa também a desigualdade da oferta de
serviços nas regiões brasileiras. Para evitar comparação entre cidades com
características distintas, o indicador separou as cidades em seis grupos. A
classificação levou em conta o desenvolvimento econômico, as condições de saúde
e a estrutura dos sistemas de saúde. O resultado, na avaliação do próprio
ministro, representa um retrato da desigualdade.
Apenas 29 cidades foram incluídas no grupo 1,
formado por aquelas com melhor infraestrutura e condições de atendimento à
população. Outras 94 foram consideradas aptas para ficar no grupo 2, com
infraestrutura boa, mas menos especializada. Já 4.221 cidades (76%) foram
incluídas nos grupos 5 e 6, onde não há oferta de tratamento de ponta. A
distribuição geográfica é clara: a maior oferta está concentrada numa pequena
parte do País, no Sul e Sudeste.
O Idsus deverá ser feito a cada três anos. A ideia
é que o índice sirva de ponto de partida para discussão de compromissos locais,
de acordo com o coordenador de monitoramento e avaliação da Secretaria
Executiva do Ministério da Saúde, Afonso Teixeira dos Reis.
Pernambuco
é apenas o 6º do Nordeste
Pernambuco tem apenas a sexta melhor saúde pública
da região Nordeste, segundo o Índice de Desenvolvimento do Sistema Único de
Saúde (Idsus). O Estado obteve nota 5,29, menor que a média nacional (5,47), e
está atrás de Alagoas (5,43), Rio Grande do Norte (5,42), Bahia (5,39), Sergipe
(5,36) e Piauí (5,34). O baixo índice coloca Pernambuco em 16º no ranking
brasileiro. O pior nordestino é a Paraíba, com nota 5.
Já quando a comparação é feita entre capitais, a
situação melhora um pouco. Embora ainda esteja longe do patamar das cidades da
Região Sul, que tiveram as notas mais altas, o Recife é a segunda capital mais
bem avaliada do Nordeste, com 5,91, atrás de São Luís (5,94). A cidade está em
10º no ranking nacional das capitais.
Curiosamente, embora Alagoas tenha recebido a
melhor nota entre os Estados nordestinos, Maceió é a última colocada entre as
capitais da região, com 5,04, o que revela que a saúde pública é melhor no
interior do que na capital. A penúltima do Nordeste é Fortaleza (5,18) e
antepenúltima, João Pessoa (5,33).
Número
de acidentes aéreos em 2011 foi 41% maior do que no ano anterior
Dados divulgados pelo Centro de Investigação e
Prevenção de Acidentes (Cenipa) apontam que o número de acidentes aéreos
cresceu 41% em 2011 em relação ao ano anterior. Foram 156 casos registrados
contra os 110 apontados pelo órgão em 2010. Com base nos dados, 2011 foi o ano
com mais acidentes neste século. Desses 156 acidentes, 30 provocaram mortes. O
número total de óbitos também cresceu em relação ao ano anterior. Foram 90
contra 39 registrados em 2010. Um aumento de 130%.
O recorde no século em número de mortos em
acidentes aéreos, porém, ainda é o ano de 2007, quando houve 271 vítimas.
Naquele ano ocorreu o acidente com o voo 3054 da TAM, no Aeroporto de
Congonhas, em São Paulo, quando 199 pessoas morreram. O ano de 2001 ainda tem o
recorde do percentual da frota envolvido em acidentes aéreos, sendo de 0,58%.
Em 2011, esse percentual foi de 0,28%, um pouco superior ao do ano anterior,
que foi de 0,21%.
CIDADES
Professor
vai ganhar novo piso já este mês
Ao todo, 70 mil docentes receberão contracheque com o
reajuste de 22% autorizado esta semana pela União. Vencimentos de janeiro
também serão atualizados
Setenta mil professores da rede estadual de
educação vão receber o novo piso salarial de R$ 1.451,94 no contracheque deste
mês. O pagamento foi anunciado ontem pelo governador Eduardo Campos e será
retroativo a janeiro. O salário do primeiro mês do ano será pago na folha de
março, enquanto o reajuste de fevereiro virá junto com abril. O aumento de
22,22% em relação ao ano passado (o piso anterior era R$ 1.187) foi aprovado
pelo Ministério da Educação segunda-feira. Durante a coletiva no Palácio do
Campo das Princesas, uma associação formada por 42 municípios do Agreste de
Pernambuco informou que acionará o governo federal porque não pode pagar o novo
valor. As prefeituras alegam que o índice provoca grande impacto nas contas
públicas.
“Estávamos esperando o valor ser aprovado pelo
ministério para enviar à Assembleia o projeto de lei que confere o reajuste aos
professores. Pagamos o piso desde 2009”, afirmou o governador. Segundo o
presidente Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Guilherme
Uchoa (PDT), a proposta será votada em regime de urgência. Na próxima terça,
será analisada pela Comissão de Justiça e, na quarta, pela Comissão de
Finanças, antes de ir ao plenário. “Vamos agilizar para dar tempo de pagar na
folha deste mês.”
Dos 70 mil docentes que vão receber o novo salário,
26 mil trabalham em sala de aula, 4 mil ocupam cargos administrativos
(diretores e coordenadores), 16 mil têm contrato temporário e 24 mil são
servidores inativos.
O valor de R$ 1.451,94 será pago aos professores de
nível médio com jornada de 200 horas-aula. Dependendo do benefício adquirido
pelo tempo de trabalho e demais gratificações do Plano de Cargos e Carreiras,
um docente da rede estadual pode receber até R$ 2.970,43. Já o vencimento-base
dos docentes com formação superior passará de R$ 1.247,37 para R$ 1.524,53.
Para garantir o novo índice, o governo estadual terá que desembolsar R$ 22,9
milhões por mês a mais.
O Ministério da Educação usa como parâmetro de
reajuste o aumento no valor gasto por aluno no Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) – como prevê a Lei Nacional do Piso
do Magistério, de 2008. A legislação do piso determina que nenhum professor
pode ganhar menos que esse valor por uma jornada de trabalho de 40 horas
semanais.
PREFEITURAS
Por ano, o governo do Estado repassa R$ 700 milhões
para ajudar os municípios a custear gastos com a educação, como prevê o Fundeb.
Mas muitas prefeituras alegam não ter como pagar o piso. Ontem, o prefeito de
Palmeirina, Eudson Catão (PSB), presidente da Comissão de Desenvolvimento do
Agreste Meridional (Codeam), afirmou que pelo menos metade das prefeituras de
Pernambuco não vai pagar o índice.
“Os municípios menores são os mais prejudicados.
Estamos preocupados com a Lei de Responsabilidade Fiscal, que vamos ultrapassar
e ser multados. Nós queremos pagar o piso. Acho que o piso mínimo deveria ser
de R$ 3 mil. Mas a prefeitura não pode ultrapassar 54% dos seus gastos com a
folha de pessoal. Temos outros custos com décimo terceiro salário e
Previdência. Um aumento de 22% no piso desequilibra as finanças da cidade”,
argumentou Catão, acrescentando que 50% dos gastos com a folha de pessoal são
com pagamentos da educação. “A saúde fica com 25% ou 30% e o resto é
distribuído entre as secretarias.”
O prefeito adiantou que só vai pagar 60% do novo
valor. “Encaminhei o projeto à Câmara e o professor vai ganhar R$ 1.176.” Ainda
este mês, a Codeam vai se reunir para levantar quantos municípios precisam do
complemento do Ministério da Educação. “Pedimos ajuda para pagar o piso desde o
ano passado. Nem resposta o MEC deu. Nós vamos acioná-lo de novo e entrar com
ação no Ministério Público Federal para que o ministério se manifeste.”
O prefeito de Correntes, Nivaldo Lúcio de Oliveira
(PR), afirmou que o piso só será pago a partir de maio. “Estamos fazendo isso
para que o impacto nas contas não ocorra em um só semestre e para não ferir a
Lei de Responsabilidade Fiscal.” Ele ressaltou que o assunto será levado à
Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe).
A Prefeitura do Recife informou, ontem, que vai
pagar o novo piso, mas depende das negociações com as demais categorias de
servidores para encaminhar o projeto de lei que assegura o reajuste à Câmara de
Vereadores, o que deve ocorrer até 5 de abril.
Casal de
homens é o primeiro do Brasil a ter um filho através de fertilização in vitro e
registrado pela Justiça
Carlos Eduardo Santos
Há 15 anos, quando Mailton Alves Albuquerque, 35
anos, e Wilson Alves Albuquerque, 40, se apaixonaram e começaram uma relação
homoafetiva que dura até hoje, não imaginavam provar do sentimento que vivem
atualmente. Graças a uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que
atualiza as normas relativas à reprodução humana assistida, os empresários se
tornaram o primeiro casal de homens do Brasil a ter um filho por meio de
fertilização in vitro e registrado pela Justiça.
O fruto dessa união estável – que foi convertida em
casamento civil pela Justiça pernambucana no dia 24 de agosto do ano passado –
chama-se Maria Tereza e completou um mês de vida na última quarta-feira.
Casados e agora com uma filha registrada com o nome dos dois pais, Mailton e
Wilson dão um passo importante na consolidação das chamadas novas configurações
familiares.
A primeira redação da resolução do CFM que trata da
reprodução assistida no País, de 1992, diz que os usuários da técnica devem ser
mulheres estando casadas ou em união estável. Já no novo texto, de janeiro do
ano passado, não cita o sexo, mas “todas as pessoas capazes”. Diante disso,
Mailton e Wilson realizaram o sonho de ter uma família completa e trouxeram a
pequena Maria Tereza ao mundo.
Os dois cederam espermatozoides para serem
fecundados em óvulos de um banco de doadoras. Como a resolução afirma que o
útero de substituição deve ser de um parente de até segundo grau, a prima de um
deles aceitou conceber a criança. Terminou sendo introduzido no útero dela um
pré-embrião fecundado por material colhido de Mailton. Os pré-embriões
fecundados por Wilson estão congelados. O casal pretende dar um irmão ou irmã a
Maria Tereza no próximo ano.
“Nossas famílias sempre apoiaram nosso
relacionamento. E quando contamos da nossa ideia, todas as mulheres da família
se colocaram à disposição para ajudar a realizar nosso sonho: irmãs e primas.
Mas terminou sendo uma prima minha. Agora, temos uma família completa”, contou,
orgulhoso, Mailton.
Segundo ele, a ideia de ter um filho surgiu em
2010, após viajar ao Canadá para estudar e ficar na casa de um casal
homoafetivo que tinha filhos. “Quando voltei, começamos a discutir o assunto e
pensávamos em adotar uma criança. Mas um dia, assistindo a um programa de
televisão, vi a notícia sobre a mudança na resolução do Conselho Federal de
Medicina. Aí, decidimos fazer fertilização in vitro”, relembrou.
A fecundação e introdução no útero ocorreu em uma
clínica de reprodução humana do Recife. O vínculo da criança com a prima que
emprestou o útero terminou já na maternidade, quando os pais saíram da unidade
de saúde com Maria Tereza nos braços. A mulher, que pediu para não ter o nome
divulgado, tomou medicamentos para evitar a produção de leite materno.
Hoje, a pequena Maria Tereza – o nome é uma
homenagem às mães de Wilson e Mailton – tem um quarto só para ela, com direito
a nome na porta, e atenção completa dos dois pais. Para Wilson, a felicidade de
ser pai é “inexplicável”. “A felicidade é tremenda. Nunca pensei que fosse
sentir um amor tão grande. Ter uma família completa é lindo”, desabafou.
PROGRAMA ESPACIAL
Brasil
retomará teste para lançar satélites
Ação simulada não tem data para acontecer, mas está
previsto o uso de um foguete sem combustível para treinar o procedimento de
montagem do veículo
ALCÂNTARA (MA) – O Comandante do Centro de
Lançamento de Alcântara (CLA), tenente-coronel César Demétrio Santos, anunciou
ontem que a unidade fará uma simulação de lançamento do foguete lançador de
satélite nacional VLS-1. O anúncio aconteceu durante a solenidade de
comemoração de 29 anos de fundação do centro espacial.
A operação de lançamento simulada ainda não tem
data para acontecer, mas o que está previsto é o uso de um foguete inerte (sem
combustível) em escala real para testar e treinar os procedimentos de montagem
do veículo espacial, preparação de carga útil e operação de lançamento.
É a primeira vez que um foguete do tamanho do VLS-1
será testado em Alcântara, no Estado do Maranhão, desde o episódio com o VLS-1
V03, que se acidentou no CLA em agosto de 2003, matando 23 engenheiros e
técnicos do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).
Desde então, o programa para desenvolver tecnologia
de construção de veículos espaciais complexos, como o VLS-1, está virtualmente
parado.
A previsão inicial era que o programa do VLS-1
fosse retomado em 2009, mas falta de recursos fizeram com que o programa de
desenvolvimento do foguete de lançamento de satélites fosse adiado por vários
anos. Antes duas outras tentativas de lançar o VLS-1 de Alcântara fracassaram.
Agora a Torre de Móvel de Integração (TMI), perdida
no acidente de 2003 e onde o VLS-1 é montado e lançado, está reconstruída com
modificações, como torres para prevenir descargas atmosféricas, e missões
menores com foguetes de teste tem sido feitas para manter a proficiência dos
técnicos do Centro de Lançamento de Alcântara na operação de lançamentos
espaciais. O comandante do centro também anunciou que em 12 dias começa a
primeira campanha de lançamento real de veículos espaciais brasileiros em 2012.
A previsão é que seja lançado um VSB-30 no próximo dia 16.
“Nosso foco para o biênio 2012 e 2013 é a
preparação de foguetes e veículos de lançamento. Além disso, temos outros
projetos no âmbito social, como é o caso do Alcântara Sustentável, que visa o
desenvolvimento dessa região”, disse o tenente-coronel César Demétrio Santos.
SONDAGEM
O VSB-30 é um foguete de sondagem que tem 12,8
metros de altura, pesa cerca de 2,6 toneladas, tem dois estágios, é movido a
combustível sólido e tem capacidade de carregar até 400 quilos de experimentos
a altitudes que chagam a 240 quilômetros de altitude.
A missão, que está prevista para começar em duas
semanas, corresponderá ao quinto lançamento deste foguete totalmente
desenvolvido no Brasil, com apoio da Agência Espacial Alemã (DLR).
Ao todos foram feitos dois lançamentos no
cosmódromo de Alcântara e dois no de Kiruna, na Suécia, na tentativa de
habilitar o foguete nacional para substituir o foguete Skylark 7, como foguete
de sondagem para a Agência Espacial Européia (ESA). Porém, ainda não houve
encomendas, apesar do foguete nacional ser o único modelo de foguete de
sondagem de dois estágios em fase de fabricação no mundo, mas esperança é que o
VSB-30 se torne um produto de exportação.
CADERNO C
Presidente
da Ancine rebate críticas a lei
Mauro Rangel criticou os executivos das programadoras que
são contra a nova lei da TV paga
Folhapress
“Há por aí gente com urticária só de pensar numa TV
paga com mais conteúdo brasileiro”, disse ontem o presidente da Agência
Nacional do Cinema (Ancine), Manoel Rangel. Ele não deu nome aos bois, mas fez
referências claras ao presidente da Sky, Luiz Eduardo Baptista. A operadora
está em pé de guerra com a agência, que regulamenta a nova lei da TV paga.
A legislação, que vigora a partir de abril e dá 90
dias para o mercado se adaptar, inclui cotas obrigatórias de programação
nacional nos canais pagos. Também prevê a inclusão de emissoras brasileiras nos
pacotes.
Em entrevista recente, Baptista definiu Rangel como
um ex-produtor independente com viés de controle parecido com o que havia na
União Soviética. Tentou, ainda, desqualificar o poder da Ancine. “Se fosse para
ser controlado, preferia que fosse pelo Boni e não por um cara que nunca montou
grade.”
Rangel afirmou que “o controle remoto está na mão
deles, os senhores da TV por assinatura”. Trata-se de retaliação a uma recente
leva de propagandas antilei da Sky. Quem entra no site da operadora vê um
letreiro alarmista: “Seu controle remoto está nas mãos da Ancine”.
“São os executivos das programadoras que decidem
que obras eles carregam dentro dos canais. São os executivos das empacotadoras
que decidem que canais chegam às casas. Eles são os senhores. O controle remoto
está nas mãos deles”, afirmou Rangel.
ESPORTE
Teixeira
deve pedir licença
RIO – O presidente da Confederação Brasileira de
Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, não foi ontem à sede da entidade, no Rio de
Janeiro. Passou o dia envolvido com exames e consultas médicas. Ele é
diabético, esteve internado no final do ano passado com um quadro de
diverticulite e estaria com sequelas de um tombo de cavalo sofrido em 1998, em
sua fazenda, no interior do Estado fluminense.
Ricardo Teixeira também já passou por uma cirurgia
de coração anos atrás e, segundo pessoas próximas, está com a saúde debilitada.
Por isso, vai pedir licença do cargo nos próximos dias. “Ele está muito doente.
Estamos rezando para que ele se recupere”, contou a presidente da Federação de
Futebol da Paraíba, Rosilene de Araújo.
Ao formalizar o pedido de licença, Ricardo Teixeira
vai poder escolher entre os cinco vice-presidentes da CBF aquele que o
substituirá. A tendência é que opte por José Maria Marin, vice da Região
Sudeste, aquele mesmo que foi pego em flagrante pelas câmeras de TV embolsando
uma medalha durante a premiação da Copa São Paulo de Juniores deste ano.
“Teixeira passa por um momento delicado de saúde, com algumas complicações”,
disse o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto.
A ausência de Teixeira na sede é fato incomum.
Quando está no Rio de Janeiro, o dirigente despacha no prédio da CBF todas as
tardes, de segunda à sexta. Logo após a assembleia extraordinária da entidade,
na última quarta-feira, presidentes de federações contaram que Ricardo Teixeira
deixou claro que se afastaria da presidência, com um pedido de licença, para
tratar de problemas de saúde. Só não revelou quando e por quanto tempo.
Dilma
intervém para ajudar o Beira-Rio
Preocupada com o atraso de quase um ano na retomada
das obras do estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, a presidente Dilma Rousseff
(foto) telefonou para o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, pedindo que ele
entrasse na questão para resolver o impasse. Como o BNDES faz parte do
consórcio que financiará as obras nos estádios, Dilma quer que Coutinho ajude a
encontrar uma solução. O problema maior é que o Banrisul, que está financiando
parte do projeto, quer mais garantias para liberar o dinheiro do que a Andrade
Gutierrez, que faz a obra, está disposta a dar.
INTERNACIONAL
Ofensiva
força recuo rebelde
Acuados em bairro da cidade de Homs, os opositores de
Al-Assad anunciaram “recuo tático”. Governo fala em controle total da área
DAMASCO – Opositores do governo sírio disseram
ontem que estavam realizando um “recuo tático” do bairro de Baba Amr, reduto
rebelde na cidade de Homs sitiado há um mês por forças do presidente Bashar
al-Assad. Os rebeldes declararam que estavam ficando sem armas e que as
condições humanitárias são catastróficas.
Um funcionário sírio do setor de segurança afirmou
que as forças de segurança tomaram o controle total de Baba Amr ontem. “O
Exército sírio controla todo o bairro de Baba Amr. Os últimos focos de
resistência caíram”, afirmou ele, em Damasco.
Ainda ontem, o Comitê Internacional da Cruz
Vermelha disse que recebeu a permissão do governo sírio para entrar em Baba Amr
amanhã. O porta-voz da Cruz Vermelha Hicham Hassan declarou que um grupo e um
outro grupo humanitário sírio receberam “luz verde” do governo para levar
suprimentos emergenciais e retirar pessoas do local.
Na medida em que a ofensiva contra Homs se
intensificava, o principal grupo opositor do país árabe, o Conselho Nacional
Sírio (CNS), formou um conselho militar para organizar a resistência e enviar
armas para os rebeldes, sinal da militarização sofrida pelo conflito no último
ano, o que aproxima a nação cada vez mais de uma guerra civil.
Na última quarta-feira, um funcionário sírio
afirmou que o governo planejava uma grande ofensiva para “limpar” o bairro de
Baba Amr de uma vez por todas. Ativistas relataram o agrupamento de tropas num
bairro na área oeste de Homs.
A brigada rebelde de Baba Amr informou que estava
se retirando para poupar cerca de 4 mil civis que insistem em permanecer em
suas casas. Eles disseram que a decisão foi tomada com base no “agravamento das
condições humanitárias, na fala de comida e de medicamentos, nos cortes de
água, eletricidade e nas comunicações, assim como a falta de armas”.
Homs é a terceira maior cidade da Síria, com cerca
de 1 milhão de habitantes. Antes do início da revolta, os ativistas estimam que
cerca de 100 mil pessoas moravam em Baba Amr. Mas muitas fugiram no último ano
e acredita-se que atualmente a população tenha sofrido uma considerável
redução.
O cerco a Baba Amr está entre os piores registrados
desde o início do levante contra o governo. A oposição controlou o local durante
vários meses, mas no início de fevereiro forças do regime cercaram o bairro e
começaram a fazer disparos com tanques que destruíram casas e mataram centenas
de pessoas.
Muitos dos feridos não conseguiram chegar aos
médicos e hospitais, o que forçou os moradores a montar clínicas improvisadas
para atender o grande número de vítimas.
A revolta na Síria contra o regime de Bashar
al-Assad se arrasta há um ano e já deixou, de acordo com a Organização das
Nações Unidas (ONU), mais de 7.500 mortos.
ONU
exige acesso livre humanitário
DAMASCO – O Conselho de Segurança da Organização
das Nações Unidas pediu ontem que o regime sírio permita de maneira imediata o
acesso das organizações humanitárias às cidades afetadas pela violência do
país. Em comunicado, os 15 membros do grupo clamaram acesso livre, imediato e
total de organizações humanitárias a todos os povoados que precisem ser
resgatados.
O conselho também requisitou que o governo do país
aprove a entrada da subsecretária geral da ONU para Assuntos Humanitários,
Valerie Amos, que espera na Jordânia o visto para visitar a Síria. O grupo
chamou a demora de “decepcionante”.
O comunicado volta a reiterar que o Conselho de
Segurança deplora a rápida deterioração da situação humanitária na Síria. A
moção de repúdio foi aprovada pela primeira vez por todos os países, incluindo
Rússia e China, que haviam vetado duas resoluções anteriores contra o regime de
Bashar al-Assad.
Ainda ontem, o Conselho de Direitos Humanos da ONU
condenou a Síria pelas “amplas e sistemáticas violações” contra civis, em meio
ao aumento do número de nações que estão fechando suas embaixadas em Damasco,
com a segurança na região cada vez mais deteriorada. Os membros aprovaram uma
resolução proposta pela Turquia com 37 votos a favor e três (Rússia, China e
Cuba) manifestações contrárias. Três membros do órgão de 47 nações se
abstiveram e quatro não votaram.
Raúl
muda governo de olho na economia
HAVANA – O presidente de Cuba, Raúl Castro, iniciou
ontem uma reestruturação de ministérios da área econômica para conseguir uma
“racionalidade maior” e “redução de gastos”, além de separar as tarefas dos
ministérios das empresas estatais. O anúncio foi feito pelo jornal oficial
Granma.
“Pretende-se reduzir gradualmente a quantidade de
órgãos, o que permitirá ao país contar com estruturas mais integradas cuja
composição assegure um funcionamento eficiente, maior racionalidade e a redução
de gastos desnecessários”, escreveu o jornal ao descrever uma reunião do
Conselho de Ministros na qual as medidas foram adotadas.
Raúl eliminou o Ministério da Indústria Básica
(Minbas), uma megapasta ao estilo soviético criada em 1967 para substituir o
Ministério das Indústrias, que foi dirigido por Ernesto Che Guevara de 1962 a
1965.
O mandatário decidiu retomar o Ministério das
Indústrias, cujo titular ainda não foi anunciado, que reunirá as pastas das
indústrias siderúrgica e leve, às quais se unirá a química, que era parte do
Minbas.
No passado, os titulares do Minbas, Marcos Portal
(1983-2004) e Yadira García (2004-2010), foram destituídos de seus cargos e
afastados do seleto escritório político do Partido Comunista (PCC, único) por
ineficiência ou falta de controle em suas gestões. A pasta atendia uma ampla
gama de setores, muitos deles vitais para a economia, que ainda sofre com o
impacto causado pelo fim da ajuda soviética, há duas décadas.
Desde que substituiu interinamente seu irmão doente
Fidel em 2006, e particularmente desde que assumiu a presidência em fevereiro
de 2008, Raúl Castro promoveu reformas para simplificar o aparato estatal e
reduzir a burocracia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário