Manchete: Estradas do Rio - Governo vai pôr R$ 2 bi para
segurar pedágios
Melhorias serão feitas em rodovias privatizadas há 18 anos
Para fazer as obras, concessionárias de Ponte Rio-Niterói,
NovaDutra e Rio-Juiz de Fora teriam que reajustar suas tarifas em mais de 50%
O governo federal prepara-se para assumir um gasto
de R$ 2,2 bilhões em obras em estradas do Estado do Rio, que foram privatizadas
há 18 anos, na primeira etapa das concessões. Os investimentos em melhorias nas
rodovias Rio-Juiz de Fora, na NovaDutra e na Ponte Rio-Niterói deverão ser
feitos nos próximos três anos, evitando um aumento no valor dos pedágios. Se as
concessionárias assumissem as obras, a tarifa poderia subir mais de 50%. As
melhorias são consideradas fundamentais para reduzir o número de acidentes nas
três vias. (Págs. 1 e 17)
Túneis do Rio sem um monitoramento 24 horas
Uma visita aos túneis da cidade do Rio revela a
ausência de um sistema de transmissão de imagens, durante 24 horas, integradas
ao Centro de Operações da prefeitura: dos 19 túneis, apenas dois são
monitorados em tempo real. Além disso, há precariedade na iluminação de suas
galerias e uma abundância de infiltrações. (Págs. 1 e 6)
Obama: acordo sobre Síria traz lições para Irã (Págs. 1 e
23)
Jatos particulares e helicópteros elevam acidentes (Págs.
1 e 3)
Novo mercado: Nuvens brasileiras
Medida do governo de exigir guarda de dados em
servidores instalados no Brasil pode estimular o mercado. (Págs. 1 e 19)
Colunistas: Ancelmo Gois
Petrolíferas chinesas vão participar com força do
leilão do campo de Libra. (Págs. 1 e 10)
Manchete: Apuração liga mulher de ministro a verba
irregular
TCE de Santa Catarina constatou despesa ‘ilegítima’ em
convênio firmado com recurso do Trabalho
O Tribunal de Contas de Santa Catarina pediu ao
Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar denúncias que ligam a mulher
e o chefe de gabinete do ministro do Trabalho, Manoel Dias, a irregularidades
em convênios firmados no Estado e abastecidos por dinheiro da própria pasta,
informam os repórteres Fábio Fabrini e Andreza Matais. Santa Catarina é a base
eleitoral de Dias. Relatórios do órgão apontam suposto dano ao erário e
favorecimento de três entidades, uma delas ligada ao PDT, partido do ministro,
em parcerias de R$ 2,1 milhões, firmadas nas gestões de Dalva Maria de Luca
Dias, como secretária estadual de Assistência Social, e de Rodrigo Minotto,
então coordenador do Sistema Nacional do Emprego (SINE) no Estado. A
investigação foi solicitada no mesmo dia em que a Polícia Federal prendeu três
funcionários do ministério acusados de desviar recursos. Dalva Dias nega
irregularidades e diz que “não há no Brasil um gestor público que não tenha
processo”. (Págs. 1 e Política A4)
PF detecta lobby sobre Gilberto Carvalho
A Operação Pronto Emprego, da PF, revela que um
grupo acusado de desviar R$ 18 milhões de convênio com o Ministério do Trabalho
buscou apoio do ministro Gilberto Carvalho para tentar obter novos repasses de
verba. O ministro diz que recomendou a ONG a pedido de cardeais. (Págs. 1 e A5)
Último voto do STF pode livrar réus do mensalão
A retomada do julgamento do mensalão no Supremo
Tribunal Federal, na quarta-feira, poderá iniciar uma nova etapa do processo
que já dura 8 anos. Se o ministro Celso de Mello votar pela admissão do embargo
infringente, previsto no regimento interno do tribunal, desempatando o placar
de 5 a 5 da última sessão, abrirá a possibilidade da reanálise de crimes de 12
dos 25 condenados. Entre os beneficiados por um novo julgamento estão o petista
José Dirceu e o empresário Marcos Valério. (Págs. 1 e A6)
Obama mantém ameaça de ataque ao Irã
O presidente Barack Obama disse ontem que o acordo
sobre a Síria não afasta a possibilidade de ataque ao Irã porque a questão
nuclear é “muito maior” que o problema do arsenal químico. Ele pediu confiança
aos aliados da região. (Págs. 1 e Internacional A8)
ONU tem indícios de mais 5 ataques
Relatório da ONU que será divulgado hoje aponta
indícios de mais 5 ataques químicos na Síria. Ontem, a aviação de guerra voltou
a bombardear redutos rebeldes. (Págs. 1, A8 e A9)
Saúde da família tem baixa adesão (Págs. 1 e Metrópole
A14)
SP construirá prisões com parceria privada (Págs. 1 e
Metrópole A17)
Carlos Alberto Di Franco
Democracia sem censura
Não existe democracia sem pluralismo, debate livre
e discussão aberta. Tirem a máscara! A defesa das ideias demanda transparência.
(Págs. 1 e Espaço Aberto A2)
José Roberto de Toledo
Pluralidade desconexa
O debate sobre Mais Médicos nas redes é monólogo
coletivo. Os que conseguem furar o bloqueio são veículos da velha mídia, como
jornais. (Págs. 1 e Política A6)
Lúcia Guimarães
Notícias da terrinha
Quando parti daqui, um presidente do tribunal
máximo do País não sonharia em ser grosso com a presidente da República na
frente do papa. (Págs. 1 e Caderno 2, C10)
Notas & Informações
Continua a lambança fiscal
A política de incentivos fracassou e as
desonerações resultaram em pura perda para o Tesouro. (Págs. 1 e A3)
A aprovação em concurso público não é garantia de
nomeação para o cargo escolhido. Um dos casos mais escandalosos é o do
Procon/DF, que nomeou 117 inscritos no último processo seletivo, mas apenas 76
foram efetivados, enquanto mantém 162 comissionados. A falta de regulamentação
nacional dos certames impede que os aprovados tenham seu direito assegurado.
(Págs. 1 e 7)
Deputado sob risco da quebra de decoro
Depois de o Correio/Estado de Minas revelar que
Ademir Camilo (PSD-MG) está seriamente envolvido no desvio de R$ 400 milhões do
Ministério do Trabalho, parlamentares de oposição vão pedir explicações à PF
sobre a denúncia. (Págs. 1 e 2)
Desvio de toner no Senado
Sindicância sigilosa investiga um esquema que pode
ter começado há cinco anos com a participação de servidores. Suspeita surgiu
após um PM flagrar a venda de tinta de impressora da Casa numa faculdade
particular. (Págs. 1 e 3)
Ação contra o preconceito ao militar gay (Págs. 1 e 6)
Tóquio em 2020 supera preparação da Rio 2016
Com parque olímpico adiantado e transporte público
impecável, a infraestrutura já instalada no Japão está bem à frente dos
trabalhos no Brasil. Slogan oriental é: “Certeza em tempos incertos.” (Págs. 1
e 6)
Manchete: Governadores impedem o fim da 'guerra fiscal'
Governadores das regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste articulam nova ofensiva contra o fim da chamada "guerra
fiscal", aproveitando o ambiente político gerado pelas manifestações de
rua e o período pré-eleitoral. "Nós não podemos apoiar uma política que
significa suicídio das nossas economias", disse ao Valor o governador de
Goiás, Marconi Perillo (PSDB), referindo-se à proposta de reforma do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em tramitação no Senado.
Os governadores querem mobilizar suas bancadas para
rejeitar, no plenário do Senado, o projeto de resolução que muda as alíquotas
interestaduais do ICMS, convalidar os incentivos fiscais já concedidos, acabar
com a unanimidade exigida para as decisões do Confaz e editar a edição de
súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que derruba todos os
atuais benefícios. (Págs. 1 e A8)
Demora em licenciamento cria demanda
O Consórcio Interligação Elétrica do Madeira (IE
Madeira), responsável pela construção de uma das linhas de transmissão que vão
escoar a energia das usinas do rio Madeira, prepara pleito milionário para
entregar à diretoria da Aneel. O consórcio, formado por Cteep, Furnas e Chesp,
pretende cobrar pagamento extra de aproximadamente R$ 275 milhões com o
objetivo de reaver o equilíbrio financeiro do contrato. O pedido está em
elaboração e deve ser encaminhado em breve à agência. A causa do prejuízo,
segundo o IE Madeira, seria o atraso na liberação da licenciamento ambiental.
(Págs. 1 e B13)
O português mais rico põe fichas no Brasil
Homem mais rico de Portugal, Américo Amorim planeja
investir US$ 3,5 bilhões nos próximos quatro anos no Brasil, com ênfase na área
de petróleo, seguido de negócios imobiliários ligados ao turismo e do setor
financeiro.
Em entrevista ao Valor, o empresário disse que
destinará 65% do pacote de investimentos de US$ 5 bilhões para o Brasil entre
2013 e 2016. O restante irá para Angola e Moçambique. Ele não ostenta - não tem
jatinho e só aluga um quando é necessário. Ocupa uma sala de trabalho ampla,
mas comum, na sede da holding em Mozelos, cidade perto do Porto. (Págs. 1 e B8)
Caem fretes marítimos da China a Santos
A queda no ritmo das importações da Ásia, que tem
sido o motor do crescimento do transporte de contêineres brasileiro, derrubou
os valores dos fretes na navegação. Armadores apostam nas festas de fim de ano
para recuperar os volumes e a rentabilidade perdida, iniciando uma rodada de aumento
nos preços.
Entre o fim de 2011 e agosto, o frete de um
contêiner de 40 pés da China para Santos oscilou de US$ 4.500 (o valor mais
alto, em novembro de 2012) para US$ 2.300 (ponto mais baixo, em agosto),
segundo a consultoria inglesa Drewry. Na mão inversa, na exportação de Santos
para a China, também houve queda, de US$ 1.600, em fevereiro de 2012, para US$
1.250, em agosto. (Págs. 1 e B1)
Brasileiras ainda estão longe do topo
Embora executivas como Graça Foster, Luiza Helena
Trajano e Chieko Aoki se destaquem no comando de grandes empresas, elas são
exceções no país. Estudo inédito realizado pela Escola de Direito da FGV, em
parceria com a FEA-USP, revelou que nos últimos 15 anos a presença feminina nos
altos cargos em companhias de capital aberto no Brasil se manteve estagnada,
com média de 8%.
O professor Alexandre Di Miceli, da FEA-USP, afirma
que as mulheres fizeram avanços significativos no ingresso nas universidades e
no mercado de trabalho, mas isso não se reflete no topo da hierarquia. Durante
o período analisado, praticamente metade das companhias não teve sequer uma
mulher em seus conselhos de administração. Em 66% delas, nenhuma profissional
fez parte da diretoria executiva. "Essa sub-representação pode ser um
problema tanto em termos de qualidade na tomada de decisão quanto do
aproveitamento eficiente de talentos", diz. (Págs. 1 e D3)
Eike culpa executivos e investidores
O empresário Eike Batista, protagonista de um dos
maiores colapsos financeiros da história, está acusando pessoas que considera
culpadas por sua queda. Em entrevista ao "The Wall Street Journal" -
a primeira desde que seu império desabou -, disse que executivos do setor de
petróleo que ele costumava chamar de "dream team" (o time dos sonhos)
o enganaram. E afirmou ainda que seus investidores saíram do negócio muito
rapidamente. Culpa também o azar.
"Eu sou o maior perdedor nisso tudo",
disse na sexta-feira em seu escritório no Rio. "Eu acreditei nisso.
Vivendo em um país que tem essas descobertas de petróleo gigantescas, por que
eu não poderia ter sido abençoado com uma delas?" (Págs. 1 e B16)
Pronatec chega aos dois anos com 4,2 milhões de
matrículas, mas evasão é alta (Págs. 1 e A4)
“Risco Dnit” foi decisivo no fracasso do leilão da rodovia
BR-262 (Págs. 1 e B12)
Crítica ao modelo de concessões
Modelos de concessões e parcerias público-privadas
do governo federal na área de infraestrutura são “inadequados” e inibem a
competitividade, diz o economista Edmar Bacha. (Págs. 1 e A5)
Reforma ministerial
O fim do prazo de filiação partidária dos
candidatos às eleições de 2014 deve desencadear processo de reforma
ministerial. Dilma espera a definição do quadro da sucessão para decidir quem
fica. (Págs. 1 e A6)
Projeto muda licitações
Projeto de lei do líder do PT na Câmara pretende
reformar a Lei 8.666 e estender o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) —
criado originalmente para as obras da Copa — a todas licitações. (Págs. 1 e A8)
Inovação & Parcerias
Empresas, entidades e órgãos oficiais ligados à
inovação apostam no Laboratório Binacional Brasil-EUA para ampliar o acesso de
pesquisadores aos centros de P&D dos dois países, além da criação de joint
ventures, diz Debora Wince-Smith, presidente do Conselho de Competitividade
(Council). (Págs. 1 e Especial)
MSD reorganiza operação no país
Com um novo presidente no Brasil desde o início do
ano, a MSD Saúde Animal — braço veterinário da farmacêutica americana Merck —
colocou à venda as áreas onde ficavam duas de suas três fábricas no país, em
Cotia (SP) e Fortaleza. (Págs. 1 e B15)
Geadas afetam usinas de cana
As geadas de julho e agosto farão os Estados do
Mato Grosso do Sul e Paraná perderem 2,2% da moagem de cana esperada para todo
o Centro-Sul. No entanto, em algumas usinas a produção de açúcar e etanol pode
cair até 15%. (Págs. 1 e B18)
Arbitragem fora da área trabalhista
Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais
confirma decisão de 1ª instância e rejeita arbitragem na solução de litígio
trabalhista, sob alegação de que a Lei de Arbitragem só pode ser aplicada em
contencioso relativo a direito patrimonial disponível. (Págs. 1 e E1)
Ideias
Saulo Krichanã
Para quê arriscar aplicar no longo prazo se o
desarranjo fiscal ajuda a calibrar a taxa real de juros de novo para cima?
(Págs. 1 e A12)
Luiz Carlos Mendonça de Barros
Reunião do Fed na quarta-feira marcará o começo do
fim da grande crise econômica e financeira iniciada em fins de 2007. (Págs. 1 e
A13)
Reportagem Especial - Cursos d’água são extintos
pela desertificação que muda a paisagem no noroeste de Minas
Ribeirões que eram perenes agora correm como
filetes apenas no período chuvoso. Outros simplesmente desapareceram, como o
Campo Grande, morto desde 2007. Esse é um dos trágicos efeitos do processo de
desertificação na Região Noroeste, como mostra a segunda parte da série de
reportagens do Estado de Minas. A paisagem verde com rios cheios de peixes,
descrita por Guimarães Rosa em Grande sertão: veredas, vai dando lugar à
aridez, devido à exploração desordenada. O problema extrapola o Noroeste. O
Ribeirão Campo Grande, em cujo leito hoje passam carros e ônibus, era afluente
de primeira grandeza do Rio Urucuia, por sua vez um dos três maiores
tributários do São Francisco. E o Velho Chico perdeu 35% de sua vazão entre
1948 e 2004, segundo estudo internacional com os 925 maiores rios do planeta.
(Págs. 1 e 17 a 19)
Computadores: Pane tira do ar sistema do governo
Todos os portais, sites e correios eletrônicos do
governo estadual foram bloqueados ontem entre as 15h e as 19h30,
aproximadamente, atingindo bombeiros e polícias Militar e Civil. Houve
transtorno no HPS com todas as fichas de exames e prescrições de medicamentos
tendo de ser feitas à mão. Responsável pelo sistema, a Prodemge descartou a
ação de hackers e atribuiu o problema a uma pane elétrica. (Págs. 1 e 20)
No Rio, hackers divulgamos endereços de 50 mil PMS (Págs.
1 e 7)
Corrupção: Situação de deputado se complica na Câmara
Suspeito de ser dono de ONG pivô do desvio de R$
400 milhões em convênios do Ministério do Trabalho, Ademir Camilo (PSD-MG) pode
ser chamado a se explicar e processado por quebra de decoro. (Págs. 1 e 3)
Chegam os cubanos
Vinte e quatro médicos de Cuba desembarcaram ontem
no aeroporto da Pampulha distribuindo sorrisos e apertos de mão a cerca de 100
militantes apoiadores de sua vinda. Outros dois deles haviam chegado na
madrugada da véspera. Eles vão trabalhar em 21 municípios mineiros no programa
Mais Médicos, do governo federal. (Págs. 1 e 20)
Pesquisa do Instituto Maurício de Nassau mostra o
poder de sedução das propostas de lucro rápido e revela que 18% dos recifenses
já participaram deste tipo de negócio. 63,7% têm consciência de que o
investimento não é seguro. (Págs. 1 e 9)
Estrangeiros do Mais Médicos estão chegando
Profissionais começaram a desembarcar nas capitais
e dão início aos trabalhos na próxima segunda-feira. (Págs. 1 e 4)
Manchete: Novas plataformas abrem 3 mil vagas no polo
naval
Dilma Rousseff assina hoje, em Rio Grande,
contratos para a construção de mais duas estruturas para exploração de
petróleo, ao custo de US$ 800 mi cada. (Págs. 1 e 10)
Em três anos: Câmara gastou R$ 58 milhões com aluguel de
carros
Cada um dos 513 deputados consumiu, desde 2011, o
equivalente a dois automóveis em locações. (Págs. 1 e 6)
Mais Médicos: Reforço de Cuba começa a chegar ao RS
Profissionais devem se reunir a outros estrangeiros
hoje para atuar em seis cidades do Estado. (Págs. 1 e 27)
Mensalão: Ministro diz não se sentir pressionado para dar
voto
Celso de Mello vai encerrar polêmica de recursos do
julgamento no Supremo. (Págs. 1, 4, 5, 8 - Rosane de Oliveira e 43 - Paulo
Sant'Ana)
Reações opostas: Acordo de EUA e Rússia divide opiniões na
Síria
Rebeldes rejeitam solução diplomática comemorada
pelo governo. (Págs. 1 e 24)
O embaixador Rubens Ricupero participou do grupo
formado pela ONU para estudar medidas que evitassem uma nova crise como a
ocorrida em 2007/2008. Ele engrossa o coro dos que dizem que pouco mudou. “A
prova de que não foi resolvido é que hoje o grau de concentração dos bancos é
significativamente maior do que era antes da crise.” Em entrevista ao Brasil
Econômico, Ricupero alerta que a inflação no Brasil está reprimida
artificialmente, com a contenção dos preços administrados, que precisam ser
ajustados. “E se adiar muito, vem como uma crise”. (Págs. 1, 6 e 7)
Concessões: Analistas temem ausência de estrangeiros
A falta de interessados externos para o primeiro
leilão de rodovias, cujo resultado será divulgado na quarta-feira, acendeu o
alerta sobre os riscos que afastam investidores. (Págs. 1 e 20)
domingo, 15 de setembro de 2013
NOTA DE ESCLARECIMENTO
O Blog GC-NOTÍCIAS-GC vem
a público esclarecer que esta retornando as publicações de Clipping de notícias
veiculadas nos grandes jornais do Brasil e do mundo.
Entretanto, vale ressaltar que o blog não tem
nenhuma ajuda financeira para da mais comodidade aos leitores de todo o mundo
que frequenta o blog! Gostaria de pedir aos leitores que queiram ajudar com qualquer
contribuição para da mais conforto a todos.
Contato:
Sjjorgesilva570@gmail.com
“Sempre primando pela busca da qualidade em notícias veiculada no Brasil e no mundo”
Crise internacional deixou resultado do PIB do ano passado
abaixo do de 2010, quando chegou a 7,5%.
COLUNAS
Cláudio
Humberto
SP: PT avalia afastar Haddad
Citando pesquisas mostrando que a senadora Marta
Suplicy (SP) tem condições objetivas de superar o tucano José Serra, na disputa
pela prefeitura paulistana, dirigentes petistas voltam a cogitar a substituição
do pré-candidato Fernando Haddad. Na primeira quinzena de janeiro, o PT
discutia essa hipótese, mas Lula sufocou o movimento pedindo a Dilma para
antecipar a demissão do então ministro da Educação. Dirigentes do PT aguardam,
agora, que Lula melhore de saúde para ponderar sobre o fiasco de Haddad e o
risco de derrota anunciada para Serra. Quando tentaram a substituição antes,
petistas ligados a Marta Suplicy foram rechaçados por Lula, que prometeu apoiar
Haddad “até o fim”. Mas o fraco desempenho de Haddad nas pesquisas não estimula
a militância a pedir votos para um candidato em quem não acredita. Amostragens
encomendadas pelo PT confirmam que o amplo favoritismo de Serra desaparece
quando Marta entra na disputa.
Visita a Chernobyl
Contrários à construção da usina nuclear Angra 3 no
Brasil, deputados da bancada verde tentam autorização da Câmara para visitar
Chernobyl, cidade-fantasma da Ucrânia devastada após acidente nuclear (na foto,
a usina de Chernobyl). Os parlamentares foram convidados pela ONG Cruz Verde
Internacional a se juntar a delegações da Alemanha e França entre 23 e 27 de
abril. A viagem, a partir da Suíça, seria custeada pela entidade.
Roda e avisa
Tem cheiro de gasolina aditivada pró-Haddad a greve
dos caminhoneiros que inferniza São Paulo, com o Rodoanel à disposição deles.
Escola do crime
Os assassinatos cometidos por menores aumentaram
62% no DF, entre 2010 e 2011, diz a Promotoria de Justiça da Infância e
Juventude.
Água de beber
O Senado contratou por R$ 25 milhões, sem
licitação, uma clínica de doenças renais de Brasília: R$ 5 milhões mensais
saindo “na urina”.
Agenda verde
O Greenpeace e a ONG Urgewald aproveitaram a visita
de Dilma, para denunciar que o laudo de segurança de Angra 3, no Rio, se baseou
em usina idêntica, não nuclear. E que além de “obsoleto”, o reator está em
região de deslizamentos. Querem impedir o empréstimo ao Brasil.
Segura, promotor
O Ministério Público Federal rejeitou punição da
corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público contra o promotor
Fernando Góes, que foi a uma festa do peão no interior vestido de... peão.
Desgarrado
O deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) acha que
a nomeação de Marcelo Crivella na Pesca será “um tiro no pé” na eleição de
Fernando Haddad à prefeitura paulistana: “teremos menos 1 voto no Congresso.”
Casório adiado
Amigo pessoal da primeira-dama do Rio, Adriana
Ancelmo, o estilista Carlos Tufvesson desistiu do recurso para casar com o
companheiro André Piva. Três desembargadores da 10ª Câmara Cível do Tribunal de
Justiça do Rio se declararam suspeitos por discordar do Supremo.
Pensando bem...
...nem tudo está perdido: a intenção de voto em
Haddad é maior que o PIB do Brasil.
Frase
"Minha vida sempre foi um livro aberto e
continuará sendo” – Senador Demóstenes Torres (DEM-GO) pedindo para ser
investigado pelo STF
O fantasma
O presidente do PT, Rui Falcão, e a prefeita
Luizianne Lins suam a camisa para afastar o fantasma das prévias para escolha
do candidato à Prefeitura de Fortaleza. Cinco petistas querem disputar a
sucessão.
Deixa pra lá
Com os comandantes em banho-maria, começou o racha
entre os militares da reserva que assinaram o manifesto provocando Dilma.
Alguns preferem lutar por reajustes e reaparelhamento das Forças.
EDITORIAL
O fim de
um reinado
A saída de Ricardo Teixeira do comando do futebol
brasileiro é esperada por muitos há muito tempo. Investigado pelo Congresso em
Comissão Parlamentar de Inquérito, alvo de denúncias de emissoras de televisão,
jornais e revistas, desacreditado como líder do esporte que é paixão nacional,
Teixeira se mantém no cargo desde 1989. Sua controversa soberania, mesmo após a
conquista de duas Copas do Mundo, em 1994 e 2002, não parece resistir muito tempo
a suspeitas crescentes de corrupção que mancham não apenas o seu nome e a
credibilidade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A persistência de
Ricardo Teixeira, tanto na CBF quando no Comitê Organizador Local da Copa de
2014, é a cada dia mais arriscado para a realização da Copa no Brasil e para a
imagem do nosso futebol – que ele desgastou mais do que qualquer um.
Se “devemos muito” a Teixeira, como afirmou em sua
defesa o ex-jogador Ronaldo Fenômeno, o presidente da entidade máxima do
futebol nacional deve, no mínimo, uma lista extensa de explicações ao País. A
começar pela falta de transparência financeira que mistura as contas da CBF às
suas contas pessoais, com indícios de desvio de rios de dinheiro. A mais
recente e estranha movimentação foi o depósito de R$ 3,8 milhões na conta da
filha de Ricardo Teixeira, feito pelo atual presidente do Barcelona e
ex-executivo da Nike, Sandro Rosell. A Nike é fornecedora de artigos esportivos
da CBF. A revelação foi feita pelo jornalista Juca Kfouri. A CBF não negou o
depósito, mas prometeu acionar o jornalista na Justiça por exposição de menor,
nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Outra investigação em curso é referente a uma
partida amistosa entre a seleção brasileira e a seleção de Portugal, em
Brasília, em 2010. O Governo do Distrito Federal pagou R$ 9 milhões a uma
empresa que mantém relação de negócios com Ricardo Teixeira. Há fios soltos por
toda parte nos laços de Ricardo Teixeira. Há poucas semanas, o presidente da
CBF levou para Miami, em seu jato particular, o amigo Wagner Abraão, dono de
agência de turismo que presta serviços à CBF e executivo de um grupo que foi,
por coincidência, escolhido pela Fifa para vender pacotes de viagem e ingressos
em espaços vip para a Copa de 2014.
A natureza da organização do futebol no Brasil é
dúbia: tem status de organização privada, mas é administrada e vendida como se
pertencesse ao patrimônio público. Teixeira aproveitou como ninguém essa
característica para estabelecer o controle político da entidade através de
federações estaduais submissas, dependentes dos recursos da Confederação e, em
sua maioria, incapazes de levantar a voz contra os desmandos e abusos de
autoridade do rei Ricardo. Um dos poucos que tiveram a coragem de enfrentá-lo
foi o falecido presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Carlos Alberto
Oliveira. Para o bem do futebol brasileiro e, por tabela, da própria Fifa, o
fim do reinado de Ricardo Teixeira na CBF é necessário, e iria conferir novos
ares à entidade a pouco mais de dois anos da Copa do Mundo.
OPINIÃO
Palmada
Arthur Carvalho
Essa lei contra a palmada não passa de frescura. É
equivalente a comparar bitoca com estupro. Uma forma de neofascismo puritano.
Muita gente levou pisa de rinchar, quando pequeno, e nem por isso desmunhecou
nem meteu-se em falcatruas e homicídios, não guardou mágoas, complexos e
recalques. Pelo contrário. Tenho seis filhos, nunca precisei bater em nenhum.
Eu disse "precisei", pois é importante a criança saber que existe um
corretivo que lhe poderá ser aplicado em momento justo e oportuno. Que o
direito de terceiros está acima de seus caprichos, manhas e cavilações. Menino
é feito jogador de futebol: testa a autoridade dos pais como o jogador testa a
autoridade do árbitro. Quem vacilar, dança.
Minha mãe dizia que batia nos filhos para os outros
não terem vontade de bater. Os casos de bullying são muito antigos nos colégios
e continuam a existir no mundo inteiro. Em recente entrevista à Veja, Rosalind
Wisman, escritora americana especializada em bullying, ensina que crianças e
adolescentes que agridem e humilham colegas são acobertados em casa – e que as
escolas em geral se omitem. Tem razão. Acho que a chave do enigma está aí, na
falta de educação doméstica. E faz observações pertinentes (gostou dos
"pertinentes", Jommard?). Ela começa dizendo, o que é verdade, que
conflitos nos quais ocorrem abuso de poder e força para demarcar território são
tão velhos quanto a própria espécie humana. O sabiá-gongá e o sanhaçu que
cantam ao amanhecer nas árvores defronte do nosso apartamento, na Beira-Rio, também
delimitam seus territórios, ao cantar, avisando aos outros pássaros que aquele
espaço tem dono – é deles.
Na entrevista, Rosalind diz que o bullying passa a
ganhar uma escala que nunca teve antes, enchendo a vítima de vergonha, solidão
e medo. E isso é grave e triste, porque demonstra a decadência da sociedade. De
seus valores básicos. Ela condena os professores por continuarem "alheios
a isso." E fulmina: "O problema, evidentemente, não se restringe ao
ambiente escolar. Ele começa no lar. Só que muitos pais preferem manter-se
cegos. Agem como não deveriam."
Sua maior preocupação é que esse tipo de
manifestação preconceituosa aparece até mesmo nas famílias de gente lúcida, de
forma quase invisível. "O bullying nada mais é que uma demonstração
exacerbada de aversão às diferenças". E acrescenta: "As meninas podem
ser mais cruéis entre si do que os garotos. Elas têm uma compreensão muito
clara sobre como a outra se sente e, com isso, conseguem feri-la com requintes
de maldade". (Noel Rosa: "Pra que mentir, se tu ainda não tens a
malícia de toda mulher?"). E termina lamentando que o adolescente recebe
hoje o maior privilégio da vida adulta – a liberdade – mas nenhuma das
obrigações da idade madura. É preciso dosar o limite entre palmadinha e
espancamento. Violência e superproteção. Afeto e castração da personalidade
infantil. Carinho e dengo. O respeito ao próximo.
Arthur Carvalho, advogado e
jornalista, é da Academia Pernambucana de Letras Jurídicas
POLITICA
Relator
rejeita contas da PCR, que contesta
Em votação suspensa
após pedidos de vista, o conselheiro do TCE Carlos Porto recomendou a rejeição
das contas de 2009 da PCR. Prefeito questiona interpretação dada
Bruna Serra
Dois pedidos de vista adiaram, ontem, o parecer
final sobre a prestação de contas do exercício de 2009 da Prefeitura do Recife,
a primeira da gestão do prefeito João da Costa (PT). A segunda câmara do
Tribunal de Contas do Estado (TCE), formada pelos conselheiros Romário Dias,
João Campos e Carlos Porto, relator da matéria, só deve voltar a julgar a
matéria no próximo dia 15, uma vez que o período de vista regimentalmente é de
três sessões. O prefeito questiona a interpretação dada pelo relator (ver
matéria abaixo).
Foram os pedidos de vista dos conselheiros Romário
Dias e João Campos que evitaram a rejeição das contas do prefeito, já que o
conselheiro Carlos Porto proferiu seu parecer recomendando à Câmara Municipal
do Recife a rejeição das contas de 2009 do gestor. O entrave, segundo aponta o
conselheiro relator, está nos investimentos na educação.
Embasado por relatórios de prestação de contas
anteriores, Carlos Porto questionou o investimento de apenas 20,33% do
orçamento na área, quando a Constituição Federal determina que seja aplicado o
percentual de 25% da arrecadação municipal em educação. “A última vez que o
município investiu os 25% determinados em lei foi no ano de 2004. De lá para cá
a meta nunca é atingida. Trata-se de uma falha gravíssima, que está prevista na
Constituição, sendo passível de uma pena que pode resultar em intervenção no
município”, afirmou o conselheiro relator.
Na prestação de contas enviada pela Prefeitura, são
considerados como investimentos no setor despesas com fardamento, pagamento de
estagiários que atuam como monitores nas salas de aula e restos a pagar da
gestão anterior. Carlos Porto, entretanto, ressalva que a lei federal que trata
da questão não computa esses investimentos como “na educação” e sim “para
educação”, ou seja, gastos em outros setores que refletem na educação.
Procurador-geral do município e secretário de
Assuntos Jurídicos, Cláudio Ferreira fez a defesa da administração afirmando
que o percentual de 25% não foi atingido porque o conselheiro não considerou
esses investimentos relatados pela prefeitura. “Isso porque, considerando esses
pontos – de fardamento, estagiário e despesas anteriores – nós investimos até
mais do que a lei determina, 26%. Se eu incluísse aí os gastos com merenda
escolar, o percentual chegaria aos 28% do orçamento do município. É uma questão
de bom senso”, reclamou.
O relatório final do conselheiro Carlos Porto
também questionava o investimento em saúde, que foi de 14% em 2009 quando
deveria ter sido de 15%, conforme determina a emenda 29 aprovada em votação no
Congresso Nacional. Entraves relativos à gestão orçamentária, ligados ao fundo
previdenciário, também foram questionados. A rejeição das contas, entretanto,
não foi aprovada pelo pleno em virtude dos pedidos de vista. Apenas após o voto
dos conselheiros Romário Dias e João Campos é que a rejeição recomendada pelo
conselheiro será ou não referendada.
Prefeitura
reage ao relator
Débora Duque
Em nota, enviada à noite, a Prefeitura rebateu o
parecer do conselheiro do TCE Carlos Porto, garantindo que os investimentos do
município na área de educação alcançaram a marca de 26% em 2009. No texto,
também foi enfatizado que o relatório não representa a decisão final da Corte
de Contas, mas a “opinião” do conselheiro. “Trata-se de divergência de
avaliação”, resumiu a nota.
Para atingir o índice de 26% – que supera em um
ponto percentual o piso mínimo de investimento fixado pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LDB) – a PCR contabilizou gastos com fardamentos escolares,
remunerações de estagiários e o pagamento de despesas relativas a exercícios
anteriores. “Todas essas despesas são típicas da Educação, apesar da avaliação
contrária do relator”, pontua a nota.
Há, no entanto, controvérsias a respeito dos
elementos que devem ser classificados como tal. Uma súmula anterior do TCE,
elaborada pelo conselheiro Valdecir Pascoal, não inclui, por exemplo, as
despesas com fardamento no rol da educação, por considerá-las de caráter
“assistencial”. Pela LDB, os custos enquadrados nesta última categoria devem
ser contabilizados à parte. Embora sejam admitidas despesas com profissionais docentes
para o cálculo do percentual destinado à educação, a legislação não define
expressamente se o custeio de estagiários deve ser incluído nessa conta, como
alegou a PCR. Também não são mencionadas pela LDB as despesas herdadas de anos
anteriores. Por outro lado, essas despesas estão previstas na cartilha que
define a aplicação de recursos provenientes do Fundo de Desenvolvimento da
Educação Básica (Fundeb), o que pode servir de sustentação para o argumento da
gestão.
Na nota, a PCR também fez questão de reforçar
algumas ações da área de educação. Entre elas, a política de “valorização” do
professor e o terceiro lugar ocupado pelo Recife no ranking do Ideb (Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica), entre as nove capitais do Nordeste.
Governistas
avaliam que articulação será esvaziada
Gilvan Oliveira
Em público, o governador Eduardo Campos (PSB) não
vem comentando o assunto sucessão do Recife e ontem, após a cerimônia de
entrega de medalha a personalidades do Estado, em comemoração à Data Magna de
Pernambuco, ele reforçou essa posição. Mas governistas muito próximos ao líder
socialista avaliaram que a articulação comandada pelo senador Armando Monteiro
Neto (PTB) deve se esvaziar por si própria, sem necessidade de uma intervenção
externa, por “inanição política”.
“Na hora de (o bloco alternativo) decidir ‘vamos ou
não vamos lançar candidato’, todos vão sair. E duvido que alguém (no caso, o
PTB) vá à disputa sozinho”, avaliou um aliado, em reserva. “Se a coisa fosse
para valer, esse nome (do prefeiturável) já teria surgido nessa reunião”,
advertiu outro, referindo-se ao encontro entre líderes do PDT, PSC, PRB e PP
com Armando Monteiro, anteontem.
Sem querer entrar no tema, pelo menos em público,
Eduardo disse que não tem agendado encontros com aliados para tratar de
sucessão e refutou que haja um prazo até o fim de março para definições. “Não
podemos trabalhar com prazos em política, só com os prazos que a lei
(eleitoral) impõe”, despistou.
Se as relações entre Armando e Eduardo não estão na
mesma sintonia de antes, deputados estaduais petebistas estiveram ontem no
Palácio para a cerimônia de entrega da Medalha Guararapes. Secretário-geral do
PTB, o deputado José Humberto Cavalcanti negou que Armando tenha pretensões
eleitorais no Recife e que ele estivesse no evento para acalmar as relações do
seu partido com o PSB. “Estou aqui como parlamentar convidado”, afirmou.
A Medalha do Mérito Guararapes, maior comenda do
Estado, foi entregue a 14 personalidades e entidades, por seus relevantes
serviços prestados ao Estado, entre elas o vereador do Recife Liberato Costa
Júnior (PMDB), o radialista Geraldo Freire, o médico Nélson Caldas, a
economista Tânia Bacelar, o Instituto Homem da Meia Noite, o Clube de Máscara
Galo da Madrugada e o Movimento Estadual de Catadores de Material Reciclável. A
ex-deputada Terezinha Nunes (PSDB) também seria agraciada, mas, alegando
problemas de saúde, não esteve presente.
Rápidas
- Demóstenes fala sobre “amizade” com Cachoeira
Flagrado em interceptações telefônicas autorizadas
pela Justiça nas quais aparece em conversas frequentes com o empresário do jogo
Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, o líder do DEM no Senado,
Demóstenes Torres (GO), subiu ontem à tribuna para dizer que não é investigado
pela Polícia Federal e que é amigo do contraventor, embora, segundo declarou,
não soubesse de atividades ilegais dele. As declarações foram elogiadas por
todos os senadores, do PT ao PMDB, passando pelo PSDB e pelo próprio DEM. A
Operação Monte Carlo prendeu 35 pessoas envolvidas com jogo do bicho e máquinas
caça-níqueis em Goiás. Demóstenes, um dos opositores mais duros ao governo,
ganhou de presente de casamento do contraventor um fogão e uma geladeira no ano
passado. Ele confirmou os regalos e disse que, por questão de educação, não
pergunta o preço do presente e nem o devolve. De acordo com Demóstenes, a
amizade com Carlinhos Cachoeira vem de longe, quando este atuava legalmente na
exploração de jogos. “Como empresário, ele frequentava as altas rodas da
sociedade de Goiás”, disse, negando que tenha mantido negócios com o
contraventor.
IMPOSTO DE RENDA
Sai
calendário de restituição
De acordo com a Receita Federal, o primeiro lote será
liberado no dia 15 de junho e o último em 17 de dezembro
BRASÍLIA e RIO – A Receita Federal divulgou ontem o
calendário de pagamento das restituições do Imposto de Renda (IR) 2012. De
acordo com a instrução normativa 1.254, publicada no Diário Oficial da União, o
imposto pago a maior pelas pessoas físicas no ano passado será devolvido em
sete lotes mensais. O primeiro deles será liberado no dia 15 de junho e o
último em 17 de dezembro.
No primeiro lote, serão incluídos os contribuintes
com mais de 60 anos, que têm prioridade na restituição pelas regras do Estatuto
do Idoso. Segundo o supervisor nacional do IR, Joaquim Adir, são baixíssimas as
chances de um contribuinte com menos de 60 anos ser incluído no primeiro lote,
ainda que já tenha enviado a declaração.
Além disso, a Receita faz a devolução do Imposto de
acordo com a forma de entrega das declarações do IR e também com a ordem de
recebimento desses documentos. Quem opta pela internet (pela página www.receita.fazenda.gov.br) e
envia a declaração no início do prazo recebe nos primeiros lotes.
Já as pessoas físicas que fazem a entrega por meio
de disquetes (apresentados nas agências do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica
Federal) e aquelas que deixam para fazer o acerto de contas com o Leão no fim
do prazo acabam recebendo a restituição nos últimos lotes.
A Receita lembra, no entanto, que só receberão
restituições aqueles contribuintes que não tiverem qualquer pendência na
declaração. Caso sejam detectados problemas, como a omissão de rendimentos ou
informações incorretas, a pessoa física ficará retida na malha fina e terá que
regularizar sua situação antes de obter a devolução do imposto.
O prazo para a entrega da declaração do IR 2012
começou no dia 1º de março e termina em 30 de abril. Segundo o Fisco, já foram
enviados 887 mil documentos de um total de 25 milhões esperados para esse ano –
foram 24,37 milhões em 2011. Precisa apresentar o documento a pessoa física que
teve rendimentos tributáveis acima de R$ 23.499,15 no ano passado. Quem perder
o prazo de entrega terá que pagar multa que varia de R$ 165,74 a 20% do IR
devido.
A consulta aos lotes de restituição pela internet
normalmente é liberada entre sete e dez dias antes de o dinheiro chegar ao
banco.
INTERCÂMBIO
China
vai importar 300 mil jegues do Nordeste
Um acordo entre os dois países liberou o comércio
dos animais, que são largamente utilizados pelos chineses nas indústrias de
alimentos e de cosméticos
BRASÍLIA – Em meio a tantos produtos brasileiros exportados para a China,
surgiu, recentemente, um novo objeto do desejo que não faz parte das nossas
riquezas naturais, nem da cultura agrícola. Trata-se do popular jegue
nordestino. Há cerca de um mês, um acordo entre os dois países liberou o
intercâmbio de asnos – animais também conhecidos como burros e jumentos, que
são largamente utilizados na indústria de alimentos e na de cosméticos daquele
país.
Os chineses pretendem importar 300 mil jumentos por
ano do Nordeste, onde o animal é encontrado em abundância. Além de movimentar a
economia local, a iniciativa ainda vai resolver o problema de excesso de oferta
de jegues na região. Com as facilidades de financiamento, houve um crescimento
muito grande do uso de motos para o transporte local e os jegues estão perdendo
espaço para a concorrência.
Em junho de 2011, um grupo de empresários chineses
percorreu o Nordeste, desde a Bahia até o Rio Grande do Norte, conversando com
fazendeiros e políticos. Aos políticos locais, o grupo propôs um programa de
garantia de compra dos burros a preços de mercado, envolvendo até linhas de
crédito, por meio de um sistema batizado de Projegue. Mas o projeto ainda não
deslanchou.
A China abate 1,5 milhão de burros ao ano,
produzidos no país, na Índia e na Zâmbia. O processo envolve tecnologia de
ponta, com melhoria genética, cuidados na produção de alimentos específicos e
assistência técnica.
Segundo o secretário-adjunto de Agricultura do Rio
Grande do Norte, José Simplício Holanda, a exportação dos jumentos resolveria
um problema local, principalmente na região do Alto Oeste, onde a expansão
econômica recente fez os moradores trocarem o uso histórico do jegue como meio
de transporte para adotar as motocicletas.
“Naquela região os prefeitos lotam caminhões para
levar os jumentos da sua cidade para os vizinhos. Já teve jumento que fez o
mesmo percurso três vezes. O asno hoje só serve para causar acidentes na
estrada”, diz Holanda.
Iphan
libera 3 áreas da Fiat para obras
O superintendente em Pernambuco do Instituto de
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Frederico Almeida, informou
ontem já ter liberado as licenças de três das quatro etapas da terraplenagem
para a futura fábrica da Fiat, em Goiana. Na última segunda-feira, foi iniciada
a etapa de número dois de nivelamento do terreno.
A terraplenagem da chamada área prioritária, os 160
hectares onde ficará o prédio principal da Fiat e onde serão montados os
futuros veículos, foi concluída na última quinta-feira.
Mas até o início da segunda fase do serviço, em uma
área de 97 hectares, houve parada de parte dos 530 trabalhadores e das 406
máquinas da Construcap.
Frederico diz que, para agilizar as licenças, o
governo optou por liberar a documentação por etapas. Segundo ele, na
segunda-feira a documentação foi aprovada para as etapas dois e três da
terraplenagem.
No total, o terreno destinado à Fiat mede 440
hectares e o nivelamento do terreno começou em 7 de janeiro passado, com prazo
de conclusão de 180 dias. O contrato com a Construcap é de R$ 81,9 milhões.
O cronograma prevê a entrega da área prioritária e
da segunda etapa, para a movimentação de terra, até abril. A produção da Fiat,
entre 200 mil e 250 mil veículos por ano, começará em março de 2014.
REFLEXO
Dilma
culpa país rico pela crise
Freio no crescimento de algumas economias é visto
como resultado das ações usadas para salvar as economias desenvolvidas
HANNOVER – A crise na Europa e nos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, os
remédios usados até aqui para enfrentá-la, são as razões pelas quais os países
emergentes, como o Brasil, estão enfrentando reduções no ritmo de crescimento
do Produto Interno Bruto (PIB). As análises foram feitas pela presidente Dilma
Rousseff ontem, em Hannover, na Alemanha, ao término de um novo encontro com a
chanceler Angela Merkel. Para a chefe de Estado brasileira, a turbulência
econômica desaquece os países emergentes, que ainda enfrentam o ‘tsunami
monetário’, causador de valorização artificial do câmbio e perdas na balança
comercial.
As declarações foram feitas em rápida entrevista coletiva
ao final de uma visita à feira de tecnologia de Hannover.
Descrevendo o teor das reuniões bilaterais
realizadas com Merkel, Dilma reiterou as críticas ao excesso de liquidez
promovido pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Federal Reserve (Fed) desde o
início da crise, em 2008. Só a autoridade monetária europeia despejou no
sistema financeiro um total de 1 trilhão em dois megaempréstimos subsidiados
aos bancos entre dezembro e março.
“Eu manifestei para a chanceler Merkel a
preocupação do Brasil com a expansão monetária que vem ocorrendo por parte dos
países desenvolvidos, que começou com os Estados Unidos, obviamente com uma
parte bem mais significativa do que a União Europeia”, disse a presidente. “Mas
agora a expansão monetária da União Europeia provoca desvalorização das moedas,
o que nós consideramos bastante adverso para o comércio internacional do
Brasil.” Dilma disse entender as adversidades da zona do euro causadas pela
crise das dívidas soberanas, mas reiterou a necessidade de “buscar melhores
formas de cooperação”. A presidente relativizou a redução do ritmo de
crescimento dos países em desenvolvimento. “É um período adverso para a
economia internacional, uma vez que não são só os países desenvolvidos que
estão sofrendo pressões nas suas taxas de crescimento, mas também os países
emergentes”, disse, reiterando a seguir: “Os países emergentes têm visto suas
taxas de crescimento diminuir”. A presidente também se comprometeu diante de
Merkel a imprimir uma política econômica de expansão sustentável do PIB
brasileiro. “O governo terá uma posição pró-ativa no sentido de ampliar cada
vez mais a taxa de crescimento do Brasil de forma sustentável, respeitando o
equilíbrio macroeconômico com finanças públicas e uma estrutura fiscal sólida”,
ressaltou. O PIB do Brasil encerrou 2011 com alta de 2,7%, ficando bem abaixo
de 2010, com 7,5%.
Tesouro
vai bombar BNDES
BRASÍLIA – Para dar novo gás à economia, depois do
crescimento mais fraco em 2011, a equipe econômica discute com o Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o barateamento das linhas de
financiamento voltadas para novos investimentos e um aporte de R$ 30 bilhões
para a instituição este ano.
Com a taxa básica de juros (Selic) mais baixa, o
governo vai revisar as linhas de financiamento do Programa de Sustentação dos
Investimentos (PSI), que contam com subsídios do Tesouro Nacional.
A presidente Dilma Rousseff também determinou a
ampliação das medidas do Plano Brasil Maior (a política industrial lançada no
ano passado) para dar estímulos mais fortes ao setor que sofre com o câmbio
desfavorável. Dilma está insatisfeita com o programa, que ainda está longe de
surtir os efeitos desejados.
Algumas medidas do programa, na prática, não foram
implementadas, queixa-se a presidente.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, esteve
reunido com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em Brasília, na semana
passada, para discutir a queda no custo do PSI para as empresas, além da
possibilidade de criação de novas linhas de financiamento.
O PSI foi criado em 2009 para financiar a aquisição
de máquinas e equipamentos, projetos de inovação tecnológica e exportações,
depois que a crise internacional derrubou o crescimento brasileiro e o governo
adotou uma série de medidas para ajudar as empresas. Desde seu lançamento até
fevereiro deste ano, os desembolsos do PSI somaram R$ 133,4 bilhões.
Cearense
vai relatar projeto de servidor
BRASÍLIA – O líder do governo no Congresso, José
Pimentel (PT-CE), é o nome mais provável para relatar no Senado o projeto de
lei que cria o Fundo de Previdência Complementar para os Servidores Públicos
Federais (Funpresp). A bancada do PT na Casa reuniu-se ontem e escolheu o nome
do parlamentar para a função. Entre outros pontos, a mudanças no sistema
previdenciário vai acabar com a aposentadoria integral de novos servidores e
aproximar a legislação do que hoje é aplicado no INSS, que paga os benefícios
dos trabalhadores do setor privado.
“O Pimentel já foi ministro da Previdência e
conhece o assunto”, disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) logo após a
reunião da bancada. Segundo ele, o líder do partido, Walter Pinheiro (BA),
sondou os demais partidos da base aliada sobre uma possível indicação de
Pimentel para a relatoria do projeto de lei do Funpresp e não houve qualquer
restrição. Agora o nome será levado ao presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP).
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ), Eunício Oliveira (PMDB-CE), também pretendia ser o relator da matéria.
Sua assessoria explicou, no entanto, que na segunda-feira passada ele recebeu
um telefonema do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que o
convenceu a desistir do pleito uma vez que a matéria não apresenta qualquer
problema para o Executivo. O projeto tramita conjuntamente nas comissões de
Assuntos Sociais, de Constituição e Justiça e de Assuntos Econômicos.
Como chegou ao Senado com urgência constitucional
requerida pela presidenta Dilma Rousseff, a matéria tem 45 dias para ser
analisada e votada. Caso contrário, passará a obstruir a pauta da Casa. O prazo
para a apresentação de emendas vai até sexta-feira. O relator terá que
apresentar o parecer para apreciação das três comissões até 27 de março. Uma
vez votado nas comissões, o regimento do Senado prevê que a matéria terá que
estar pronta para votação em plenário até 7 de abril.
CAPA DOIS
Lula:
melhora e irritação
SÃO PAULO – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva perdeu o humor. Desde domingo, quando foi internado para tratar de uma
pneumonia, ele está mais irritado e impaciente. No entanto, segundo os médicos
que o tratam, não há diagnóstico de depressão. “Ele está incomodado, de saco
cheio. Pergunta a todo momento quando vai melhorar”, afirma um deles.
O que mais angustia Lula é a dor na garganta. A
radioterapia contra o câncer na laringe deixou a área inflamada, e isso
atrapalha a alimentação. “Até beber água dói”, diz o médico. Ele se alimenta de
comidas pastosas e soro.
Boletim médico divulgado ontem afirma que o
ex-presidente apresentou uma melhora clínica e laboratorial. Segundo a nota, no
entanto, ainda não há previsão de alta.
Lula já perdeu 12 quilos desde janeiro, quando
começou a radioterapia. O tumor foi descoberto em outubro. O ato de falar
também tem incomodado o ex-presidente. “Ele adora bater papo. Se recebe visita,
não para de falar. Depois fica rouco e tem mais dificuldade para engolir”, diz
o oncologista Artur Katz.
Segundo ele, foi essa a razão que levou sua equipe
a restringir as visitas. “Poupar a voz foi recomendação da fisioterapeuta. Não
tem nada a ver com o estado imunológico dele”, diz Katz.
A dificuldade de deglutição aumenta o risco da
pneumonia aspirativa, que ocorre quando há entrada de líquidos (secreções do
corpo ou outras substâncias) da via aérea superior ou do estômago para os
pulmões. Não se sabe, porém, se foi essa a causa da pneumonia de Lula.
Apesar de convalescente, o ex-presidente enviou uma
carta ao presidente eleito da Rússia, Vladimir Putin. “Fico feliz ao ver que
terá continuidade seu trabalho em conjunto com o atual presidente, Dmitri
Medvedev, com quem também tive ótimas relações. Essa união de forças é salutar
para o equilíbrio na equação da política mundial. Uma Rússia forte e soberana é
de significativa importância para o mundo multipolar e multilateral que emerge
no limiar do século XXI”, afirma Lula.
BRASIL
Nova
base somente em 2018
ANTÁRTIDA Essa é a estimativa da Marinha para a
entrada em operação da nova estação brasileira. Construção deverá custar R$ 100
milhões
BRASÍLIA – O Ministério da Defesa prevê que a nova Estação Antártica Comandante
Ferraz (EACF), consumida por um incêndio em 25 de fevereiro, só deve entrar em
operação em 2018. A obra deve custar cerca de R$ 100 milhões, segundo
estimativa da Marinha. O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou, porém, que
o cumprimento do prazo depende do fluxo regular de dinheiro do orçamento para o
Programa Antártico (Proantar). A Marinha estuda um modelo de base semelhante ao
da Espanha, cuja arquitetura, segundo os militares, é mais segura e atende aos
objetivos científicos do Brasil.
Ontem, em audiência no Senado, a Marinha e os
pesquisadores que coordenam o Proantar classificaram o incêndio como
“fatalidade”. O acidente resultou na morte de dois militares, que atuavam no
combate às chamas. A perícia deve ser concluída nos próximos dias e, partir
desta semana, contará com reforço da Polícia Federal. Portaria interministerial
deve permitir que militares e cientistas definam, em conjunto, o plano de
recuperação da base e de manutenção das pesquisas.
Segundo o cronograma traçado por Amorim, o
orçamento do Proantar deve ganhar reforço de R$ 41 milhões este ano para
limpeza de destroços, manutenção das pesquisas e planejamento básico da nova
EACF. O projeto detalhado deve ficar pronto no verão 2013-2014, para que a obra
seja entregue em três a quatro anos.
“Se tudo ocorrer muito bem, a construção da nova
base só poderá começar no verão 2013-2014 e levará de três a quatro anos.
Claro, caso os recursos venham de maneira continua. Quanto ao custo, estima-se,
com base nas últimas bases (de outros países), R$ 100 milhões”, explicou
Amorim.
A base espanhola, que já aparece desenhada nos
estudos levados a cabo pela Marinha, custou cerca de 30 milhões. A estação
estrangeira tem estruturas independentes, em formato de estrela, que se
encontram em uma espécie de módulo central, segundo o desenho apresentado na
audiência.
A falta de planejamento arquitetônico da estação
brasileira, com módulos contíguos, tornava a Comandante Ferraz mais vulnerável
à propagação do incêndio.
Sargento
ferido no incêndio recebe alta
RIO – Ferido ao tentar apagar o fogo na base
brasileira na Antártida, o sargento Luciano Gomes de Medeiros, 45 anos, voltou
para casa na noite de anteontem. O militar recebeu alta médica após uma semana
internado no Hospital Naval Marcílio Dias, no subúrbio do Rio, tratando de
queimaduras de segundo grau nas mãos.
A volta do militar para casa, após quase um ano
cumprindo a missão na Antártida, emocionou a família. Luciano Medeiros retornou
no dia do aniversário de 15 anos da filha Mayara. “Ela não sabia da alta e
estava triste por ter que passar o aniversário longe dele. Foi um presente para
todos nós ele ter voltado”, contou a filha mais velha, Thais Medeiros, 24.
Segundo ela, o militar se recupera bem dos
ferimentos. A orientação é para que ele fique em repouso e em ambiente
refrigerado, para evitar a ocorrência de infecções nas queimaduras. “Acho que
em casa a recuperação vai ser mais rápida. Logo ele vai voltar ao trabalho, mas
acho que agora ele deve ficar mais perto da gente”, disse Thais.
O sargento queimou as mãos ao ajudar a debelar o
incêndio que destruiu a base militar e causou a morte dos oficiais Carlos
Alberto Vieira Figueiredo e Roberto Lopes dos Santos. Os corpos dos militares
ainda estão no Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro e só serão
liberados após a conclusão de exames de DNA.
A morte dos colegas ainda comove Luciano Medeiros,
que está sendo acompanhado por psicólogos da Marinha. A família recebeu
orientação para evitar que as visitas falem sobre o assunto.
“Estamos querendo preservá-lo, vamos deixar que ele
fale sobre isso naturalmente. Ele sente muito pela perda dos dois amigos”,
contou Márcia Medeiros, mulher do sargento.
Namorada
de Nem é solta por falta de provas.
A Justiça mandou soltar, no último dia 1º de março,
Danúbia de Souza Rangel, namorada do traficante Antonio Bonfim Lopes, Nem,
ex-chefe do tráfico de drogas da Favela da Rocinha. A comunidade está ocupada
desde o dia 12 de novembro. Presa no dia 25 de novembro passado, sob a acusação
de associação para o tráfico de drogas, a “xerife da Rocinha” ficou livre das
acusações porque, no entender da Justiça, as acusações contra ela não foram
devidamente comprovadas. Danúbia deixou a prisão na última sexta-feira, mas a
informação só foi divulgada ontem.
CIDADES
Prefeitos
sob pressão para pagar novo piso
EDUCAÇÃO Por recomendação do Ministério Público de
Pernambuco, os promotores devem fiscalizar os municípios. Descumprimento das
normas poderá gerar ações na Justiça
Uma semana depois do Ministério da Educação (MEC) determinar o pagamento do
novo piso salarial de R$ 1.451,94 aos professores, o Ministério Público de
Pernambuco (MPPE) expediu recomendação para que os municípios também cumpram a
Lei Nacional do Piso do Magistério. A fiscalização deverá ser feita pelos
promotores de Justiça. Caso as prefeituras não respeitem a determinação, os
gestores estarão sujeitos a ações judiciais.
A recomendação, expedida pelo procurador-geral de
Justiça, Aguinaldo Fenelon de Barros, foi publicada ontem no Diário Oficial do
Estado. Segundo o procurador, a lei deve ser cumprida por todos os municípios,
inclusive aqueles com pequena arrecadação. “Temos convicção de que os
municípios podem pagar. Se eles gastam 25% do orçamento com educação e ficar
provado que não têm condições de pagar o valor total do salário, podem requerer
auxílio do governo federal. Os gestores devem ajustar as contas e dar
prioridade à educação.”
Por ano, o governo do Estado repassa R$ 700 milhões
para ajudar os municípios a custear gastos com a educação, como prevê o Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Algumas cidades,
no entanto, alegam não ter condições de cumprir a determinação porque irão
ultrapassar os 54% dos seus gastos permitidos com a folha de pessoal.
O prefeito de Palmeirina, Eudson Catão (PSB),
presidente da Comissão de Desenvolvimento do Agreste Meridional (Codeam),
afirma que a medida do MPPE pode ajudar os municípios a conseguir os recursos
com o governo federal para complementar o salário pago aos docentes.
“Vamos convocar os prefeitos para entrar com ação
no Ministério Público Federal até o fim do mês, solicitando que seja paga essa
diferença. No ano passado, solicitamos esse recurso, mas não tivemos resposta
do MEC”, afirma Catão. Em Palmeirina, no ano passado, o pagamento do piso aos
professores gerou aumento de R$ 496 mil aos cofres municipais. A Codeam vai
fazer levantamento sobre a quantidade de municípios que precisam do
complemento. Mas o presidente da comissão acredita que pelo menos metade das
prefeituras do Estado não vai pagar o índice.
O MEC usa como parâmetro de reajuste o aumento no
valor gasto por aluno no Fundeb – como prevê a Lei Nacional do Piso do
Magistério, de 2008. A legislação do piso determina que nenhum professor pode
ganhar menos que esse valor por uma jornada de trabalho de 40 horas semanais.
CIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
CONFERÊNCIA
Criação
de agência ambiental é criticada
Diretor do Ministério das Relações Exteriores, Luiz Alberto
Figueiredo Machado, afirmou ser contra nova agência da ONU, uma das discussões
centrais da Rio+20
Verônica Falcão
SÃO PAULO – O embaixador Luiz Alberto Figueiredo
Machado, diretor de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores,
criticou ontem a criação de uma agência mundial de meio ambiente, uma das
discussões centrais da Rio+20, que ocorre de 13 a 22 de junho, no Rio de
Janeiro. “Seria mais uma burocracia e teria como resultado prático apenas a
criação de empregos para mais diplomatas”, disse durante evento preparatório
para a conferência promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo (Fapesp).
A ONU conta com agências globais de saúde (OMS),
alimentação e agricultura (FAO), trabalho (OIT) e educação e cultura (Unesco),
mas a questão ambiental se resume a um programa. Criado em 1972, o Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) está sediado em Nairóbi, no Quênia,
não possui recursos suficientes nem força política.
Como já existem convenções e protocolos sobre
biodiversidade, florestas, mudanças climáticas e desertificação, nações a
exemplo da França e Alemanha defendem a criação de um organismo internacional
para promover a implantação, pelos países signatários, das metas e ações
previstas nesses documentos.
A crítica a uma agência mundial de meio ambiente,
frisou o embaixador, é pessoal e não representa a posição do Brasil na Rio+20.
“A delegação brasileira terá uma postura flexível frente à discussão”, adiantou
o diplomata, que também preside a secretaria nacional da organização da Rio+20.
Segundo Luiz Alberto Figueiredo, há um sentimento
de que o Pnuma deve ser reforçado. “O Brasil compartilha dessa opinião, mas
muitos criticam a instituição de novas burocracias. Primeiro porque é mais
caro, depois porque não necessariamente mudar a estrutura garante que se mude o
modo de atuar.”
Antes de pensar que organismo criar, defende o
diretor de Meio Ambiente do Itamaraty, é preciso definir o que se quer que esse
novo organismo faça. “Alguns dizem que esta é hora de se ter uma agência
ambiental, porque se não for agora vai ter que se esperar mais dez anos por
outra oportunidade”, esclarece.
Essa é a posição, lembra ele, dos europeus e da
África. “O Brasil quer o reforço do Pnuma. E nós aceitaremos o resultado que as
discussões da Rio+20 trouxerem, mas hoje em dia, olhando o quadro da
negociação, não parece existir consenso em torno da criação dessa nova
agência.”
Para o embaixador, a adoção de uma economia verde
inclusiva é o que se deve esperar do País após a Rio+20. “Crescer, incluir e
proteger é o trinômio que deve nortear essa nova economia”, prevê. “O Brasil
mudou depois da Rio-92. O governo e as pessoas passaram a pensar diferente,
passaram a incluir o meio ambiente nas políticas públicas, no dia a dia. Isso
deve ocorrer de novo com a Rio+20. Só que agora, o que vamos incorporar são os
pilares do desenvolvimento sustentável, ou seja, o econômico, o social e o
ambiental.”
Com dez dias de duração, a Rio+20 terá uma reunião
de cúpula, no Riocentro, que ocorrerá nos dias 20, 21 e 22 de junho.
A
repórter viajou a convite da Fapesp
ESPORTE
Lei
Geral já pode ir ao plenário hoje
COPA 2014 Projeto foi aprovado pela comissão especial com a
permissão da venda de bebidas alcoólicas, ontem. Câmara e Senado ainda votarão
BRASÍLIA – O líder do governo na Câmara, Cândido
Vaccarezza (PT-SP), afirmou que a Lei Geral da Copa pode ser apreciada pelo
plenário da Casa já hoje. O projeto foi aprovado ontem pela comissão especial
com a permissão da venda de bebidas alcoólicas nos eventos da Fifa.
A comissão acatou a exigência da entidade que tem
uma cervejaria como patrocinadora. Um dos defensores da proibição, o deputado
Vanderlei Macris (PSDB-SP) diz que vai insistir na derrubada desta parte do
texto no plenário.
O projeto inclui também na legislação brasileira
novos crimes para atender à entidade e seus patrocinadores. Quem usar símbolos
oficiais de forma indevida ou divulgar marcas com fins de atingir lucros por
associação com o evento poderá ser condenado a detenção, além de pagar multa.
A mudança no calendário acontece devido à falta de
acordo para o Código Florestal, que deve ser apreciado somente na próxima
semana. “A gente queria votar a Lei Geral da Copa só na semana que vem, mas
como teremos Código Florestal e há outros temas, é melhor ir votando o que vai
ficando pronto”, disse Vaccarezza.
A tramitação acelerada acontece depois de uma
polêmica entre a Fifa e o governo brasileiro. Na última sexta, o
secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, afirmou que o Brasil precisava
levar um “chute no traseiro” para acelerar a organização da Copa do Mundo. O
ministro do Esporte, Aldo Rebelo, reagiu dizendo que o governo não aceitaria
mais Valcke como interlocutor. Após classificar a atitude de Aldo como
“infantil”, o secretário-geral da Fifa se retratou e culpou a tradução pela
polêmica.
Para Vaccarezza, a discussão pública não vai
interferir no ritmo do trabalho do Congresso. “Nós não vamos misturar o
processo legislativo com rusgas de cartolas e dirigentes. A Copa é um fenômeno
excepcional, exclusivo e único”. Após a análise do plenário da Câmara, o
projeto seguirá para o Senado.
Blatter
se desculpa e quer reunião
BRASÍLIA – Menos de 24 horas após o Brasil pedir a
saída do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, das negociações da Copa-2014,
o presidente da entidade que comanda o futebol, Joseph Blatter, pediu desculpas
ao País.
Em carta enviada ao ministro do Esporte, Aldo
Rebelo – que está no Recife para acompanhar o andamento das obras da Arena
Pernambuco –, Blatter diz que está extremamente preocupado com relação à
deterioração da relação entre Fifa e o governo brasileiro.
O presidente da Fifa, contudo, não respondeu ao
principal pedido do governo brasileiro: a saída de Valcke – que sugeriu “um
chute no traseiro” do Brasil – das negociações.
Na carta, Blatter diz que gostaria de se encontrar,
na próxima semana, com a presidente Dilma Rousseff. O dirigente, contudo, foi
sutil ao pedir pressa: “O mundo inteiro aguarda ansiosamente pela Copa.
Todavia, o tempo está passando desde 2007. Não deixemos que os conflitos nos
façam perder tempo”, completou.
ENTREVISTA - ALDO REBELO
Não
aceitamos desrespeito
Em meio ao período de maior turbulência entre o
governo do Brasil e a Fifa, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, visita as obras
da Arena PE hoje. Em entrevista ao JC, por e-mail, ele exalta meia-entrada,
evita se meter na crise da CBF e diz que “não aceita desrespeito nem
declarações impróprias” se referindo ao “chute no traseiro” dito por Jérôme
Valcke.
JORNAL DO
COMMERCIO – Como o senhor analisa a evolução das obras da Arena Pernambuco
e as chances de o Estado sediar também a Copa das Confederações?
ALDO REBELO
– Pelas informações que recebi, o trabalho anda bem, com o cronograma praticamente
sendo cumprido. Por isso, com os avanços na preparação, Recife está no páreo.
Mas a confirmação ficará para junho, quando uma avaliação final será feita pela
Fifa.
JC -
Entre os pontos polêmicos da Lei Geral da Copa está a comercialização de
bebidas alcoólicas nos estádios. Qual a opinião e a posição do ministro e do
governo?
AR– O
Congresso parece ter chegado a uma solução que concilia os dois lados, e que
considero satisfatória: a liberação da venda de cerveja, durante a Copa, com
restrições. Como acontece em alguns estádios na Europa, podem ser definidos
lugares onde os torcedores poderão consumir bebidas, definir um limite desse
consumo, de forma que não se ponha em risco nem a saúde, nem a segurança de
quem vai assistir aos jogos. Creio que o Congresso vai aprovar, na Lei Geral,
um mecanismo que compatibilize os interesses do Brasil e dos brasileiros com os
dos organizadores e dos patrocinadores da Copa.
JC –
Outra polêmica diz respeito à meia-entrada para estudantes, idosos,
beneficiários do programa Bolsa Família e indígenas.
AR – A
Lei Geral da Copa terá instrumentos para garantir os direitos que já estão
definidos em outras legislações, como o Estatuto do Idoso. O que tenho dito é
que não podemos fazer uma Copa na Amazônia sem ter um índio nas arquibancadas,
ou excluir a população mais pobre, como a que é beneficiada pelo Bolsa Família,
da maior festa do futebol do mundo, quando ela se realiza no Brasil. Já nos
primeiros contatos que fiz com a Fifa e com os patrocinadores da Copa, vi que
há boa vontade também de contemplar esses dois casos.
JC – Das
12 cidades-sedes quais a que mais preocupam o Governo quanto ao atraso no
cronograma das obras para a Copa? E porque?
AR – Eu
não tenho nenhuma dúvida de que todos os estádios estarão prontos num prazo
compatível com a realização da Copa. Os estádios e as obras de mobilidade nas
cidades, assim como as reformas de aeroportos e portos.
JC – A
presidente Dilma Rousseff não vem tendo uma relação tão próxima com o
presidente da CBF e do COL Ricardo Teixeira, como o ex-presidente Lula. Muito
disso por causa das diversas denúncias de corrupção que recaem sobre o
dirigente. Como o senhor analisa a atuação de Teixeira à frente das duas
entidades e como é a sua relação com ele? O senhor defende a saída dele?
AR –
Quem deve decidir sobre a permanência de Ricardo Teixeira na presidência da CBF
são as federações estaduais e a própria CBF. Ao Ministério do Esporte, como
coordenador das ações da Copa por parte do governo federal, compete manter
relações de cooperação com as partes envolvidas na organização do evento, com
objetivo de garantir o sucesso dentro e fora dos gramados.
JC –
Como o senhor analisa as diversas e recorrentes cobranças da Fifa tanto em
relação à organização da Copa de 2014 quanto à demora na aprovação da Lei Geral
da Copa?
AR –
Tenho absoluta tranquilidade de que o Brasil realizará uma Copa do Mundo
inesquecível. Temos, claro, que enfrentar os nossos desafios, por exemplo, no
campo da infraestrutura. Por isso, o governo convive com avaliações diferentes
e críticas, mas não aceita desrespeito nem declarações impróprias, que não
condizem com a grandeza da tarefa de organizar uma Copa do Mundo.
INTERNACIONAL
Uma nova
chance para o Irã
Potências manifestaram ontem disposição de voltar a
conversar com república islâmica sobre seu programa atômico
BRUXELAS – As grandes potências (o chamado grupo
5+1) propuseram retomar as negociações com o Irã sobre seu programa nuclear,
interrompidas há um ano. É o que afirma carta divulgada ontem pela União
Europeia, mas que não faz referência a datas ou lugar para a reunião. “China,
França, Alemanha, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos propuseram retomar as
negociações com o Irã sobre seu programa nuclear”, afirmou a chefe da
diplomacia europeia, Catherine Ashton, em carta dirigida ao negociador iraniano
Said Jalili. “Não queremos que estas negociações fracassem.”
A mensagem da UE foi enviada depois que o Irã
anunciou que está disposto a autorizar, sob certas condições, uma nova inspeção
da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) na base militar de Parchin,
sudeste da capital.
Um relatório da AIEA assinalou que tudo indicava que
foram feitos testes nucleares no local. As potências ocidentais expressam com
frequência suas suspeitas de que o Irã pretende dotar-se de uma bomba atômica
com o pretexto de um programa nuclear civil.
O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William
Hague, destacou que as grandes potências querem demonstrar ao Irã sua
disposição de encontrar uma solução diplomática para o problema. “O Irã deve
aproveitar esta oportunidade”, assinalou, em comunicado. “É um bom momento para
que o Irã demonstre ao mundo que quer uma solução pacífica e negociada para a
questão nuclear”, completou.
A reação das potências acontece depois que o
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse, em Washington, ao
presidente Barack Obama que Israel deve seguir sendo “dono de seu próprio
destino”, em uma firme defesa de seu direito de ordenar um ataque unilateral
contra o Irã.
Em sua primeira coletiva de imprensa de 2012,
ontem, Obama afirmou que as sanções contra o Irã estão funcionando e descartou
a necessidade imediata de um ataque militar. “O mundo está unificado, o Irã se
acha politicamente isolado.”
Após quatro meses de hesitações, o Irã deu em
meados de fevereiro seu aval a uma retomada do diálogo com o grupo dos 5+1 (os
cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e a Alemanha), interrompido
há mais de um ano, insistindo que quer retomar as negociações rapidamente. Mas,
ao mesmo tempo, a república islâmica ameaçou suspender o fornecimento de
petróleo à Itália, Espanha, Grécia, Alemanha, Portugal e Holanda, em represália
pelo embargo petroleiro e bancário decidido em janeiro pela UE.
País
admite inspeção em base
VIENA – O Irã informou ontem que poderá permitir a
entrada de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em uma
base militar colocada sob suspeita, desde que certas condições sejam
obedecidas.
“Levando-se em consideração o fato de se tratar de
uma instalação militar, a liberação do acesso é um processo que exige tempo e
não pode ocorrer repetidamente”, informou a embaixada do Irã em Viena, a
respeito da base de Parchin. A república islâmica pede à AIEA, braço da
Organização das Nações Unidas (ONU) para a energia nuclear, que “relacione
todas as questões que deseja abordar e então, uma vez mais, o acesso será autorizado”.
Ainda de acordo com a nota, “o processo obviamente poderá ser iniciado” assim
que houver acordo em relação a como resolver todas as questões.
Um relatório da AIEA publicado em novembro dizia
que “um grande compartimento de contenção de explosivos” estava instalado em
Parchin e poderia vir a ser usado em testes com mísseis capazes de transportar
ogivas nucleares. O governo iraniano rechaça as suspeitas e tem lembrado que
inspetores da AIEA visitaram a base em 2005 e não encontraram nada. Este ano,
inspetores da AIEA visitaram o Irã em duas ocasiões, mas em ambas as
autoridades iranianas negaram acesso ao local.
SUPLEMENTO
Dilma se
diverte na CeBIT
FEIRA Presidente brasileira e chanceler alemã, Angela
Merkel, visitaram megaevento mundial de tecnologia que tem Brasil como
convidado
HANNOVER (Alemanha) – Depois de algumas declarações
tensas na abertura da feira de tecnologia CeBIT, segunda-feira, em |Hannover,
Alemanha, sobre exclusão digital e desvalorização do real por conta da entrada
de moeda estrangeira, a presidente Dilma Rousseff e a chanceler alemã Angela
Merkel se divertiram visitando os estandes. Na edição deste ano, o Brasil é o
convidado de honra do evento.
As líderes circularam pela feira e até mergulharam
um tablet à prova d’água da Fujitsu em um aquário. Segundo o fabricante, o
equipamento pode ser utilizado em uma banheira ou piscina, roda Android 2.3 e
sintoniza TV digital. Dilma e Merkel também brincaram com uma mesa high-tech
educacional da empresa brasileira Positivo e testaram a tecnologia de realidade
aumentada.
Além da mesa high-tech e do tablet à prova d’água,
outras novidades também chamaram a atenção dos visitantes da CeBIT. Uma delas
foi o céu virtual que promete acabar com o ambiente fechado dos escritórios. O
projeto, desenvolvido por cientistas alemães, reproduz no teto uma espécie de
céu virtual.
O sistema utiliza telas planas e compridas, fixadas
no teto que, graças a 288 míni-LEDs produzem, cada um, as cores vermelho, azul,
verde e branco. Ao todo, podem ser oferecidas 16 milhões de combinações. Os
mini-LEDs também formam nuvens e reproduzem a luz do dia, nascer e pôr do sol,
de acordo com a hora do dia.
Com a nova tecnologia, os funcionários poderiam ter
a sensação de trabalhar sob um sol de primavera ou adornado aqui e ali com
nuvens que passam lentamente sobre suas cabeças.
Segundo o cientista do Instituto Fraunhofer que
desenvolveu este sistema, Matthias Bues, a sensação de espaço aumenta a
produtividade do trabalhador significativamente. Os painéis medem 50
centímetros quadrados, por peça, e custam 1,2 mil.
Outra novidade da feira de tecnologia foi um carro
que pode ser diminuído até 50 centímetros, para facilitar o estacionamento. Com
2,1 metros, o pequeno veículo de dois lugares e cor azul-cobalto, suscitou a
curiosidade durante o segundo dia do maior evento tecnológico mundial.
O carro também é equipado com rodas que giram em
360 graus, o que permite também estacionar lateralmente. Ideal para os
motoristas menos pacientes.
Dotado de sensores para evitar pequenas batidas, o
próprio carro pode manobrar e até ir buscar o usuário na porta de seu trabalho.
“Tudo isso graças a um computador que o conduz sem a necessidade de motorista e
que obedece seu smartphone”, explicou Timo Birnschein, do Centro Alemão de
Inteligência Artificial.
O veículo é elétrico, chega a velocidade máxima de
55 km/h e tem autonomia de 100 km com baterias totalmente carregadas. Um ponto
interessante: as rodas que fazem a rotação de 360 graus também produzem uma
energia que o próprio carro pode utilizar.
Carro e céu virtual à parte, uma das novidades que
mais chamou a atenção foi o robô que faz pole dance. A máquina dançarina é
fabricada pela empresa alemã Tobit Software.
Lançamentos menos exóticos também foram
apresentados, como o celular Nokia Lumia 800, as capas para smartphones à prova
d’água, da coreana Dicapac, e o menor dock com alto-falante para iPod do mundo,
da empresa francesa Nelyo.
A CeBIT segue até o dia 10 e deverá receber cerca
de 4,2 mil expositores de 70 países.